quarta-feira, 29 de outubro de 2025

ESTAMOS TODOS NUM "INFERNO"?

 

O Brasil e o mundo estão estarrecidos com o que ocorreu no Rio, onde se viu a que ponto chegou o poder do banditismo ao enfrentar o poder estatal com tanta violência. Pior do que tudo isso é o apoio velado e quase explícito que o banditismo está tendo de autoridades importantes.

Transcrevemos a seguir o texto de nossa postagem feita em 1.6.2009, onde se destaca o papel da mídia no favorecimento à violência urbana ao dar ampla cobertura aos chefes de quadrilhas.


A mídia favorece a propagação da violência urbana:

Entrevista do jornal “O Globo”, com o marginal “Marcola” tem até data 23.5.2006 – Local: Segundo caderno – Autor: Arnaldo Jabor – Tamanho: 1000 palavras. Título da reportagem: “Estamos todos no inferno”. No entanto, o site “Observatório da Imprensa”, desmente que a entrevista tenha existido, seria tudo “virtual” como nos dias modernos. Virtual ou não a suposta entrevista correu pela rede e causou certo alvoroço.
Vamos fazer alguns comentários sobre seu conteúdo, pois ele realmente impressiona certo público:
- Primeira pergunta: você é do PCC?
- Eu sou mais do que isso. Sou o sinal dos “novos tempos”. Eu era pobre e “invisível”. Vocês nunca me olharam durante décadas. Olha, antigamente era “mole” resolver o problema da miséria, o diagnóstico era óbvio: migração rural, desnível de renda, favelas, ralas periferias, etc., etc... E a solução nunca vinha. E o que fizeram? Absolutamente nada! Agora te pergunto: o governo federal alguma vez alocou verba para nós? Não, só aparecíamos nos desabamentos dos morros ou nas músicas românticas, sobre a “beleza dos morros ao amanhecer”, essas coisas... Agora estamos ricos com a multinacional do pó. E vocês estão morrendo de medo. ...”Nós somos o início tardio de vossa consciência social”. Viu? Sou culto... Leio Dante na prisão...
Comentário:
Não se tratando de um jornalista novato (Já que se diz que o autor da entrevista foi Arnaldo Jabor), como é que se inicia uma entrevista com uma pergunta boba como esta? Ah, agora entendo, o sujeito é experiente mas ele queria que o bandido dissesse que o PCC não é nada, o importante é ser um “sinal dos tempos”. Começo a pensar que esta entrevista foi toda “arrumada” pelo pessoal da mídia, toda preparada com perguntas e respostas antecipadamente arranjadas para um fim específico.
- Segunda pergunta: mas, a solução seria...
- Solução? Não há mais solução, cara... A própria idéia de solução já é um grande erro. Já olhou o tamanho das 560 favelas do Rio de Janeiro? Já andou de helicóptero por cima da periferia de São Paulo? Solução como? Só viria com muitos bilhões de dólares gastos organizadamente, com um governo e alto nível, uma imensa vontade política, crescimento econômico, uma verdadeira revolução na educação, urbanização geral, etc., etc.
E tudo isso teria que ser sob a batuta quase de uma “tirania esclarecida”, que pulasse por cima da paralisia burocrática secular, que passasse por cima do legislativo cúmplice (ou você acha que os 287 sanguessugas vão agir? Se bobear, vão até roubar o PCC). E do judiciário que impede punições.
Teria que haver uma reforma radical do processo penal do País... Teria de haver comunicação e inteligência entre policiais municipais, estaduais e federais... (veja bem, nós até fazemos “conference calls” entre presídios...). E tudo isso custaria bilhões de dólares e implicaria numa mudança psicossocial profunda na estrutura política do país. Ou seja: É impossível... Não há solução!
Comentário:
Outra pergunta de quem é, ou faz o papel de idiota: como é que um bandido vai dizer qual será a solução para ele mesmo? Ah, tudo se explica: é que o suposto entrevistador quer dar a tônica da resposta, ele quer que se diga que a violência não tem solução. Por isso pede que o bandido a diga qual seria... No mais, os números apresentados pelo bandido serve apenas para dizer que ele está por dentro de tudo (só “errou” na quantidade de deputados, talvez para indicar que não tem importância isto ou por outro motivo qualquer).
- Terceira pergunta: você não tem medo de morrer?
- Vocês é que têm medo de morrer, eu não. Aliás, aqui na cadeia vocês não podem entrar e me matar... Mas eu posso mandar matar vocês lá fora... Nós somos homens-bombas. Na favela tem cem mil homens-bombas... Estamos no centro do insolúvel, mesmo! Vocês no bem e eu no mal e, no meio, a “fronteira da morte”, a única fronteira.
Sabe, já somos uma outra espécie, já somos outros bichos, diferentes de vocês.


