quinta-feira, 17 de janeiro de 2013

Que utilidade tem os partidos políticos?


Um partido é um lado, uma corrente, uma facção, um grupo que defende uma parte, ou contra outra que lhe opõe ou a favor de seu grupo social. No mundo moderno os partidos foram sempre criados com base em correntes ideológicas, em alguns países suas origens são até mesmo filosofias e religiões. No mundo muçulmano, por exemplo, quase todo partido político é fruto da religião islâmica. No mundo ocidental é costume ver os partidos como oriundos de correntes ideológicas, hoje tão descaracterizadas pela completa atonia dos povos em relação às ideias.

Assim, em geral mede-se a autenticidade dos partidos pelo que representam do pensamento da população, devem, pois, ser frutos das correntes da opinião pública de um povo. Do contrário seriam meras aglomerações de grupos afins com objetivo de alcançar o poder.

Nas democracias modernas o partido político tem capital importância, pois permanecem os pressupostos acima de sua autenticidade.  Mas, será que os partidos realmente representam o que dizem representar? Será que são realmente frutos de correntes de opinião de certa parcela da população?

Não, os partidos hoje não representam o que o povo pensa, nem os majoritários nem os minoritários.  Pelo contrário, representam apenas os interesses de certos grupos que almejam simplesmente o poder.  A maioria de tais partidos nasce simplesmente da esperteza de alguns, tendo o populismo e a demagogia como base de sustentação para angariar votos na população.  Que o digam as famosas pesquisas de opinião, que carecem de autenticidade até no fim a que se destinam. “Pesquisar a opinião” seria, por exemplo, procurar saber o que o povo pensa sobre os programas partidários, mas, no entanto, todas as pesquisas procuram apenas saber o grau de aceitação que a população tem com o candidato ou o eleito. A única pergunta que fazem aos entrevistados é sobre a aceitação ou repulsa a tal candidato, a tal político ou a tal governo.  Como se vê um vazio ideológico incrível.

Hoje, os partidos políticos, especialmente no Brasil, vivem em função da demagogia e do populismo. Populismo e demagogia que foi propagada e incrementada ao longo dos anos pelas esquerdas, mestras nestes aspectos. Isso criou um clima de inautenticidade dos partidos modernos, que vivem em função apenas dos grupos e dos interesses de seus membros. Comprova-o a intensa propaganda feita por aqueles que se dizem os “pais” dos programas sociais, os quais distribuem esmolas aos pobres como se fosse uma grande “caridade” praticada por eles, quando na realidade estão doando dinheiro público, doam o dinheiro alheio como se fosse deles.

Para que servem, então, os partidos políticos nos dias de hoje? Servem apenas para a formação de grupos de interesses afins, com objetivo único de alcançar o poder e nada mais. Falta até mesmo ideologia, pois os programas partidários são todos quase a mesma coisa.

Mas há o pior. Os partidos têm sido utilizados para a formação de verdadeiras quadrilhas, de políticos “especializados” em assumir posições chaves que objetivem enriquecer-se ilicitamente ou mesmo favorecer seus apaniguados na consecução de objetivos escusos.  E a esperteza tem sido a qualidade mais utilizada por seus fundadores e líderes. O histórico de todo partido moderno tem a esperteza como ponto inicial de sua atuação. E essa mesma esperteza faz parte, principalmente, de todo partido que antigamente era de esquerda, foi na esquerda que a esperteza política nasceu, medrou e vingou.  Há um caso recente de um advogado paulista que já fundou algumas siglas partidárias e depois as vendeu.

E se os partidos políticos fossem extintos? O povo sentiria alguma falta? O que deveria ficar em seu lugar? Ora, para representar a população não há necessidade de partidos, para isso temos as associações de classes, os sindicatos, as organizações sociais e religiosas, muito mais autênticas e representativas do que pensa a população. Estas poderiam eleger seus candidatos, os quais as representariam nas câmaras, assim como os gestores, apresentando-os apena como representantes delas.  Seria impossível isso? Desde que houvesse um consenso na nação a respeito do assunto, bastaria uma reforma na constituição como tantas outras que fazem a toda hora até mesmo para satisfazer a grupos.

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