domingo, 17 de dezembro de 2017

O PRÍNCIPE DA PAZ






O Mundo Católico, e com ele, todos os povos da terra voltam-se no dia 25 de dezembro para a manjedoura de Belém, a fim de adorar, cheio de fé, o Menino que aí repousa, ao admirar um acontecimento cuja explicação em vão se procura nas leis que regem os acontecimentos humanos.
Na época em que vivemos, de ruínas materiais e catástrofes morais, o Natal surge como um ponto luminoso de esperança entre as nações que correm, tateando, inseguras, em busca de uma ordem que lhes assegure um bem-estar ainda não encontrado.
Mas, infelizmente para a maioria dos povos, o Natal não passa de um desses símbolos que exaltam as energias momentaneamente, sem lhes incutir vigor novo e duradouro!
Querem a paz, a concórdia, a felicidade, mas desejam que tudo isso lhes caia do céu, ou brote da terra, sem a menor colaboração própria. O Menino Deus há de necessariamente dar-lhes todo o bem, não tanto pela reimplantação de uma civilização baseada nos princípios que Ele veio trazer à terra, como por um encantamento que uniria inexplicavelmente todos os corações.
Esse Menino que adoramos reverentes e causa a admiração misteriosa aos que não O reconhecem senão de nome, é, sim, o “Príncipe da Paz”(Is 9, 6), que trouxe à terra, na suavidade de Sua pessoa, todo o bem, todo o amor capaz de tornar felizes o universo inteiro e mil mundos, caso existissem!
Mas essa Paz se condiciona a uma só coisa os homens e as nações devem se submeter á Sua Lei, à Seu Evangelho.
Eis a Paz que o Senhor Menino vaio trazer à terra. Paz para cuja implantação devem colaborar todos – nações e indivíduos – com sua docilidade à Lei Divina. Só estes – os homens de real bondade – gozarão da Paz que o Natal trouxe aos homens da terra. Fora disso, toda admiração pelo Menino Deus não passa de uma impiedade mais ou menos consciente, mais ou menos inconsciente. E para os ímpios não há paz.
Oxalá as desgraças que os anos acumulam sobre povos e nações os convertam para o Deus único e verdadeiro e a unidade da Fé torne perene realidade as alegrias do Santo Natal.

 (Plinio Corrêa de Oliveira - "Catolicismo" Nº 336 - Dezembro de 1978)




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