A morte para vocês é um drama cristão numa cama, no ataque do coração... A morte para nós é o presunto diário, desovado numa vala... Vocês intelectuais não falavam em luta de classes, em “seja marginal, seja herói!?” Pois é: chegamos, somos nós! Há, há...

Vocês nunca esperavam esses guerreiros do pó, né?
Eu sou inteligente. Eu leio, li 3.000 livros e leio Dante... Mas meus soldados todos são estranhas anomalias do desenvolvimento torto desse país.
Não há mais proletários, ou infelizes ou explorados. Há uma terceira coisa crescendo aí fora, cultivado na lama, se educando no absoluto analfabetismo, se diplomando nas cadeias, como um “monstro alien” escondido nas brechas da cidade.
Já surgiu uma nova linguagem. Vocês não ouvem as gravações feitas “com autorização da justiça”? Pois é. É outra linguagem.
Estamos diante de uma espécie de “pós-miséria”. Isso. A “pós-miséria” gera uma nova cultura assassina, ajudada pela tecnologia, satélites, celulares, internet, armas modernas. É a merda com chips, com megabytes. Meus soldados são uma “mutação da espécie social”, são “fungos de um grande erro sujo”.
Comentário:
Terceira pergunta imbecil e ridícula. Que importância tem em se saber se um bandido tem medo da morte? Agora, o bandido dizer que é inteligente, ler 3 mil livros, etc, é puro blefe para mostrar ao público um lado simpático de sua personalidade. Se fosse algo sem muita importância o suposto jornalista teria cortado isto da entrevista, mas ele o publica com óbvio interesse em promover o marginal. Ler livro de Dante não é grande coisa na literatura moderna, é coisa até ultrapassada, mas isto vai servir para caracterizar o inferno, uma das partes da principal obra de Dante (A Divina Comédia). Não parece coisa arranjada?
- Quarta pergunta: o que mudou nas periferias?
- Grana. A gente hoje tem. Você acha que quem tem U$ 400 milhões de dólares como o Beira-Mar não manda? Com 40 milhões a prisão é um hotel, um escritório... Qual a polícia que vai queimar essa mina de ouro, tá ligado? Nós somos uma empresa moderna, rica. Se funcionário vacila, é despedido e jogado no microondas... há... há... Vocês são um estado quebrado, dominado por incompetentes. Nós temos métodos ágeis de gestão. Vocês são lentos e burocráticos.
Nós lutamos em terreno próprio. Vocês, em terra estranha. Nós não tememos a morte. Vocês morrem de medo. Nós somos bem armados. Vocês vão de “três-oitão”. Nós estamos sempre no ataque. Vocês na defesa. Vocês têm mania de humanismo. Nós somos cruéis, sem piedade. Vocês nos transformaram em superstars do crime. Nós fazemos vocês de palhaços! Nós somos ajudados pela população das favelas, por medo ou por amor. Vocês são odiados. Vocês são regionais provincianos. Nossas armas e produtos vêm de fora, somos globais. Nós não esquecemos de vocês, são nossos clientes. Vocês nos esquecem assim que passa o surto da violência.
Comentário:
Finalmente, uma pergunta um pouco inteligente, embora distorcida de certa realidade, pois ela quer dar a entender que banditismo tem tudo a ver com a periferia das grandes cidades. Pode ser que tenha algo a ver, mas apenas no que diz respeito aos locais onde os bandidos procuram se esconder e não com as populações destas periferias, pessoas ordeiras e que não compactuam com os bandidos.
Na resposta, é claro, o bandido mente e se mostra cínico. Dizer que Beira-Mar possui 400 milhões de dólares é um grande blefe, uma deslavada mentira, aliás sem condição de comprovação. Um bandido como Beira-Mar ou Marcola não existe sozinho, há uma organização internacional com eles – assim, pode ser que a organização deles possua algo em torno disso, mas que o bandido individualmente o possui é flagrante mentira ou invenção do “pseudo Marcola”.
- Quinta pergunta: mas, o que devemos fazer?
- Vou dar um toque, mesmo contra mim. Peguem os “barões do pó”. Tem deputado, senador, tem generais, tem até ex-presidentes do Paraguai nas paradas de cocaína e armas. Mas quem vai fazer isso? O exército? Com que grana? Eles não têm dinheiro nem para o rancho dos recrutas...O país está quebrado!
Sustentando um Estado morto a juros de 20% ao ano, e o Lula ainda aumenta os gastos públicos, empregando 40 mil picaretas. Você acha que o exército vai lutar contra o PCC e CV?
Estou lendo o “Klausewitz”, “sobre a guerra”. Não há perspectiva de êxito... Nós somos formigas devoradoras, escondidas nas brechas... A gente já tem até foguetes antitanques.
Se bobear, vão rolar uns “stingers” por aí... Para acabar com a gente só jogando bomba atômica nas favelas... Aliás, a gente acaba arranjando “umazinhas” daquelas bombas sujas mesmo... Já pensou? “Ipanema radioativa?”
Comentário:
O “entrevistador” volta agora a ter novo ataque de idiotismo, "perguntando" a um bandido o que fazer para acabar com ele e sua organização. Dizendo que não há solução o bandido está fazendo seu jogo, mas o “repórter” contribui para este jogo ao fazer tal pergunta, com visível intuito de que fosse dado aquela resposta (isto é, de que não há solução, nada há que fazer!). Na resposta, o marginal mais uma vez se jacta de seu suposto dom literário dizendo que está lendo “Klausewitz”. Desta vez ele cita um autor menos lido para dar a entender que está entrosado na literatura, e está por dentro da “arte da estratégia” ou da guerra moderna. Como se vê, tudo arranjado...
- Sexta pergunta: mas... Não haveria outra solução?
- Vocês só podem chegar a algum sucesso se desistirem de defender a normalidade. Não há mais normalidade alguma. Vocês precisam fazer uma autocrítica da própria incompetência. Mas vou ser franco... Na boa... Na moral... Estamos todos no centro do insolúvel, só que com uma diferença muito grande, nós vivemos dele, e vocês... Não têm saída! Só a merda! E nós já trabalhamos dentro dela. Olha aqui, mano, não há solução. Sabem porque? Porque vocês não entendem a extensão do problema.
Como escreveu o divino Dante: “Lasciate ogna speranza voi Che entrate!” Percam todas as esperanças! Estamos todos no inferno!
Comentário:
Para encerrar a “entrevista” se repete a ridícula e imbecil pergunta que se vinha fazendo desde o início. Ele pretende finalizar seu “papo” com o marginal dando a entender a todo mundo que o banditismo não tem solução, e por isso repete a pergunta. Ó vós que aqui entrais, deixai toda esperança! É a resposta, baseada na obra de Dante, para aqueles que entram no inferno. Já que ele desejava informar o público sobre o perigo e a ação do PCC porque não fez ou inventou tantas outras perguntas de interesse maior da população?
Perguntas que o provável jornalista poderia ou deveria ter feito (ou fez e omitiu para dar realce a outras finalidades):
- 1. Que ligação tem o PCC com grupos internacionais como a máfia italiana ou os traficantes da Colômbia, Bolívia e Venezuela?
- 2. É verdade que alguns advogados que os defendem também fazem parte da organização?
- 3. Como é que você, num presídio de segurança máxima, consegue mandar suas mensagens a seus comandados?
- 4. Quando um elemento é aceito na cúpula do PCC faz algum juramento sectário? Isto é, na cúpula vocês constituem também uma ou várias seitas secretas que visam poder e dinheiro?
Observação: geralmente, estas entrevistas constam de várias horas de gravação e, lá na redação, o pessoal tira dali o que interessa ao jornal, isto é, o que eles desejam espalhar na população. Pode ter ocorrido que tenha havido realmente tal entrevista, e resolveram dar destaque apenas a tais perguntas e respostas, negando depois sua autenticidade para não comprometer alguém no presídio, mas com intuito de propagar aquelas idéias. No caso, a falta de esperança, a idéia de que está tudo perdido, vivemos num inferno...
Temos outro exemplo, desta vez, real. A REVISTA “ÉPOCA”, DE 27.5.2009, divulga reportagem sobre o bandido, mostrando apenas banalidades da prisão, discussão com carcereiro, com vizinho de cela, etc., nada que revele ao leitor algum aspecto interessante sobre a organização do marginal. Falando sobre banalidades, a mídia peca por banalizar a violência enquanto retida no presídio. O único destaque dado é sobre a intimidação que Marcola exercia sobre os carcereiros.

