terça-feira, 4 de setembro de 2018

MOISÉS, GRANDEZA PRODIGIOSA SEM MEDIDAS







No dia 04 de setembro a Igreja celebra a festa de São Moisés.
Ao conduzir o povo pelo deserto Moisés recebia do próprio Deus as leis que deveriam guiá-los, e aí completou sua grandeza, já manifesta perante o povo do Egito: “Ora Moisés foi um homem muito grande na terra do Egito, aos olhos dos servos do Faraó e de todo o povo” (Ex 11,3). Moisés pode ser considerado o maior homem que a História já conheceu, depois de Jesus Cristo. No Eclesiásticos há um grande elogio à sua pessoa: “Moisés foi amado por Deus e pelos homens; a sua memória é abençoada. O Senhor fê-lo semelhante em glória aos santos, engrandeceu-o e tornou-o terrível aos seus inimigos. Pela sua fé e mansidão o santificou, e o escolheu dentre todos os homens” (Eclesiásticos 45, 1-4). É considerado pelos Santos e Doutores da Igreja como homem extraordinário, grande santo, sumo profeta, o legislador insigne e mais sábio que já houve, taumaturgo prodigioso, o mais antigo dos historiadores, o mais sublime dos filósofos.

General, guerreiro e comandante implacável nas guerras
Uma das características principais de Moisés era seu espírito guerreiro.
Tendo que enfrentar diversos povos hostis, Moisés deixou instruções detalhadas da forma como deveriam os israelitas guerrear contra eles. Há inclusive a preocupação pela pureza: (Deut 23, 9-11).  Na maioria dos casos a tônica era um discurso inflamado, cheio de confiança na proteção divina.
Em seguida, dando-se início a batalha ele diz como devem ser animados os soldados para a guerra, exigindo-se que o pontífice esteja à frente dos soldados a fim de animá-los ao combate, fazendo um discurso. Este  discurso deverá ser proferido para assim trazer as bênçãos de Deus para o exército. Mas logo a seguir os comandantes das tropas, os oficiais e comandantes, deverão falar aos soldados:

Grande administrador, segundo técnicas modernas
Uma das características do administrador moderno, moldado pela tônica da eficiência e da eficácia, é se utilizar da técnica chamada “descentralização de poder”. Não podendo ele sozinho exercer as atividades e as responsabilidades que lhe são atribuídas, delega então racionalmente poderes a alguns auxiliares. Isto que os administradores se ufanam de ser uma técnica moderna e do avançado século XXI, nada mais é do que a cópia fiel do que fez Moisés em seu tempo.
Estando ele no deserto conduzindo o povo de Israel, foi ao seu encontro o sogro Jetro para lhe levar sua esposa, Séfora, e os dois filhos Gersão e Eliezer. Após ser recebido com alegria por Moisés, Jetro lhe deu vários conselhos a fim de melhor administrar o governo do povo.: ...”escolhe entre todo o povo homens capazes e tementes a Deus, nos quais haja verdade e que aborreçam a avareza; faze deles tribunos, centuriões e chefes de cinqüenta, e de dez homens, os quais julguem o povo em todo o tempo, e te dêem conta das coisas mais graves”.  (Ex 18, 19-23). Prontamente Moisés seguiu os conselhos de seu sogro, nomeando vários auxiliares para ajudá-lo na administração que exercia sobre o povo errante..
Moisés foi também o primeiro a instituir o censo populacional. E para registrar toda a população que com ele andava pelos desertos mandou escrever o livro chamado Números.

Proto-inquisidor
Assim como Elias foi o Patriarca espiritual do Profetismo, Moisés foi o Patriarca da Lei e da Nação eleita. Tal é a importância de ambos que apareceram ao lado de N. S. Jesus Cristo cobertos de glória no Monte Tabor. Foram os profetas maiores da Lei.
No Levítico, Deus entrega a Moisés leis inquisitórias para quem peca contra a Religião (Lev 20, 2-3). O oferecimento de vítimas a Moloc era uma coisa bárbara. Tratava-se de uma divindade que existia em Canaã, à qual eram oferecidos sacrifícios de crianças. Tal costume bárbaro foi explicitamente condenado por Deus (Lev, 18,21). Tal prevenção era necessária por causa da forte inclinação que o povo hebreu tinha pela idolatria, além de ser comum entre eles fazerem sacrifícios cruentos com animais.
De outra vez foi um blasfemador levado à presença de Moisés para se saber o que fazia com ele. Moisés poderia ter decidido o que fazer, mas para aquietar a consciência dos israelitas preferiu ouvir a sentença do próprio Deus: “Tira o blasfemo para fora do arraial, e todos os que o ouviram, ponham as suas mãos sobre a cabeça dele, e todo o povo o apedreje” (Lev 24, 15-17).
Foram vários os episódios em que Moisés providenciou inquisição para combater os erros e os desvios morais que grassava entre seu povo.

