segunda-feira, 13 de abril de 2015

A PRESENTE SITUAÇÃO DO BRASIL



COMO ANALISAR O PRESENTE MOMENTO

Nota-se uma crescente divisão em nossa população, o  que foi bem retratada (talvez intencionalmente) pelo resultado das últimas eleições presidenciais. Isso diz respeito ao geral da população. Precisamos analisar, então, o que está ocorrendo em três blocos de opinião pública: duas que disputam o poder, que são as correntes políticas em choque e uma que é o que pensa a população em geral.
Nas que disputam o poder há a corrente mais forte, que é o partido que está governando , o PT, o qual traz a vantagem de agir não somente por si mesmo mas por uma grande quantidade de organizações paralelas, como o Foro de São Paulo (uma entidade internacional da esquerda latino americana) que atua entre os cabeças e dirigentes das correntes de esquerda, os chamados “movimentos sociais”, grupos de pressão e de agitação popular como o MST e tantos outros, sindicatos, etc. Quanto aos partidos da oposição política agem cada qual apenas em seu nome, não havendo, aparentemente, ligações diretas com tais grupos de pressão popular. Por isso exercem menos influência na opinião pública. Só sabem mesmo é fazer propaganda pela TV e nada mais.
Assim, quando surge um movimento nas redes sociais, ou na mídia, que tem muita organização é, em geral, porque partiu dos grupos governistas, não diretamente da equipe oficial, é claro, mas das organizações que são dirigidas ideologicamente pelo PT. Os outros movimentos sociais que não são de esquerda, em geral espontâneos, são autônomos e, muitas vezes, não dispõem de tanta organização. É claro que há uma gama muito grande de elementos antipetistas enclausurados em organizações sociais ou em instituições fortes, como entre os militares, por exemplo, mas, mesmo assim, não dispõem de grupos de pressão popular com tanta força quanto possui o PT. Agem mais entre e si ou pela internet.
E o povo, como pensa e age? De modo geral o povo é apático a grupos ideológicos, não apóia nem um nem outro. No entanto, há uma rejeição psicológica e afetiva ao comunismo e ao socialismo, tanto que os partidos ditos comunistas são raquíticos e nunca conseguiram ser grandes. As legendas de esquerda não têm coragem, por isso, de pregar abertamente seus programas partidários, seria suicídio político. Essa rejeição não impede de eleger alguns elementos de esquerda, pois estes fazem manobras artificiosas muito inteligentes para que o público não os veja como de esquerda, mas, ás vezes, como pessoas bem intencionadas e defensoras dos direitos populares. Na sua grossa maioria, se o povo for conclamado, iria a uma guerra contra o comunismo ou contra o socialismo, desde que tais regimes aparecessem como realmente são: um real perigo para nosso país. Como os mentores dessas ideologias são muito espertos e nunca se mostram de esquerda, o povo não luta abertamente contra ales.
Vistas assim estas três correntes (as do poder, da oposição e que realmente pensa a população), vamos analisar como se porta cada uma delas. Os que governam procuram sistematicamente apresentar como oriundo de tramas e conspirações aquilo que mostram de errado no governo. Todo regime ditatorial  é assim: este método era aplicado por Hitler, por Lênin, por Stalin, por Fidel Castro, e, agora, pelo Maduro. Toda denúncia ou movimento que mostra seus engodos, seus erros, suas maquinações, é acusada logo de conspiração americana. É uma tática velha, surrada esta, mas é repetida amiúde. Agora mesmo, o movimento que vaiou Dilma é chamado de fascista. Outro dia Lula andou dizendo que é coisa das elites, etc. Quer dizer, procura diminuir uma coisa que parte espontaneamente da população dizendo que tudo não passa de conspiração de grupos isolados. Na realidade, eles é que formam grupos isolados e conspiratórios.
Quanto aos membros da elite, de grupos políticos e empresariais que falam mal do governo do PT como é que se portam? Em geral com covardia e medo da pecha de serem “políticamente incorretos”. É por isso que tanto Fernando Henrique quanto José Serra são tão tímidos em participar de alguma luta contra os que estão no poder. Vez por outra dão alguma resposta a discursos contrários ao partido deles, mas fica por aí, nada fazem para tentar mudar a situação, pois têm medo de serem chamados de “golpistas” a serviço do imperialismo americano. Enquanto a grande maioria da população reclama uma liderança firme para derrubar o governo e o regime de esquerda, tais líderes quase nada fazem a não ser discursos inócuos no Parlamento. Isso porque eles, realmente, são também de esquerda.