quarta-feira, 22 de outubro de 2025

O MAIS BELO CAPÍTULO DO JUÍZO FINAL

 


É bem possível que no fim do mundo nós tenhamos, no Juízo Final, um dos mais belos capítulos do Juízo Final quando Nossa Senhora for mencionada! Eu não quero dizer que Ela vá ser julgada, porque eu A acho alheia a qualquer julgamento. Ela não está em juízo, Ela não está nem sequer sob o juízo de Deus, porque Ela já foi coroada, está no Céu de corpo e alma. Mas uma vez que se vão declarar não só as culpas, mas também os méritos de todos, acho impossível que os d’Ela não sejam mencionados. 

E então, sim, quando Deus Nosso Senhor falar a respeito do mérito dos bem-aventurados, Ele falará d’Ela e saberá dizer d’Ela a palavra perfeita que A defina por inteiro e que contenha todos os elogios que Ela merece! E então todos os anjos vão cantar, vão desdobrar, vão repetir e todos os fiéis que se tiverem salvo, vão também louvar a Nossa Senhora! E, provavelmente, insistindo nas invocações, cada qual nas invocações que nesta terra mais serviram para aproximá-lo d’Ela ou que mais lhe falaram das graças d’Ela. E nesta ocasião Nossa Senhora vai ter o louvor suficiente, o louvor proporcional, inteiramente adequado em Deus! Balbucio além do qual não conseguiríamos ir, nós, homens, porque tudo o que diremos d’Ela é ainda um balbucio, mas que repetiremos por toda a eternidade. A coroa das glórias d’Ela estará completamente tecida!


