Falando a Santa Catarina de Sena, o Padre
Eterno assim se referiu sobre a virgindade entre os sacerdotes:
"A toda alma lhe peço pureza e caridade
por amor a mim e a seu próximo e que lhe ajudem no que possam, oferecendo
orações por ele e permanecendo na dilação da caridade. Mais pureza peço ainda a
meus ministros e mais amor a mim e a seu próximo, devendo administrar o corpo e
o sangue de meu Filho unigênito com ardor de caridade e fome da salvação das
almas para glória e por amor de meu nome.
Como os ministros querem limpeza no cálice
onde se celebra este sacrifício, assim exijo eu limpeza e pureza de coração, de
sua alma e de seu espírito. Quero que o corpo, como instrumento de sua alma, se
conserve em perfeita pureza. Não quero que se alimentem de imundície e se
chafurdem nela, nem se encontrem inchados de soberba, buscando os grandes
cargos; nem que sejam cruéis consigo mesmos e com o próprio. Porque, se são cruéis consigo mesmos pela
culpa, são cruéis com as almas de seus próximos, já que não lhes dão exemplo de
vida, nem se preocupam de arrancar as almas das mãos do demônio, nem de
administrar o corpo e o sangue de meu Filho unigênito e minha verdadeira Luz
nos sacramentos da Santa Igreja. E assim, sendo cruéis consigo, são cruéis com
os demais.” [1]
Não há castidade sem
religiosidade
Para ser e se conservar casto, o homem
precisa ter vida interior intensa e seguir princípios religiosos. A propósito, vejamos o seguinte caso,
consignado no livro “Tesouro de Exemplos”:
“Estava aquele médico na flor da idade. Era
cabeça leviana e andava cheio de orgulho por sua ciência vã. Além disso,
relegara a fé a um canto de sua inteligência e, segundo havia aprendido de seus
mestres sem religião, afirmava que para viver bem e ser feliz bastava a luz da
razão.
Por aqueles dias um famoso pregador, um homem
de eloqüência singular, alvoroçara toda a cidade.
O vaidoso doutor afirmava á boca-cheia, no
círculo de suas amizades, que iria entrevistar o famoso orador e que o havia de
encurralar com a força de sua discussão.
E lá se foi, com efeito, seguido de alguns
amigos zombeteiros e curiosos. Achando-se frente a frente com o missionário, o
doutor disse entre outras coisas:
- Padre, eu não pratico a religião; sou,
porém, homem honrado e posso garantir-lhe que sou casto. - Sorriu
maliciosamente o ilustre pregador e observou:
- Casto?!... Casto sem religião?!
- Sim, casto... – insistia o doutor.
- E vai a toda espécie de cinema?
- Naturalmente.
- E lê toda espécie de livros?
- Tudo o que cai sob os meus olhos.
- Desvia o olhar quando se encontra com
alguma beleza provocadora?
- Oh! pelo contrário.
- E diz que não reza?
- Nada.
- E diz que é casto?
- Digo.
- Pois bem – replicou aquele homem
apostólico, aquele profundo conhecedor do coração humano; - acredito que o
senhor seja casto, mas casto como os cachorros.
E nada mais disse... E havia dito tudo... O
doutor mordeu a língua... os amigos sorriam maliciosamente... e o missionário
interrompeu bruscamente o diálogo. Todos estavam de acordo: sem a prática da
oração não podiam ser castos. E seria refinada loucura afirmar o contrário”. [2]
(Extraído de “A FELICIDADE ATRAVÉS DA CASTIDADE”, págs. 99/100 Desejando receber o texto integral desta obra, favor enviar mensagem para o email juracuca@gmail.com – Juraci Josino Cavalcante)
[1] Obras
de Santa Catalina de Siena" - B. A. C. - "El Diálogo" - pág.
265.
[2] “Tesouro
de Exemplos”, do padre Francisco Alves, C.SS.R., (editora Vozes, 1958), pág.
144/145
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