E o povo, como é que age? Todo mundo tem medo de sair ás ruas, por causa da violência, por causa dos Black blocs, etc, E ficam em casa diante de um computador, trocando mensagens pelas redes sociais. Estes são os mais autênticos que existem, não participam de grupos organizados (por enquanto) a não ser alguns militares ou pessoas ligadas a eles. De outro lado, há que se destacar no povo duas classes que agem de forma diferente: a classe média, que é a que mais sofre com os disparates do governo (é praticamente quem sustenta o país com os impostos escorchantes e quase nada desfruta dos programas governamentais todos eles igualitários e populistas), mas que prefere ficar em casa com medo da violência das ruas; e a classe menos favorecida, dos pobres, que, em geral não tem computador, não participa de redes sociais, e está disposta a ouvir apenas o locutor da TV ou do rádio. Estes em geral podem ser meros espectadores, mas há alguns que vão atrás do primeiro agitador que lhes aparecer na frente e engrossam a massa de manobra dos chamados “movimentos sociais”, a troco de alguns reais ou da promessa de um favor pessoal qualquer.
E a mídia, o que dizer da mídia em geral? Jornais, rádios e TVs existem, segundo dizem, para prestar um serviço à população informando-a dos fatos com isenção de ânimo. Mas, não é bem assim. Na mídia podemos separar dois tipos de gente que as dirige: os proprietários das empresas e os jornalistas que trabalham nelas. Os proprietários pode-se dizer que procuram sempre tentar amparar seus patrocinadores, ou grandes empresas ou o próprio governo. Quanto aos jornalistas, estes agem sempre segundo alguma doutrina de princípios que abraçam, em geral uma ideologia de domínio psicológico das massas. Podemos então imaginar que quando o fato chega até eles a divulgação pode sofrer restrições conforme possa favorecer a ideologia dos jornalista ou dos proprietários. Mas, e a opinião não pesa também? Em alguns casos, sim. E, por isso, eles não podem deixar de dar destaque a alguns fatos porque seriam tomados por não saber o que se passa ou porque há um anseio popular por aquele tipo de notícias. Então, há momentos em que a Globo pode favorecer o partido governante porque o dono pediu isso aos jornalistas, mas há momentos em que os jornalistas divulgam aquilo que julgam melhor para seus princípios de domínio psicológico das massas (ou então divulgam da forma que lhes favoreça tais idéias), ou então são obrigados a satisfazer os anseios populares. Quando isso ocorre só analisando cada caso isoladamente.
Que dizer, por exemplo, sobre os seguintes movimentos; pedido de impeachment de Dilma, golpe militar para derrubar o governo e renúncia da presidente? Para o PT estes movimentos são dirigidos por “golpistas” – é a velha tática de acusar para deixar mal visto os opositores pela opinião pública. É claro que estes clamores partem da população, mas encontram logo dirigentes políticos para se aproveitar da situação. Isso não quer dizer que não haja uma insatisfação generalizada com o partido do poder e que a população não esteja querendo uma troca de comando. Se houvesse uma oposição política mais séria, os representantes dela estariam a estas alturas conclamando o povo nas ruas e estariam denunciando abertamente os desmandos do governo, mas isso com ênfase, com discursos mais clamorosos, sem medo de ser taxado de ir contra o “politicamente correto” e denunciando, inclusive, as tramas do famoso Foro de São Paulo, uma organização internacional contrária aos interesses de nosso país. 
Todo o noticiário desviou a atenção para aspectos secundários da manifestação de ontem, 12 de abril, como uma suposta diminuição do número dos participantes de protestos contra o governo. Dando ênfase a isso dão ao governo e aos políticos mais fôlego para  ir deixando os problemas questionados para uma data futura e, quem sabe, fazer fenecer o ânimo dos participantes.
Que restará deste imbróglio?  Um governo acéfalo? Ditadura? Golpe e contra-golpe como ocorreu na Venezuela? Só o futuro nos dirá.


Um comentário:

Anônimo disse...

Muito bem resumida a situação atual. Realmente, está sendo muito enfatizada a suposta diminuição de participantes nos protestos. Está tudo muito confuso e o governo, com esse jeito condescendente, dizendo que " manifestação faz parte da democracia", logicamente, ajuda a esvaziar os ânimos.
Como bem disse o autor, só o tempo dirá.
Obrigada, Mara