Bondoso intercessor entre Deus e os homens
Uma coisa que está sempre presente em Moisés é a sua bondade. Ela se manifesta todo o tempo em que conduziu o povo hebreu. Por isto dele foi dito que era o “mais manso de todos os homens que havia na terra” (Num 12, 3). São Boaventura o chama “mansíssimo amicíssimo de Deus” (cf. “As Seis Asas do Serafim”).  Esta bondade não o impedia de indignar-se contra os que cometiam pecados contra a majestade e a dignidade divinas, e em alguns casos mandando-os executar como na ocasião do bezerro de ouro e da revolta de Natan e Abiron. Porém, no mais das vezes, Moisés intercedia pedindo a Deus pelo seu povo, como foi o episódio descrito em Números 14. Tendo Deus ameaçado castigar o povo com pestes e exterminá-lo, responde Moisés em tom de súplica, pedindo pelo seu povo (Num 14, 13-19).  E Deus respondeu a Moisés perdoando o povo, com exceção daqueles que haviam visto a majestade de Deus e O haviam tentado dez vezes e não ouviram a sua voz: estes nunca veriam a terra prometida. Os cadáveres destes infiéis ficariam insepultos no deserto (Num 14, 33-34).
Quando Moisés pedia pelo povo era atendido, mas em geral quando pedia para si era negado. Foi o que ocorreu quando quis ver a Terra Prometida, que por castigo Deus o tinha impedido: Deus negou atendê-lo, dizendo apenas: Basta; não falemos mais nisto, tu não irás ver a terra mas nomearás Josué em teu lugar (Deut 3, 24). Da mesma forma ocorreu de não ser atendido integralmente, por exemplo quando Maria, sua irmã, prevaricou (Num 12, 14). Maria foi punida com a lepra e Deus só a curou após aquele período de opróbrio e penitência que o Senhor lhe impôs. Ora, Moisés tinha o poder de fazer milagres espantosos e poderia ter curado sua irmã imediatamente. Mas como a doença havia sido um castigo de Deus por causa de sua revolta, Moisés não a curou mas pediu a Deus que a perdoasse e curasse: “Ó Deus, eu te rogo, sara-a...”
Numa das murmurações que o povo levantava contra Deus, o Senhor irou-se e desceu um fogo do céu devastando uma parte do acampamento. “O povo, tendo chamado Moisés, Moisés orou ao Senhor e o fogo extinguiu-se” (Num 11, 1-2). Estes episódios demonstram que Deus sempre escolhe um intercessor entre Ele e os homens e só aplaca sua ira pelas orações de tais intercessores.

Moisés ígneo, zeloso pela glória de Deus, terrível e justiceiro
O quanto Deus era zeloso pelos regulamentos religiosos ficou patente com as mortes de Nadab e Abiú, ambos filhos de Arão e, portanto, também sacerdotes. A importância que Moisés dava às cerimônias religiosas, aos rituais, era tanta que sempre dizia: “eu vos ensinei os mandamentos, os regulamentos e as cerimônias”, tendo esta última também destaque. O fato é que tinham simplesmente colocado nos turíbulos fogo e incenso estranhos do que se utilizava entre os israelitas. “Um fogo vindo do Senhor devorou-os e morreram diante do Senhor”.  (Lev 10, 1-2)..
Houve um levante comandado por três homens: Coré, Datan e Abiron. Juntaram 250 homens e foram contra Moisés (Num 16, 3). Moisés mandou chamar os três revoltosos para conversar,  os quais recusaram em comparecer. Foi feito então uma espécie de desafio: todos comparecessem no dia seguinte, pela manhã, com seus turíbulos, Coré e seus sequazes de um lado, Arão de outro. Deus se manifestaria para qual lado estaria o certo. Tendo todos comparecido à entrada do tabernáculo, Deus mandou que Moisés e Arão se separassem e assim pudesse destruir os demais. (Num 16, 28-30). Mal Moisés acabou de fazer breve discurso e a terra já se abria e engolia todos os revoltosos, com tudo o que lhes pertencia, suas tendas, etc. E um fogo veio e devorou os 250 homens que ofereciam o falso incenso.

