segunda-feira, 4 de novembro de 2024

UM DOS SINTOMAS DA FALÊNCIA MIDIÁTICA MODERNA

 




Consideramos aqui como mídia aqueles órgãos oficiais que dizem merecer credibilidade na opinião pública, como jornais, revistas, rádios e TVs. Quanto aos órgãos impressos, como jornais e revistas, basta dá uma olhada nas antigas bancas de jornais para ver como o público não mais os consome. Alguns anos atrás o “New York Time” tinha uma tiragem em torno de 6 milhões de exemplares, e hoje não passa de algumas centenas de milhares. A “Folha de São Paulo” perde, a cada diz, mais eleitores, com edições minguadas. Televisão e rádio, porém, ainda resta algum público que lhes apreciam algum tanto, embora não como antigamente. A principal delas, a Globo, alguns atrás alardeava ter uma audiência de 40 milhões, e hoje talvez não chegue a 10, e mesmo assim somente nas lojas, nas clínicas e nos shoppings. A falta de credibilidade de tais órgãos da mídia é algo clamoroso, que chama a atenção de qualquer um de nossos contemporâneos.

Um dos principais motivos que os fazem perder cada vez mais a credibilidade da opinião pública é a ação facciosa e tendenciosa nas notícias e informações dadas. Por exemplo, o vergonhoso silêncio em torno da maior personalidade religiosa falecida no início do mês, em 1º de novembro, Monsenhor João Scognamíglio Clá Dias. Eles sabem de tudo, e informam tudo, a respeito de políticos, de bandidos, de artistas, de jogadores de futebol, mas nada sabem sobre uma das mais pujantes personalidades católicas atuais.

Então os principais jornais e TVs sabem de tudo, menos da existência e morte de um líder e fundador de uma grande ordem religiosa existente em quase 80 países? Eles não assistem os vídeos que a instituição posta no YouTube?

Desconhecem, por exemplo, que essa ordem religiosa congrega milhares de pessoas no mundo, incluindo aderentes e simpatizantes, além de seus sacerdotes, monges e freiras? Nada sabem, ou fingem desconhecer, que calcula-se em alguns milhões os católicos que fizeram consagração à Nossa Senhora através dos Arautos do Evangelho? Ou então que a instituição tem uma das maiores publicações religiosas do mundo, a sua principal revista?

Desconhecem ou ignoram que Monsenhor João Clá é um escritor, autor de obras com milhares e até milhões de exemplares já publicados e vendidos? Desconhecem que seu nome é destaque em institutos de renome internacional, tanto na Europa quanto nas Américas?

Desconhecem ou ignoram que fundou alguns conventos e basílicas católicas, cujos edifícios são obra prima de beleza e arquitetura?

Muito mais do que isso: nada sabem sobre o apostolado intenso feito por esse grande defensor da nossa fé, especialmente entre a juventude, dando educação e instrução relevante a milhares deles em vários países do mundo?

Por que a mídia ignora tais fatos? Por que ignora, ou faz de conta que ignora, a existência de um personagem tão fantástico, o qual realizou uma obra primorosa e espantosa, não somente no Brasil, mas em mais de 70 países? O fato da Providência Divina ter suscitado tal vocação no Brasil, nos dando uma condição de liderança no mundo não deveria ser motivo de notícias e comentários?

Não. Não saiu em nenhum jornal de grande tiragem, em nenhuma publicação de grande público, nem em nenhum grande canal de TV, uma só palavra, uma simples menção ao falecimento de tão grande personagem, que fez história, mas eles pretendem dessa forma abafar sua boa fama.  Essa é uma das razões pelas quais a mídia oficial, essa “tuba da publicidade” do mundo moderno, composta de elementos tendenciosas e alheios ao pensamento popular, está perdendo cada vez mais credibilidade perante o povo.

 

 


sexta-feira, 1 de novembro de 2024

O Culto a Todos os Santos

 


 


Hoje nós temos o encerramento do mês do Rosário e é vigília da festa de todos os Santos.

Como o Santo do Dia vai ser muito rápido, porque nós temos um audiovisual a contemplar depois, eu queria apenas lembrar aos senhores qual é propriamente o objeto deste culto de todos os Santos.

