quinta-feira, 21 de maio de 2020

BAHIA: POESIA, HISTÓRIA E FÉ







Não há um brasileiro que, ao escutar comentários a respeito da Bahia, não experimente a sensação de ter ouvido algo semelhante a uma melodia tocada por um afinado instrumento musical. Vem-lhe à mente, de imediato, a idéia da Bahia dos sonhos, das poesias, dos maravilhosos panoramas marítimos; a Bahia dos oradores, dos literatos, de mil coisas! A Bahia de um glorioso passado, porque ela traz consigo toda uma história de fé católica heróica, perseverante, vitoriosa.
É um Estado repleto de belezas, com suas características que encantam a todos, com suas baianas idosas, o seu falar cantante, suas pitorescas ladeiras, sua gastronomia célebre, seus monumentos e artes admirados por gente do mundo inteiro. E esse charme da Bahia, mais do que em seus cenários e tesouros artísticos, reflete-se na alma do seu povo, herdeira de uma tradição cristã que escreveu uma das mais esplendorosas páginas da história de nosso País.
Com efeito, quando foi preciso que o Brasil afirmasse sua unidade de fé e seu patriotismo face ao invasor estrangeiro, soube a Bahia abraçar a missão de se erguer e defender tais valores. Coragem e denodo católicos que se coadunam de modo esplêndido com suas riquezas naturais e aquelas engendradas pelo talento de seus filhos.
Bahia florida, poética, retórica, eu a contemplei nas suas igrejas, nos seus conventos, em suas ruas estreitas e calçadas, nas rendas e nos coloridos dos trajes, das fachadas das casas, na suas praias que estão entre as mais espetaculares da Terra.
Sobretudo falo dessa Bahia antiga, remanescente de um Brasil anterior à Revolução Francesa, e que ainda conserva algo do que se poderia chamar o Ancien Regime brasileiro.
É essa Bahia, mais que a do progresso atual, que se deve compreender, amar e por ela ter entusiasmo, pois faz resplandecer melhor sua alma católica. Essa alma que, em seus maiores dias, não hesitou em manifestar um intenso amor a Deus, acima de todas as coisas neste mundo.

(Plínio Corrêa de Oliveira - Revista “Dr. Plínio”, n. 104, novembro de 2006, pp. 30/34)



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