quinta-feira, 26 de junho de 2025

O TREM DA REVOLUÇÃO SEGUNDO O BEATO FRANCISCO PALAU

 



No livro de Plínio Corrêa de Oliveira, “Revolução e Contra-Revolução” está contido todo o desenvolvimento da luta dos filhos das trevas contra a Igreja e a Civilização Cristã nos últimos 5 séculos. Um dos santos que mais entendeu esta temática foi o Beato Palau, descrevendo, denunciando e combatendo a Revolução em tua a sua essência, inclusive manifestando que um dos principais fatores de propulsão da Revolução são o orgulho e a sensualidade.

A Revolução pretende a destruição da Ordem por excelência: “Assim, o que tem sido destruído, do século XV para cá, aquilo cuja destruição já está quase inteiramente consumada em nossos dias, é a disposição dos homens e das coisas segundo a doutrina da Igreja, Mestra da Revelação e da Lei Natural. Esta disposição é a ordem por excelência. O que se quer implantar é, per diametrum, o contrário disso. Portanto, a Revolução por execelência”.[1]

No exemplo a seguir vemos um trem indo em direção de uma catástrofe sem que ninguém o perceba, assim como a Revolução guia os povos modernos, os quais, por castigo, não sentem a presença do perigo. Então, quem guia o mundo moderno não é o maquinista do trem, simbolizando os chefes das nações, mas o próprio Satanás, o qual preparou antecipadamente o desastre, que será o caos e o desespero das populações.

Segundo o Beato Francisco Palau Y Quer, essa Revolução é a que realiza os anúncios das Sagradas Escrituras relativos à apostasia dos últimos tempos. A análise racional, tranquila e vigorosa dos acontecimentos sociopolíticos contemporâneos o confirmava nesta sua convicção. A Revolução leva a uma catástrofe que o Beato Palau queria evitar. No século XIX a humanidade imergia de modo displicente e veloz na anarquia, impelida pelas tendências desordenadas que alimentam a Revolução, especialmente o orgulho e a sensualidade. Por isso, o Beato Palau concluiu que a dinâmica revolucionária impulsiona o mundo de modo implacável ao caos e ao desaparecimento da ordem social. Um exemplo patente de como se caminha para este caos podemos ver como algumas nações são dirigidas hoje em dia, como o Brasil e a Venezuela.

O beato usava como exemplo um acidente ferroviário que abalou seus contemporâneos. Um temporal derribara uma ponte na Catalunha, e um trem expresso – naquela época símbolo embriagador do progresso industrial – sem saber do acontecido, precipitou-se no abismo durante a noite. Ele viu no acidente uma parábola do mundo superficial e despreocupado, portador de restos de cultura e religião, sendo conduzido pela Revolução rumo a uma catástrofe que o bem-aventurado desejava evitar, mas que ninguém queria ouvir falar:

“Uma horrorosa catástrofe anunciada pelos profetas, por Cristo, pelos Apóstolos e por todos os porta-vozes mais autorizados do catolicismo. A sociedade atual, conduzida em massa pelo poder das trevas e pelo poder político, subiu num trem. Mas os maquinistas a levam para os infernos. A estação de onde saiu chama-se Revolução, a próxima estação chama-se Catástrofe Social.”

“Agora o trem circula entre uma estação e outra. Os passageiros não pensam, o Ermitão dá berros fortíssimos: ‘Parem, voltem atrás!’.”

“Mas essa voz, que é a própria voz do catolicismo, é sufocada pelo ruído do trem. (...) A tempestade levou a ponte. Era noite e o trem que partiu de Gerona ia em frente. Os viajantes não sabiam do perigo, mas a ponte não estava ali. As trevas escondiam o risco, até chegar ao abismo. A locomotora deu um pulo e não tinha asas, faltavam os trilhos, só havia o precipício. Ela caiu, arrastando consigo os carros e os passageiros. E as águas os engoliram.”

“Eles não acreditaram no perigo, mas ele existia, era verdadeiro, e a incredulidade não os salvou, mas os perdeu.”

“Os maquinistas e condutores do trem para onde vai à sociedade atual estão ébrios, perderam o juízo. Não vedes que não acertam uma?”

“Descei enquanto puderdes, e jogai-vos nos braços da Igreja, vossa Mãe, e assim vos salvareis.”

 

("Catástrofe social", El Ermitaño, Nº 40, 5-8-1869)

 

 

 



[1] Parte I – Cap. VII, E - de “Revolução e Contra-Revolução”, Ed. Chevalerie Artes Gráficas Ltda - pág. 55

Nenhum comentário: