terça-feira, 25 de abril de 2023

O PODER DE FOGO DA COMPUNÇÃO

 



Eu tenho uma pedra dentro de mim difícil de ser quebrada. As montanhas mais rochosas são estilhaçadas e derretidas pelo fogo do vulcão; essa pedra, porém, resiste aos mais potentes fogos materiais e continua intacta. Não há fogo material que a quebre ou derreta.

Que pedra é essa? De que dureza é sua composição?

Não se pode dizer que ela é de gelo, porque nesse caso o sol a derreteria sem ser preciso quebrar.  Ela tem algo do gelo pela sua frieza, mas tem, entretanto, uma dureza ainda maior.

Ela é impenetrável, pois a água das chuvas (nesse caso, chuvas de graças divinas) nela não penetra, tal é sua compactação e impenetrabilidade. Rija, dura, compacta e indiferente ao tempo e à natureza, ela teima em viver isolada do resto do mundo, não se abre aos que estão ao seu redor.

Que pedra é essa?

É a matéria de que é feito o meu coração, que foi se acumulando ao longo do tempo em seu interior e formando coisa assim tão dura. Toda essa matéria é formada por grãozinhos acumulados dos inúmeros pecados veniais, assim como de lascas rochosas enormes e compactas, equivalentes aos pecados mortais, que resistem ao tempo mais implacável. São tantas que formam uma só massa compacta e dura. Só um vulcão pode derretê-las.

Que vulcão será esse?

Lá pelas profundezas da terra há grande quantidade de fogo ardendo sem parar. Assim também nas camadas mais profundas do nosso coração há fogo semelhante. Que fogo é esse? Posso dizer que é o fogo da compunção, o arrependimento e a dor por haver pecado, que não aflora por si à superfície, mas por influxo da graça divina, pois provém somente do Espírito Santo. E, aflorando à superfície, é alimentado por outro fogo, oriundo do olhar materno da Santíssima Virgem Maria, Mãe de Deus.

Vinde, bendito olhar! Vinde, da profundeza de seu Imaculado Coração e surja na superfície do meu pobre coração como um vulcão que sai do interior da terra, para  assim derreter essa pedra de que é composto ele! Derreta-a, consuma-a inteiramente, se for possível, a fim de que ele possa cumprir finalmente seu destino e sua vocação.

Minha Mãe, do olhar de fogo, desejo ardentemente que esse Vosso olhar se derrame dentro do meu coração e o derreta completamente!

Vós, somente Vós, podeis fazer isso! E se podeis, o farás, assim espero!

 Talvez pensando nisso o Senhor Doutor Plínio fez a seguinte oração:

 

“Minha Mãe,

Vós sois a Rainha de todas as almas, mesmo das mais duras e empedernidas, desejosas contudo de se abrirem à vossa misericórdia.

Peço-Vos, pois, sede Rainha de minha alma, quebrai nela os rochedos de maldade, as resistências abjetas que de Vós me separam. Dissolvei, por um ato de vosso império, as paixões desordenadas, as volições péssimas, os restos dos meus pecados passados que tenham permanecido no meu íntimo. Limpai-me, ó minha Mãe e Rainha, para que eu seja inteiramente vosso. Amém.”


ORAÇÃO Á MINHA MÃE, SENHORA E RAINHA DO MEU CORAÇÃO

 Quando Vos lembrareis de vosso indigno escravo?  Não será para castigar meus inúmeros e horríveis pecados. Vós lembrareis deles, sim, mas apenas para aquilatar, medir, mensurar pra mim mesmo minha grande miséria (somente nisso sou grande) e ter compaixão de minha alma.

Não será para condenar-me por causa das constantes infidelidades, pois lembrar-Vos-eis delas apenas para mandar um Anjo tocar meu coração a fim de lhe amolecer a dureza.

Vos lembrareis de mim todo o instante em que olhardes o Sagrado Coração de vosso Filho e ver nele as dores que tenho Lhe provocado e o tanto de sangue nele derramado. E também ao olhardes para todo o Sagrado Corpo d’Ele e, contemplando-O, e por amor a Ele, fazer-me compreender que tudo Ele sofreu para a salvação de minha alma.

Depois de tudo, Vós não Vos lembrareis deste miserável escravo, socorrendo-o, amparando-o, convertendo-o, não por causa daquilo que ele porventura representa (que não é nada), mas pelo que representa Vosso Filho para mim e todos os demais homens, e por causa da grande vocação que Ele me chamou?