(Plinio Corrêa de Oliveira - Conferência, 8 de setembro de 1970)

terça-feira, 21 de outubro de 2025

A SAGRADA ESCRITURA ELOGIANDO A BOA ESPOSA

                        

"Quem encontrará a mulher de valor? Vale muito mais do que pérolas.  Nela confia seu marido, e a ele não faltam riquezas.                             .

Traz-lhe a felicidade, não a desgraça, todos os dias de sua vida. 

Adquire a lã e o linho, e trabalha com mãos hábeis. 

É como a nave mercante, que importa de longe o grão. 

Noite ainda, se levanta para alimentar os criados. E dá ordens às criadas.        .                    

Examina um terreno e o compra, com o que ganha com as mãos planta uma vinha.  

Cinge a cintura com firmeza, e emprega a força dos braços.  

Sabe que os negócios vão bem , e de noite sua lâmpada não se apaga.     Lança a mão ao fuso, e os dedos pegam a roca.     

Estende a mão ao pobre, e ajuda o indigente. Se neva,  não teme pela casa , porque todos os criados vestem roupas forradas.         

Tece roupas para o seu uso, e veste-se de linho e púrpura.          

Na praça o seu marido é respeitado, quando está entre os anciãos da cidade.       

Tece panos para vender, e negocia cinturões.         

Está vestida de força e dignidade, e sorri diante do futuro.              

Abre a boca com sabedoria e sua língua ensina com bondade.           Vigia o comportamento dos criados, e não come pão no ócio.             

Seus filhos, levantam-se para saudá-la, seu marido canta-lhe louvores.           

Muitas mulheres ajuntaram riquezas, tu, porém, ultrapassas a todas.

Enganosa é a graça, fugaz a formosura! A mulher que teme o Senhor merece louvor!

Dai-lhe parte do fruto de suas mãos, e nas portas louvem-na suas ordens.       

(Provérbios 31, 10-31)


terça-feira, 14 de outubro de 2025

A DEVOÇÃO DE SANTA TERESA D'ÁVILA AO MENINO JESUS


 


Até hoje, é muito comum vermos a imagem do Menino Jesus nos conventos carmelitas. Entre os grandes tesouros de valor espiritual que Santa Teresa deixou no Carmelo, há várias imagens do pequeno Jesus. Entre estas, uma chama a atenção: a imagem conhecida como “El Lloroncito” (O Chorãozinho).

A bela imagem, que recorda o Menino Jesus de Praga, – que com sua mão direita abençoa e com a esquerda sustenta um globo representando o universo – se encontra no Convento São José, em Toledo; uma das fundações de Teresa de Jesus. A pequena imagem, que mede apenas 20 centímetros de altura, foi talhada em madeira no século XVII. Teresa levou-a para Toledo quando fundou o Convento, em 1569.

De acordo com uma tradição carmelitana, a pequena imagem é chamada “El Lloroncito” por que quando Santa Teresa saía do Convento de Toledo, o rosto do Menino Jesus se transformava.

No dia 8 de Junho de 1580, Santa Teresa se despedia de suas irmãs religiosas de Toledo, para dirigir-se à Segóvia. O coração, naturalmente afetuoso de Teresa, sofria cruelmente nestas despedidas, principalmente quando pensava que não veria novamente suas filhas espirituais. Desta vez, nem ela nem suas queridas irmãs se enganavam, pois todas pressentiam que a Madre chegava ao fim de sua missão aqui na terra. Segundo uma piedosa tradição, até uma imagem do Menino Jesus se juntou às monjas, derramando lágrimas na despedida da Santa de seu querido convento de Toledo. Desde então, as carmelitas chamam esta imagem do Menino Jesus com o carinhoso nome do “Niño Lloroncito”.

Noutra tradição, conta-se que Santa Teresa encontrou-se com o Menino Jesus no Mosteiro da Encarnação, em Ávila. Certo dia, a Madre descia as escadas e tropeçou, enquanto um belo menino lhe sorria. Irmã Teresa, surpresa por ver uma criança dentro do Convento, lhe perguntou: “Quem sois?”. Por sua vez, o menino responde com outra pergunta: “E quem sois vós?”. A Madre lhe disse: “Eu sou Teresa de Jesus”. E o menino, com um amplo e luminoso sorriso, lhe diz: “Pois, eu sou Jesus de Teresa”.

quinta-feira, 9 de outubro de 2025

PRECE A NOSSA SENHORA APARECIDA NO SESQUICENTENÁRIO DE NOSSA INDEPENDÊNCIA

 


Ó Senhora Aparecida.