Moisés, Profeta
Escreveu o próprio Moisés em seu livro Deuteronômio: “O Senhor teu Deus te suscitará um profeta, como eu, da tua nação, e dentre teus irmãos, ouvi-lo-ás, como o pediste ao Senhor teu Deus em Horeb. (Deut. 18, 15-19).  Todos interpretam esta profecia como um dos anúncios do Messias, Nosso Senhor Jesus Cristo. E o próprio Jesus Cristo o confirma no Evangelho, dizendo que “se vós crêsseis em Moisés, certamente creríeis também em mim; porque ele escreveu de mim. Porém, se vós não dais crédito aos seus escritos, como haveis de dar crédito às minhas palavras?”.  (Jo. 5, 45-47).
No capítulo 28 do Deuteronômio, onde Moisés lança bênçãos e maldições sobre seu povo, ao final há uma clara profecia a respeito da diáspora dos judeus, ocorridas tanto no cativeiro da Babilônia quanto na invasão de Tito, no ano 70 de nossa era.  (Deut 28, 49-64).

Amaldiçoador dos ímpios
Bênçãos e maldições Moisés lançou sobre seu povo: (Deut 11) .  Em seguida explica que a bênção seria dada do alto do monte Garizin e a maldição virá do monte Hebal. Reuniu sobre o  monte de Garizin, após passarem o Rio Jordão, a metade dos patriarcas das tribos de Israel, Simeão, Levi, Judá, Issacar, José e Benjamin e lhes ordenou que dessem ao povo reunido as bênçãos que ele estava mandando. E sobre o monte Hebal mandou reunir-se os patriarcas restantes das tribos Rúben, Gad, Aser, Zabulão, Dan e Neftali a fim de deitarem as maldições que ele lhes ditara. Amaldiçoou os idólatras (Deut. 27, 11-15) e os prevaricadores. 
Mas estas maldições são como que um preâmbulo das que viriam a seguir. É verdade que antes Moisés manda algumas bênçãos. Estas bênçãos, porém, ocupam menos espaço nas Sagradas Escrituras do que as maldições que vêm logo a seguir:

Moisés, legislador
Até o dia em que Moisés recebeu de Deus o Decálogo a Lei era aquilo que o povo via na vida dos patriarcas antigos e a Tradição lhes havia comunicado. Parte desta lei era ditada pelos costumes e parte já havia sido escrita nos livros sagrados. A partir de Moisés, toda a Lei foi consignada nos livros. No início, este conjunto de livros sagrados era denominado simplesmente “Livro de Moisés”, pois foi ele que os idealizou e mandou escrever, juntando-os como um só livro. Assim, sabe-se hoje que Moisés mandou escrever o que chamamos de Pentateuco, os cinco primeiros livros sagrados: Gênesis, Êxodo, Levítico, Números e Deuteronômio. Há dúvidas se o primeiro livro, Gênesis, foi escrito por ordem dele, ou se Moisés mandou compilar a História que o povo contava por tradição oral junto com alguns escritos antigos.
Nestes livros, além dos Dez Mandamentos que Deus lhe entregou, Moisés houve por bem consignar uma série de leis, de condenações e de regulamentos para reger os destinos religiosos do povo hebreu. Quando Deus lhe comunicava Suas condenações aos vícios e pecados dos homens, Moisés mandava logo que fossem registrados nos livros.

