No livro de Plínio Corrêa de Oliveira, “Revolução e Contra-Revolução” está contido todo o desenvolvimento da luta dos filhos das trevas contra a Igreja e a Civilização Cristã nos últimos 5 séculos. Um dos santos que mais entendeu esta temática foi o Beato Palau, descrevendo, denunciando e combatendo a Revolução em tua a sua essência, inclusive manifestando que um dos principais fatores de propulsão da Revolução são o orgulho e a sensualidade.
A Revolução pretende
a destruição da Ordem por excelência: “Assim,
o que tem sido destruído, do século XV para cá, aquilo cuja destruição já está
quase inteiramente consumada em nossos dias, é a disposição dos homens e das
coisas segundo a doutrina da Igreja, Mestra da Revelação e da Lei Natural. Esta
disposição é a ordem por excelência. O que se quer implantar é, per diametrum, o
contrário disso. Portanto, a Revolução por execelência”.[1]
No exemplo a seguir
vemos um trem indo em direção de uma catástrofe sem que ninguém o perceba,
assim como a Revolução guia os povos modernos, os quais, por castigo, não sentem
a presença do perigo. Então, quem guia o mundo moderno não é o maquinista do
trem, simbolizando os chefes das nações, mas o próprio Satanás, o qual preparou
antecipadamente o desastre, que será o caos e o desespero das populações.
Segundo o Beato
Francisco Palau Y Quer, essa Revolução é a que realiza os anúncios das Sagradas
Escrituras relativos à apostasia dos últimos tempos. A análise racional,
tranquila e vigorosa dos acontecimentos sociopolíticos contemporâneos o confirmava
nesta sua convicção. A Revolução leva a uma catástrofe que o Beato Palau queria
evitar. No século XIX a humanidade imergia de modo displicente e veloz na
anarquia, impelida pelas tendências desordenadas que alimentam a Revolução,
especialmente o orgulho e a sensualidade. Por isso, o Beato Palau concluiu que
a dinâmica revolucionária impulsiona o mundo de modo implacável ao caos e ao
desaparecimento da ordem social. Um exemplo patente de como se caminha para
este caos podemos ver como algumas nações são dirigidas hoje em dia, como o
Brasil e a Venezuela.
O beato usava como
exemplo um acidente ferroviário que abalou seus contemporâneos. Um temporal
derribara uma ponte na Catalunha, e um trem expresso – naquela época símbolo
embriagador do progresso industrial – sem saber do acontecido, precipitou-se no
abismo durante a noite. Ele viu no acidente uma parábola do mundo superficial e
despreocupado, portador de restos de cultura e religião, sendo conduzido pela
Revolução rumo a uma catástrofe que o bem-aventurado desejava evitar, mas que
ninguém queria ouvir falar:
“Uma horrorosa catástrofe anunciada pelos profetas,
por Cristo, pelos Apóstolos e por todos os porta-vozes mais autorizados do
catolicismo. A sociedade atual, conduzida em massa pelo poder das trevas e pelo
poder político, subiu num trem. Mas os maquinistas a levam para os infernos. A
estação de onde saiu chama-se Revolução, a próxima estação chama-se Catástrofe
Social.”
“Agora o trem circula entre uma estação e outra. Os
passageiros não pensam, o Ermitão dá berros fortíssimos: ‘Parem, voltem
atrás!’.”
“Mas essa voz, que é a própria voz do catolicismo,
é sufocada pelo ruído do trem. (...) A tempestade levou a ponte. Era noite e o
trem que partiu de Gerona ia em frente. Os viajantes não sabiam do perigo, mas
a ponte não estava ali. As trevas escondiam o risco, até chegar ao abismo. A
locomotora deu um pulo e não tinha asas, faltavam os trilhos, só havia o
precipício. Ela caiu, arrastando consigo os carros e os passageiros. E as águas
os engoliram.”
“Eles não acreditaram no perigo, mas ele existia,
era verdadeiro, e a incredulidade não os salvou, mas os perdeu.”
“Os maquinistas e condutores do trem para onde vai
à sociedade atual estão ébrios, perderam o juízo. Não vedes que não acertam
uma?”
“Descei enquanto puderdes, e jogai-vos nos braços
da Igreja, vossa Mãe, e assim vos salvareis.”
("Catástrofe
social", El Ermitaño, Nº 40, 5-8-1869)
[1]
Parte I – Cap. VII, E - de “Revolução e Contra-Revolução”, Ed. Chevalerie Artes
Gráficas Ltda - pág. 55
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