Ao aproximar-se a data em que completamos um século e meio de existência independente, nossas almas se elevam até Vós, Rainha e Mãe do Brasil.

Cento e cinquenta anos de vida são, para um povo, o mesmo que quinze para uma pessoa: isto é, a transição da adolescência, com sua vitalidade, suas incertezas e suas esperanças, para a juventude, com seu idealismo, seu arrojo e sua capacidade de realizar.

Neste limiar entre duas eras históricas, vamos transpondo também outro marco. Pois estamos entrando no rol das nações que, por sua importância, determinam o rumo dos acontecimentos presentes, e têm em suas mãos os fios com que se tece o futuro dos povos.

 

AGRADECIMENTO

Neste momento rico em esperanças e glória, ó Senhora, vimos agradecer-Vos os benefícios que, Medianeira sempre ouvida, nos obtivestes de Deus onipotente.

Agradecemo-Vos o território de dimensões continentais, e as riquezas que nele pusestes.

Agradecemo-Vos a unidade do povo, cuja variegada composição racial tão bem se fundiu neste grande caudal étnico de origem lusa — e cujo ambiente cultural, inspirado pelo gênio latino, tão bem assimilou as contribuições trazidas por habitantes de todas as latitudes.

Agradecemo-Vos a Fé católica, com a qual fomos galardoados desde o momento bendito da Primeira Missa.

Agradecemo-Vos nossa História, serena e harmoniosa, tão mais cheia de cultura, de preces e de trabalho, do que desavenças e de guerras.

Agradecemo-Vos nossas guerras justas, iluminadas sempre pela auréola da vitória.

Agradecemo-Vos nosso presente, tão cheio de realizações e de esperanças de grandeza.

Agradecemo-Vos as nações deste Continente, que nos destes por vizinhas, e que, irmanadas conosco na Fé e na raça, na tradição e nas esperanças do porvir, percorrem ao nosso lado, numa convivência sempre mais íntima, o mesmo caminho de ascensão e de êxito.

Agradecemo-Vos nossa índole pacífica e desinteressada, que nos inclina a compreender que a primeira missão dos grandes é servir, e que nossa grandeza, que desponta, nos foi dada não só para nosso bem, mas para o de todos.

Agradecemo-Vos o nos terdes feito chegar a este estágio de nossa História, no momento em que pelo mundo sopram tempestades, se acumulam problemas,  terríveis opções espreitam, a cada passo, os indivíduos e os povos. Pois esta é, para nós, a hora de servir ao mundo, realizando a missão cristã das nações jovens deste hemisfério, chamadas a fazer brilhar, aos olhos do mundo, a verdadeira luz que as trevas jamais conseguirão apagar.

PRECE

Nossa oração, Senhora, não é, entretanto, a do fariseu orgulhoso e desleal, lembrado de suas qualidades, mas esquecido de suas faltas.

Pecamos. Em muitos aspectos, nosso Brasil de hoje não é o País profundamente cristão com que sonharam Nóbrega e Anchieta. Na vida pública como na dos indivíduos, terríveis germes de deterioração se fazem notar que mantêm em sobressalto todos os espíritos lúcidos e vigilantes.

Por tudo isto, Senhora, pedimo-Vos perdão.

E, além do perdão, Vos pedimos forças. Pois sem o auxílio vindo de Vós, nem os fracos conseguem vencer suas fraquezas, nem os bons alcançam conter a violência e as tramas dos maus.

Com o perdão, ó Mãe, pedimo-Vos também a bênção.

Quanto confiamos nela!

Sabemos que a bênção da Mãe é preciosa condição para que a prece do filho seja ouvida, sua alma seja rija e generosa, seu trabalho seja honesto e fecundo, seu lar seja puro e feliz, suas lutas sejam nobres e meritórias, suas venturas honradas, e seus infortúnios dignificantes.

Quanto é rica destes, e de todos os outros dons imagináveis, a Vossa bênção, ó Maria, que sois a Mãe das mães, a Mãe de todos os homens, a Mãe Virginal do Homem-Deus!

Sim, ó Maria, abençoai-nos, cumulai-nos de graças, e mais do que todas, concedei-nos a graça das graças. Ó Mãe, uni intimamente a Vós este Vosso Brasil.

Amai-o mais e mais.

Tornai sempre mais maternal o patrocínio tão generoso que nos outorgastes.

Tornai sempre mais largo e mais misericordioso o perdão que sempre nos concedestes.

Aumentai vossa largueza no que diz respeito aos bens da terra, mas, sobretudo, elevai nossas almas no desejo dos bens do Céu.

Fazei-nos sempre mais amantes da paz, e sempre mais fortes na luta pelo Príncipe da Paz, Jesus Cristo, Filho Vosso e Senhor nosso.

