segunda-feira, 18 de junho de 2018

MARIA, CHEIA DE GRAÇAS





A propósito da plenitude da graça em Nossa Senhora, importa considerarmos, ainda, o testemunho de São Luís Grignion de Montfort, acompanhado de sábias ponderações do Prof. Plinio Corrêa de Oliveira.
Assim se exprime aquele Santo: “Só Maria achou graça diante de Deus (Lc 1, 30) sem auxílio de qualquer outra criatura. E todos, depois d’Ela, que acharam graça diante de Deus, acharam-na por intermédio d’Ela e é só por Ela que acharão graça os que ainda virão. Maria era cheia de graça quando o Arcanjo Gabriel A saudou (Lc 1, 28) e a graça superabundou quando o Espírito Santo A cobriu com sua sombra inefável (Lc 1, 28)”
Ouçamos agora o comentário que deste trecho nos faz o Prof. Plinio Corrêa de Oliveira:
“O pensamento é muito ligado ao admirável fato do crescimento da graça em Nossa Senhora.
Sempre cheia de graça, houve porém determinado momento em que a Santíssima Virgem, pela sua perfeita fidelidade, e por gratuita predileção de Deus para com Ela, adquiriu naquele instante a plenitude de dons celestiais correspondente: o momento em que o Espírito Santo A desposou, e n’Ela quis que Nosso Senhor Jesus Cristo fosse concebido.
São Luís Grignion, com a exatíssima e ardorosa linguagem que o caracteriza, depois de falar em plenitude, indica que houve um transbordamento de graças a partir do momento em que Nossa Senhora se tornou Esposa do Espírito Santo e Mãe do Salvador.
Tudo leva a crer que a gestação de Nosso Senhor Jesus Cristo, por ter sido perfeita, tenha durado nove meses normais. Nesse período, Maria Santíssima trazia consigo, como num tabernáculo, o Verbo Encarnado. Isso significava um processo interno de produção do corpo d’Ele, a qual deveria corresponder, certamente, um processo de união de alma como Filho que Ela estava gerando. Ela Lhe dava o corpo e Ele A revestia de graças em proporções inimagináveis.
“Está dito tudo – pensará alguém. Ora, precisamente, não está tudo dito”.
Depois disso, Ela deveria aproveitar, com perfeitíssima fidelidade, os trinta anos de vida oculta de seu Divino Filho. Cada minuto de presença de Nosso Senhor Jesus Cristo na Sagrada Família representava imensa graça para Maria e São José, superiormente correspondida pelos dois.
E a santificação de Nossa Senhora continua até o momento em que, depois da Ascensão de Jesus Cristo, recebe o Espírito Santo para distribuí-Lo a toda a Igreja (em Pentecostes sabemos que o Espírito Santo desceu sobre Ela na forma de uma chama que, em seguida, se derramou sobre todos os Apóstolos).
Enfim, no momento em que Lhe era como que impossível crescer ainda em santidade, de tal maneira sua alma estava repleta de celestiais dons, Nossa Senhora teve a sua “dormição”, como é chamada sua morte, por uma linguagem teológica muito apropriada e muito poética.


(Pequeno Ofício da Imaculada Conceição Comentado – João S. Clá Dias,pp. 50/52)





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