Um partido é um lado, uma corrente, uma
facção, um grupo que defende uma parte, ou contra outra que lhe opõe ou a favor
de seu grupo social. No mundo moderno os partidos foram sempre criados com base
em correntes ideológicas, em alguns países suas origens são até mesmo
filosofias e religiões. No mundo muçulmano, por exemplo, quase todo partido
político é fruto da religião islâmica. No mundo ocidental é costume ver os partidos
como oriundos de correntes ideológicas, hoje tão descaracterizadas pela
completa atonia dos povos em relação às ideias.
Assim, em geral mede-se a autenticidade dos
partidos pelo que representam do pensamento da população, devem, pois, ser
frutos das correntes da opinião pública de um povo. Do contrário seriam meras
aglomerações de grupos afins com objetivo de alcançar o poder.
Nas democracias modernas o partido político
tem capital importância, pois permanecem os pressupostos acima de sua
autenticidade. Mas, será que os partidos
realmente representam o que dizem representar? Será que são realmente frutos de
correntes de opinião de certa parcela da população?
Não, os partidos hoje não representam o que o
povo pensa, nem os majoritários nem os minoritários. Pelo contrário, representam apenas os
interesses de certos grupos que almejam simplesmente o poder. A maioria de tais partidos nasce simplesmente
da esperteza de alguns, tendo o populismo e a demagogia como base de
sustentação para angariar votos na população.
Que o digam as famosas pesquisas de opinião, que carecem de
autenticidade até no fim a que se destinam. “Pesquisar a opinião” seria, por
exemplo, procurar saber o que o povo pensa sobre os programas partidários, mas,
no entanto, todas as pesquisas procuram apenas saber o grau de aceitação que a
população tem com o candidato ou o eleito. A única pergunta que fazem aos
entrevistados é sobre a aceitação ou repulsa a tal candidato, a tal político ou
a tal governo. Como se vê um vazio
ideológico incrível.
Hoje, os partidos políticos, especialmente no
Brasil, vivem em função da demagogia e do populismo. Populismo e demagogia que
foi propagada e incrementada ao longo dos anos pelas esquerdas, mestras nestes
aspectos. Isso criou um clima de inautenticidade dos partidos modernos, que
vivem em função apenas dos grupos e dos interesses de seus membros. Comprova-o
a intensa propaganda feita por aqueles que se dizem os “pais” dos programas
sociais, os quais distribuem esmolas aos pobres como se fosse uma grande “caridade”
praticada por eles, quando na realidade estão doando dinheiro público, doam o
dinheiro alheio como se fosse deles.
Para que servem, então, os partidos políticos
nos dias de hoje? Servem apenas para a formação de grupos de interesses afins,
com objetivo único de alcançar o poder e nada mais. Falta até mesmo ideologia,
pois os programas partidários são todos quase a mesma coisa.
Mas há o pior. Os partidos têm sido
utilizados para a formação de verdadeiras quadrilhas, de políticos “especializados”
em assumir posições chaves que objetivem enriquecer-se ilicitamente ou mesmo
favorecer seus apaniguados na consecução de objetivos escusos. E a esperteza tem sido a qualidade mais
utilizada por seus fundadores e líderes. O histórico de todo partido moderno
tem a esperteza como ponto inicial de sua atuação. E essa mesma esperteza faz
parte, principalmente, de todo partido que antigamente era de esquerda, foi na
esquerda que a esperteza política nasceu, medrou e vingou. Há um caso recente de um advogado paulista que
já fundou algumas siglas partidárias e depois as vendeu.
E se os partidos políticos fossem extintos? O
povo sentiria alguma falta? O que deveria ficar em seu lugar? Ora, para
representar a população não há necessidade de partidos, para isso temos as
associações de classes, os sindicatos, as organizações sociais e religiosas,
muito mais autênticas e representativas do que pensa a população. Estas
poderiam eleger seus candidatos, os quais as representariam nas câmaras, assim
como os gestores, apresentando-os apena como representantes delas. Seria impossível isso? Desde que houvesse um
consenso na nação a respeito do assunto, bastaria uma reforma na constituição
como tantas outras que fazem a toda hora até mesmo para satisfazer a grupos.
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