Quando eu rezar “Lembrai-Vos, ó piíssima Virgem Maria,”, colocai vossa memória no exercício de fazer a minha conhecer e relembrar meu passado miserável, mas apenas para merecer de Vós a misericórdia, o perdão, o auxílio poderoso, que, aliás, nunca falhou.

Se Vós lembrardes algum instante em que este escravo vosso praticou alguma virtude que o faça possuir algum mérito, peço que me faça compreender que nada fiz sem Vós, e que por isso nenhuma de minhas virtudes mereça vossa atenção, nem que sejam lembradas ou premiadas, pois o escravo não tem nada de si, tudo dele pertence à Sua Senhora, inclusive tudo o que é bom. Lembrai-Vos, antes de tudo, de meus vícios e pecados, pois é para eles que Vós possuís o remédio desta quase infinita misericórdia.

Vós sois, pois, minha força e fortaleza, meu sustentáculo, garantia de minha santificação e salvação, proteção segura contra meus inimigos, seiva de meu sangue e energia de meu coração, alma de minha alma, minha protetora e seguro amparo nos perigos, tesoureira das graças de minha constante conversão, refúgio de meus males, ouvidora de meus queixumes, senhora de minha alma e de minha vontade, ordenadora e Senhora de meu Anjo da Guarda e dos demais Santos Anjos, inspiradora dos meus santos desejos, abafadora de meus maus pensamentos, garantia de socorro nas minha mais urgentes necessidades, rica Senhora doadora das minhas riquezas, protetora de minha extrema pobreza, Senhora da minha mesa, fornecedora de meu pão material e espiritual, portadora da minha Verdade e da minha Cruz, dominadora das minhas paixões, exterminadora dos meus vícios, edificadora da minha vida espiritual, meu modelo de virtudes e santidade, guia do meu Paraíso de delícias na eternidade, glória dos Santos Anjos e da Santíssima Trindade, dispensadora de todos os dons e riquezas da ordem universal.

Alívio e consolo de minhas cruzes, exemplo máximo de minha vocação. Vítima expiatória de meus pecados juntamente com Vosso Divino Filho, suprema exorcista dos demônios que me tentam e atormentam, sofredora irmanada de minhas dores a fim que eu possa expiar também não só meus pecados mas os dos outros homens,  pacificadora de meus ímpetos de ira, animadora de minha ira apenas para com o mal e o pecado, inspiradora de minhas meditações que me elevam  a Deus, subjugadora das minhas más inclinações.

Coração ardente de caridade, Rainha do meu coração; sagradas mãos que me abençoam e me amparam; peito que alimenta e acolhe o meu coração sofredor e indigno; sagrados ombros que me carregam quando desfaleço; olhos quase divinos que fazem penetrar no interior do meu coração toda a Santíssima Trindade, ocupando o lugar vazio deixado pelos demônios; sagrada boca que me ensina e admoesta; estrela rutilante que guia meus passos no caminho do céu; proprietária de minha alma por toda e eternidade; minha Mestra na escola divina da ascese; sustentáculo da minha vida mística; bondade suprema que se desvela em atos de afetos para com minha alma:

DERRAMAI O VOSSO OLHAR NO INTERIOR DE MINHA ALMA, pois tal olhar tem o poder do fogo do vulcão para derreter toda a dureza que há em meu coração, exorcizando todas as más inclinações e todos os demônios que por acaso ainda estejam nele produzindo males. Se assim o fizerdes, tenho certeza que aflorará do interior dele um fogo devorador, o fogo vulcânico da compunção e de arrependimento, dando lugar a tantas maravilhas que só o poder do vosso olhar poderá produzir.

 

Juraci Josino Cavalcante

(Seu indigno filho e escravo - 26.04.2023, festa de Nossa Senhor do Bom Conselho de Genazzano)

 

Talvez pensando nisso o Sr. Dr. Plínio compôs a seguinte oração:

 

“Minha Mãe,

Vós sois a Rainha de todas as almas, mesmo das mais duras e empedernidas, desejosas contudo de se abrirem à vossa misericórdia.

Peço-Vos, pois, sede Rainha de minha alma, quebrai nela os rochedos de maldade, as resistências abjetas que de Vós me separam. Dissolvei, por um ato de vosso império, as paixões desordenadas, as volições péssimas, os restos dos meus pecados passados que tenham permanecido no meu íntimo. Limpai-me, ó minha Mãe e Rainha, para que eu seja inteiramente vosso. Amém.”

 






 

 

 

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