Moisés, instituidor do Culto Divino
A tradição hebraica fala de cultos divinos desde a criação do mundo, quando Caim e Abel ofereceram sacrifícios a Deus. Já se nota aí uma diferença fundamental: Abel, que era criador, ofereceu a Deus sacrifícios de animais, enquanto que Caim, lavrador, ofereceu os frutos da terra. Deus se manifestou satisfeito com Abel e não aceitou a oferta de Caim. O sacrifício de Abel era mais perfeito porque oferecia vítimas num holocausto cruento. Caim ofereceu a Deus os frutos podres de sua colheita. Ora, Caim não precisava ter inveja de Abel por causa disto. Bastava procurar imitá-lo e também oferecer a Deus sacrifício semelhante. A Sagrada Escritura não entra em detalhes, mas por qual razão estes homens primitivos teriam tido a idéia de oferecer sacrifícios a Deus? Teria sido alguma revelação angélica ou eles o aprenderam de seus pais, Adão e Eva?  O certo é que ambos foram os primeiros a oferecer culto a Deus, pois se entende que tais ofertas de sacrifícios se constituíam desde então cultos a Deus. A Sagrada Escritura não nos fala se Adão e Eva costumavam oferecer sacrifícios a Deus. Somente após falar de Abel e Caim é que se refere a Enós, filho de Set, desta maneira: “Este começou a invocar o nome do Senhor” (Gen 4-26), quer dizer, praticamente foi Enós o pioneiro em dirigir preces a Deus. Foi um dos  Patriarcas remotamente fundador do povo judaico, descende de Noé e Set,  e deste Abraão.
E o oferecimento de sacrifícios de vítimas cruentas ficou sendo comum entre o povo eleito. A ponto de o próprio Abraão haver sido conclamado por Deus a oferecer o seu filho, Isaac,  como vítima. Para o povo eleito, era sagrado o prestar culto a Deus oferecendo-Lhe vítimas cruentas. Não havia outro meio de honrar a Deus que lhes parecesse mais perfeito. Chegavam até a imolar filhos inocentes ao ídolo Moloc, um deus pagão. Os povos pagãos cultuavam apenas imagens tênues do que criam serem seus deuses, e muitos chegavam ao exagero de lhes oferecer também vítimas cruentas, até mesmo humanas.  Com o passar do tempo o Culto foi se tornando mais perfeito, e com a vinda de Moisés foi necessário sua regulamentação. Todas as manifestações divinas com o povo de Israel eram seguidas da ereção de um altar no local onde as mesmas ocorriam. No referido altar eram feitas imolações de vítimas pacíficas e ficava ali designado como futuro local para se prestar culto a Deus.
Foi assim que, ao descer do Monte Sinai, Moisés mandou erigir um altar ao pé do monte, com doze colunas em memória das doze tribos de Israel. Determinou que alguns jovens oferecessem holocaustos, bem como vítimas pacíficas.  Em seguida tomou a metade do sangue destas vítimas, colocou-a em taças e aspergiu o sangue sobre o altar. E disse: “Tudo o que disse o Eterno, nós o faremos e Lhe obedeceremos”.  Depois, pegou o restante do sangue e aspergiu sobre o povo, dizendo: “Eis o sangue da aliança que o Eterno fez convosco”. Era uma aliança diferente de todas aquelas que Deus já fizera com os homens, pois agora o próprio Deus ensinava como o povo Lhe deveria prestar culto e respeitar Suas Leis. Até mesmo a respeito dos sacrifícios Moisés deixou regras.

Por que Moisés não viu a Terra Prometida
Um homem tão grandioso, tão santo, tão puro, tão unido e fiel a Deus, no entanto foi levado a cometer uma pequena fraqueza, uma pequena falha, que Deus não deixou passar sem punição. Este episódio é chamado nas Sagradas Escrituras como o das “águas da contradição”.  Estando no deserto, o povo pedia água e Deus mandou Moisés com a Sua vara na mão que ordenasse saísse água de um rochedo. Ele não cumpriu rigorosamente o que Deus lhe ordenara. Em vez de mandar que saísse água, bateu com seu cajado na pedra. E como a água não jorrasse, bateu pela segunda vez na pedra ordenando que a água saísse. Desta vez a água saiu, mas Deus ficou insatisfeito. E como castigo não permitiu que Moisés entrasse na Terra Prometida, tendo morrido antes.
No Êxodo está narrado que Moisés foi na frente acompanhado apenas dos ancião (Ex 17, 5-7).  “Toma a vara, e junta o povo, tu e Arão, teu irmão, e falai ao rochedo diante deles, e ele dará águas...” (Num 20, 8). Moisés cumpriu o que Deus lhe mandou, mas feriu a pedra duas vezes em vez de somente falar ao rochedo. E Deus lhes repreendeu desta forma: “Porque vós não me crestes para me santificardes diante dos filhos de Israel, não introduzirei estes povos na terra que eu lhes darei. Esta é a água da contradição, onde os filhos de Israel altercaram contra o Senhor, e onde (o Senhor) foi santificado entre eles”.  (Num 20, 12-13). Como se sabe, Deus introduziu na terra prometida apenas aqueles que nasceram e cresceram na peregrinação de 40 anos pelo deserto: os mais velhos que provinham do Egito morreram todos!