De sorte que, dispostos sempre a abandonar tudo para lhe sermos fiéis, em nós se cumpra a promessa divina, do cêntuplo nesta terra e da bem-aventurança eterna.

*    *    *

Ó Senhora Aparecida, Rainha do Brasil! Com que palavras de louvor e de afeto Vos saudar no fecho desta prece de ação de graças e súplica? Onde encontrá-las, senão nos próprios Livros Sagrados, já que sois superior a qualquer louvor humano?

De Vós exclamava, profeticamente, o povo eleito, palavras que amorosamente aqui repetimos:

— “Tu gloria Jerusalem, tu laeticia Israel, tu honorificentia populi nostro”.

Sois Vós a glória, Vós a alegria, Vós a honra deste povo que Vos ama.[1]

*    *    *

A perspectiva do sesquicentenário sugeriu esta prece a meu coração de brasileiro. Resolvi não adiar sua publicação. Espero retomar na próxima semana o assunto que começara a desenvolver no domingo passado.

(Oração de autoria de Dr. Plínio Corrêa de Oliveira, publicada no jornal “Folha de São Paulo”, 16 de janeiro de 1972)

 



[1] Publicado até aqui na revista “Dr. Plínio” n.25, abril de 2000, págs. 6/7



segunda-feira, 6 de outubro de 2025

MANIFESTAÇÃO DE UM CONDENADO PRODUZ CONVERSÃO DE GRANDE SANTO



(A propósito do dia de São Bruno, a 6 de outubro)

São Bruno de Hartenfaust, nasceu em 1032 na cidade de Colônia, na Alemanha. Sua conversão deveu-se a um caso extraordinário. Encontrava-se em Paris, para onde tinha ido para o enterro de um antigo professor, Raymond Diocres, célebre na Universidade parisiense, quando se deu o fato. O funeral de corpo presente foi soleníssimo devido ao peso de sua autoridade e de seu prestígio.

O fato é desta forma narrado pelo escritor Jacques Lefévre em sua obra "Les Ames du Purgatoire dans la vie des Saints", extraído da Vida daquele Santo:

"Com efeito, morreu em Paris, em 1082, o reputado professor da Sorbonne, Raymond Diocres. As cerimônias se realizaram na Catedral de Notre-Dame, e dela tomaram parte, além dos fiéis e de numerosos professores, também alunos do defunto, entre os quais São Bruno.

O caixão estava colocado no meio da nave central, recoberto, segundo o costume, de uma simples mortalha. Durante a cerimônia, quando o padre pronunciou as palavras rituais do salmo: "Respondei-me de quantos pecados e de quantas iniqüidades não estou eu culpado...", uma voz sepulcral fez-se ouvir, debaixo da mortalha, dizendo: "Por um justo julgamento de Deus, EU FUI ACUSADO".

Foi imediatamente levantada a mortalha, mas o defunto permanecia imóvel e frio. A cerimônia, por um momento interrompida, foi retomada, em meio a certa inquietação... Quando se chegou novamente ao versículo mencionado anteriormente, o cadáver levantou-se diante de todo o mundo, e gritou com uma voz ainda mais forte: "Por um justo julgamento de Deus, EU FUI JULGADO".

O pavor dos assistentes foi enorme. Alguns médicos aproximaram-se do defunto, recaído em sua imobilidade, e constataram que ele estava verdadeiramente morto. Contudo, não se teve a coragem de continuar a cerimônia neste dia, ela foi adiada para o dia seguinte.

Neste ínterim, as autoridades eclesiásticas não sabiam que medidas tomar para sair de tal impasse. Alguns diziam: "Nós não temos provas suficientes para concluir que Diocres esteja condenado. Ele apenas disse que havia sido ACUSADO e JULGADO". O próprio bispo compartilhou esta hipótese e, no dia seguinte, o ofício funeral foi retornado.

Mas no mesmo versículo, "Respondei-me...", de novo o cadáver levantou-se do caixão e gritou: "Não tenho necessidade de orações, pois, por um justo julgamento de Deus, FUI CONDENADO AO INFERNO, PARA SEMPRE".

Diante de tão terrível declaração a cerimônia foi suspensa e decidiu-se enterrar o cadáver em cemitério comum".

São Bruno, aterrado e impressionado em saber que seu antigo professor havia sido condenado ao inferno, mudou completamente de vida e se tornou num grande santo, tendo fundado depois a famosa Cartuxa.

sábado, 4 de outubro de 2025

O QUE FALTA AO BRASIL PARA SER UM COLOSSO?

 



  


 

 

Na segunda semana de agosto de 1995, recebeu Dr.  Plínio um pedido de seus discípulos, especialmente dos mais jovens, de que tecesse comentários ilustrativos da doutrina exposta em seu livro “Revolução e Contra-Revolução”, ou “R-CR”, como costumava chama-lo abreviadamente.