O culto de todos os Santos envolve o culto a todas as almas que estão no céu, ainda que sejam almas não canonizadas, porque em algum sentido da palavra, qualquer alma que esteja no céu, que se tenha salvo, é uma alma santa. Ela está na presença de Deus, vê Deus face a face e agrada a Deus inteiramente e naturalmente o número de pessoas que estão no céu é um número incontável.

Com isto a Igreja não tem possibilidade não só de cultuar adequadamente todos os Santos que ela canonizou, mas, sobretudo, de cultuar um número enorme de almas que estão no céu e às quais não se pode prestar um culto regular, porque de fato não se sabe se elas estão salvas ou não, mas que gozem da presença de Deus.

Por todas estas almas nós temos razões para rezar, nós temos razões para pedir a proteção delas, mas há, naturalmente, algumas almas que têm conosco uma relação especial e que, se bem que não nos tenham conhecido nesta vida, nem nós as conheçamos, por esta relação que têm conosco, evidentemente são intercessoras junto a Deus por nós. Vale a pena neste dia a gente se recomendar a estas almas.

Quais são estas almas? Antes de tudo e de mais nada, as almas que pertenceram à mesma família espiritual que nós, ou do gênero das nossas. Quanto cruzado morreu lutando na Terra Santa, quanto cruzado morreu lutando na Espanha e em Portugal pela Reconquista, quanto cruzado morreu lutando pela subjugação dos povos pagãos do norte da Europa!

São almas irmãs das nossas, porque nós compreendemos, como elas compreenderam, uma luz especial, um esplendor que há em colocar a força a serviço da fé e em apresentar o triunfo da fé baseado num braço forte, num ânimo aguerrido, numa disposição de sacrificar a vida, de sacrificar tudo para obter a vitória da Igreja.

As almas que morreram na Vandéia, as almas que morreram na insurreição carlista, os sanfedistas que lutaram contra a Revolução no sul de Nápoles, os zuavos pontifícios que há cem anos atrás lutavam heroicamente para impedir que os Estados Pontifícios caíssem nas mãos dos garibaldinos, os carlistas, os cristeros e quantos outros, são almas irmãs das nossas. Eles se encontram no céu, eles rezam por nós especialmente, como nós no céu, quando lá estivermos, vamos combater e rezar especialmente por aqueles que combaterem a Revolução na terra.

D. Vital Maria Gonçalves de Oliveira, glorioso antecessor de um infeliz D. Helder Câmara na sede de Olinda e Recife, é uma alma que lutou contra a Maçonaria, é uma alma irmã da nossa; Mons. Delassus, que escreveu “La Conjuration Anti-Chrétiène”; quantos homens passaram a vida inteira lutando, por amor à Deus, contra a maçonaria e foram perseguidos, ou opressos, estraçalhados, às vezes assassinados: todos estes são almas irmãs das nossas. O céu está cheio de almas assim, irmãs das nossas, e nós nos devemos voltar para elas especialmente.

Nós não podemos esquecer nas nossas orações dos membros do Grupo que já estão no céu e que nos precederam.

Todas estas são almas que hoje, o dia de todos os Santos, nós cultuamos. Não é para o dia dos defuntos: no dia dos defuntos das almas que a gente acha que estão no purgatório. Amanhã, se houver ocasião, falarei… ou depois de amanhã falaremos à respeito do purgatório.

Estas são almas que estão no céu: a elas nós nos devemos confiar. Isto tudo são as orações, que nós devemos recorrer nesta ocasião. Nós devemos, então, pedir, amanhã, no dia de todos os Santos, que estas almas zelem por nós e que nos levem para o céu.

Santa Teresinha do Menino Jesus tinha um culto muito bonito para os irmãos dela mortos batizados, mas antes da idade da razão. Ela dizia que eram os santos da família dela: a família dela iria produzir uma santa muito maior do que tudo isto, mas eram santos da família dela.

Todos nós temos em nossas famílias pessoas que morreram assim, em idade prematura, e que realmente têm esta graça: são batizados e vão diretamente para o céu sem terem sofrido. Para todos estes nós devemos rezar e rezar muito: são os santos que, amanhã, a Igreja cultua.

 

 (Plínio Corrêa de Oliveira - “Santo do Dia”, 31 de outubro de 1970)