Moisés, glorificado por Deus já nesta vida
A glória de Moisés foi concedida por Deus ainda em vida, pois assim o exigia a glória de Deus. Havia recebido as tábuas da lei pela primeira vez e cheio de zelo pela glória de Deus quebrou-a perante o bezerro de ouro. Subiu novamente ao monte Sinai e por quarenta dias e noites jejuou, ao final do que desceu do monte com o rosto resplandecente  (Ex 34, 29-35).
As tábuas da lei foram escritas duas vezes. As primeiras foram feitas somente por Deus que escreveu “com o seu dedo na pedra”. As segundas, porém, Deus exigiu que os homens as fizessem e, depois, o próprio Moisés escreveu nelas o Decálogo ditado por Deus. Logo após, Deus exigiu que se construísse o tabernáculo, arrecadando-se todo o ouro e demais metais entre o povo. Quanta riqueza havia ainda, pois apesar de se haver gasto muito ouro com o bezerro destruído, ainda se arrecadou entre eles, além de ouro, prata, cobre, jacinto, bálsamo, linho, etc., tudo para a construção do tabernáculo, que ostentava uma riqueza impressionante para um templo ambulante.
São Paulo tece grandes elogios a Moisés, especialmente por causa de sua fé: : “Pela fé, Moisés, depois de nascido, foi escondido por seus pais durante três meses, porque viram que era um menino formoso e não temeram o edito do rei. Pela fé, Moisés depois de grande, negou ser filho da filha do Faraó, escolhendo antes ser afligido com o povo de Deus, que gozar a delícia transitória do pecado, considerando maior riqueza o opróbrio de Cristo que os tesouros dos egípcios, porque olhava para a recompensa. Pela fé, dixou o Egito, não temendo a cólera do rei: permaneceu firme, como se visse aquele que é invisível.  Pela fé celebrou a Páscoa e fez a aspersão do sangue, a fim de que o exterminador dos primogênitos não tocasse os israelitas. Pela fé passaram o Mar Vermelho, como por terra firme, enquanto que os egípcios, tentando a mesma passagem, foram submersos” (Heb 11, 23-29).

Nenhum homem soube até hoje onde está o seu sepulcro
O maior mistério ocorreu com o sepultamento de Moisés: “Moisés, servo do Senhor, morreu ali na terra de Moab, segundo a ordem do Senhor; e o sepultou no vale da terra de Moab, defronte de Fegor; nenhum homem soube até hoje o lugar do seu sepulcro...” (Deut 34, 5-6).  Não se sabe o lugar de seu sepulcro, seja uma caverna ou qualquer lugar o mais recôndito possível, pois se viessem a saber poderiam levar seu culto à idolatria. Como diz as Escrituras houve muito pranto com a morte de Moisés, talvez muitas orações, muitos rituais de homenagens a ele, mas o fato de não se vislumbrar sua sepultura talvez tenha evitado que o povo hebreu praticasse a idolatria, como era comum ocorrer no Egito de onde vinham
Em sua Epístola, São Judas alude a uma disputa de São Miguel com o demônio sobre o corpo de Moisés: o glorioso Arcanjo, por disposição de Deus, queria que o sepulcro de Moisés permanecesse oculto; o demônio, porém, procurava torná-lo conhecido, com o fim de dar aos judeus ocasião de caírem em idolatria, por influência que já sofriam dos povos pagãos que os rodeavam. “Quando o Arcanjo Miguel, disputando com o demônio, altercava sobre o corpo de Moisés, não se atreveu a proferir contra ele a sentença de maldição, mas disse somente: “Reprima-te o Senhor”. (Judas 1, 9).  



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