Dr. Plínio atendeu com afabilidade o pedido, começando por comentar os dizeres da página anterior, constantes na introdução da obra, escrita em 1959.

Falando especialmente de sua Pátria, para a qual sempre desejou a única verdadeira grandeza – a de professar unanimemente e com seriedade a religião Católica Apostólica Romana -, as palavras transcritas a seguir foram as últimas dirigidas a seus compatriotas nua reunião plenária, cerca de 20 dias antes de ser prostrado pela doença que o levaria à morte em 3 de outubro daquele ano.

 Notem a razão dessa afirmação (o período transcrito na página anterior) (*). Ela não é solta no ar. O Brasil possui uma extensão territorial imensa, equivalente, no conjunto latino-americano, às dimensões dos Estados Unidos na América do Norte, ou à vastidão russo-eslava na Europa e Ásia. Isso significa uma superfície colossal.

Além de senhores dessa magnitude geográfica, os brasileiros se dizem habitualmente católicos. Sê-lo-ão na realidade? Se o forem, então nosso país passa a ser uma potência enorme, à vista de todo o prestígio que ele terá no meio católico. E depois, em virtude deste prestígio, uma potência que tende ao mundial. Pois, quase que pelo simples fato de existir – quase, ou seja, não de maneira completa – o Brasil é um colosso.

Esta asserção entre pelos olhos, mas levanta uma outra indagação: “Por que o Brasil não é esse colosso? O que lhe falta para ser essa eminência?”

Surge então a pergunta essencial: “Qual é a grave lacuna do Brasil? Qual o seu grande problema?”

Eis a questão a respeito da qual, fundamentalmente, foi escrita a “R-CR”.

 

Tudo crescia no Brasil, menos o amor a Deus

Em alguns espíritos talvez se levante a seguinte interrogação: “Por que é tão importante se conhecer a causa desse não-colossismo do Brasil?”

Eu respondo: pela simples razão de que só se pode retificar o mal corrigindo as suas causas.

Assim, devemos considerar que é dado ao Brasil crescer muito em riqueza, e no tempo em que a “R-CR” foi escrita, de fato ele vinha dilatando suas riquezas. Por toda parte as estradas de ferro e de rodagem, as vias fluviais, as comunicações por transportes aéreos, etc., iam se expandindo, de modo a entusiasmar. Entretanto, esse gigante não se colossificava.

Por quê? Porque no Brasil tudo aparentemente crescia, menos o amor a Deus. E, não se desenvolvendo esse amor, tudo permanecia parado, à espera do único fator que é a verdadeira causa de todo progresso.

Podia a nação sorrir de contentamento diante dos mais variados sinais de avanço e modernidade. Novas cidades, novos centros comerciais e industriais desabrochavam aqui, lá e acolá. Entretanto, uma coisa é positiva: apesar de tudo isto, o florescimento das vias de piedade estava estancado. Sobretudo achavam-se estagnadas a virtude da Caridade, a devoção a Nossa Senhora, à causa católica no que ela tinha de mais profundo.

 

O declínio das Congregações Marianas

Com efeito, o que no Brasil havia de mais essencial, de mais vibrante e de mais cheio de seiva católica, não só não crescia, mas decrescia: era o movimento das Congregações Marianas.

Por uma misteriosa concatenação de causas – cuja análise suporia uma longa e inoportuna explicação – o Brasil conheceu uma imensa explosão de crescimento católico por ocasião das eleições para a Assembleia Constituinte de 1934.

Naquela época, existiam no país alguns partidos políticos inexpressivos, sem importância e sem verdadeiro peso no cenário nacional. O grosso da Nação desejava um Brasil Católico, Apostólico e Romano, em que as leis e doutrinas do Estado fossem todas conformes às doutrinas da Igreja, e no qual, de outro lado, os anseios da população se identificassem claramente com os anseios católicos.

Em suma, aparecera uma população sobretudo de jovens que queria um Brasil jovem, um Brasil onde tudo se pautasse pela Doutrina da Igreja, ativa e imperativamente, de maneira a ninguém ter a coragem de almejar o contrário. Esta grande aspiração coletiva se corporificou no movimento das Congregações Marianas, o qual, por sua vez, se corporificou de modo especial em algumas congregações de uma vitalidade particularmente intensa.

Quando vieram as eleições de 1934, esse desejo explodiu, e em todas as Congregações Marianas do país o que se pediu foi a marianização, a catolicização do Brasil. Antes de tudo, exigia-se a proibição do divórcio. Ainda não tínhamos essa iníqua lei, e os congregados batalhavam contra ela. A par dessa proibição, queriam eles também a imposição do ensino católico obrigatório.

Quer dizer, pelo que as leis do tempo estabeleciam, o Brasil deveria ter um ensino todo ele católico, seja no âmbito público como no particular. Por causa disso, nas escolas oficiais e extra-oficiais, a matéria ensinada deveria ser católica. Os professores dessas matérias deveriam ser católicos, e a medula do pensamento lecionado nessas matérias deveria ser o pensamento católico.

 

Penitenciárias de ontem e de hoje

O Brasil não se conformava, ainda, com a ideia de que nas suas penitenciárias públicas não houvesse o ensino oficial da doutrina católica para os prisioneiros, para aqueles que estavam assenhoreados pelo Estado. Se o tivessem, poderiam eles se capacitar da veracidade do Catolicismo. E então, a esses miseráveis prisioneiros, vítimas dos vícios da época e dos vícios da Nação, seria dada a oportunidade de se modificarem e de – pelo menos em grande número de casos concretos – passarem a praticar verdadeiramente a religião católica.

A esse propósito, lembro-me de uma ocasião em que visitei a penitenciária de São Paulo, na companhia de uma personalidade que era ali recebida oficialmente. Recordo que visitamos a penitenciária inteira, e depois fomos conduzidos pelo diretor a uma espécie de sala de concerto, na qual os prisioneiros se sentaram em cadeiras adequadas. Quando chegou o momento, o maestro da fanfarra da penitenciária começou a fazê-los cantar o arrependimento do mal que tinham feito, a tristeza que sentiam, a vontade de fazer o bem, e a pedir, por meio de orações a Nossa Senhora, que a Providência alterasse a eles no fundo do coração, regenerando-os. E que fizesse os filhos deles parecidos, não aos pais criminosos, mas ao contrário do mau exemplo que eles tinham dado, etc.

Enquanto se ouvia aquela música, impressionei-me vivamente, muito bem surpreendido com o que se cantava. Não tinha prestado atenção no visitante, nem no diretor da penitenciária. Quando olhei para os dois, eles choravam de emoção, de alegria e de vontade de que aqueles pedidos se realizassem, e que assim se remodelasse, até às suas profundidades, o nosso imenso Brasil.

Ora, quando se vai a uma penitenciária de hoje, o que se encontra?

Tráfico de drogas, defeitos de caráter moral de toda ordem, inclusive tendência de permitir a homossexualidade, alegando-se que dessa maneira a vida a dois se torna mais alegre para o homem. Sem mencionar a decadência do ensino religioso, quando há!

Mas, se fosse apenas isto, como seria feliz o Brasil!

Como o Brasil é infeliz... Hoje percebemos a degringolada e o tremendo desvio em que a estagnação de nosso amor a Deus lançou o país, impedindo-o de ser essa potência católica cuja ausência eu lamento logo nas primeiras páginas da “R-CR”.

 

“Tornamo-nos um colosso porque nos tornamos de Deus”

De tudo o acima dito, resta a conclusão de que devemos conhecer e combater o mal em virtude do qual o Brasil não é um colosso. Importa-nos saber que temos muitíssimos para sermos um colosso, mas que não o somos. E o que falta para sermos o que deveríamos ser, é aquilo que nós não temos, não possuímos, e que nos toca realizar em nós, dolorosa, esforçada e combativamente. Cumpre que, na vida de todos os dias, no modo de agir, de pensar, de progredir, todos os brasileiros entendam que devemos recolossificar-nos, por assim dizer. Devemos crescer, e crescer em  profundidade, em raízes, em sulco, em força, e não apenas em território, nem apenas em riqueza.

Assim, raiará para o Brasil o momento em que possamos dizer: “Tornamo-nos um colosso porque nos tornamos de Deus!”[1]

 

(*) – Eis o texto a que ele se refere:

“O estudo da Revolução e da Contra-Revolução excede de muito, em proveito, este objetivo limitado.

Para demonstrá-lo, basta lançar os olhos sobre o panorama religioso de nosso País. Estatisticamente, a situação dos católicos é excelente: segundo os últimos dados oficiais, constituímos 94% da população. Se todos os católicos fôssemos o que devemos ser, o Brasil seria hoje uma das mais admiráveis potências católicas nascidas ao longo dos vinte séculos de vida da igreja.

Por que, então, estamos tão longe deste ideal? Quem poderia afirmar que a causa principal de nossa presente situação é o espiritismo, o protestantismo, o ateísmo ou o comunismo? Não. Ela é outra, impalpável, sutil, penetrante como se fosse uma poderosa e temível radioatividade. Todos lhe sentem os efeitos, mas poucos saberiam dizer-lhe o nome e a essência”.

Mais adiante, ele, o próprio Autor, a define: “Esse inimigo tem um nome: ele se chama Revolução”.

(Extraído de “Revolução e Contra-Revolução”, Chevalerie Artes Gráficas e Editora Ltda, 1993, Introdução, págs. 4/5)

   

 



[1] Revista “Dr. Plínio”, n. 13, abril de 1999, págs. 22/26