quarta-feira, 20 de maio de 2020

NOSSA SENHORA DE GUADALUPE, PADROEIRA DE UM CONTINENTE







(Dr. Plínio Corrêa de Oliveira analisando a missão do continente latino-americano)

Uma imensa família de nações católicas

Posta essa extraordinária constatação, devemos nos voltar de modo especial para Nossa Senhora de Guadalupe como Padroeira da América Latina.
No noticiário internacional de nossos dias fala-se muito no bloco latino-americano como um todo, vincando-se a idéia de que este constitui uma imensa família de nações, no sentido católico da palavra. Um bloco, diga-se, e o esperamos ardentemente, que ainda há de ser esculpido pela Providência para se tornar uma das obras-primas da História.
Ora, essa unidade da América Latina se viu corroborada justamente pelo fato de ter uma Padroeira sob a invocação de Nossa Senhora de Guadalupe, e a coesão deste todo é tão real que, nos domínios de Maria Santíssima, constitui um feudo à parte, sobre o qual Ela deposita particulares desígnios.

Missão de levar ao píncaro a cultura católica

Importa reconhecer que a América Latina representa a herança legada pela Europa católica a este século e aos vindouros. O espírito latino, riquíssimo entre as variantes existentes no gênero humano, possui singular aptidão para as coisas mais elevadas – e, portanto, para as verdades da Fé, para o sobrenatural – que o torna um dos elementos mais preciosos da Igreja Católica.
A latinidade conservou relativamente imunes os valores mais nobres da tradição que a formou. Os povos latinos se modernizaram menos que os americanos do norte e os europeus, e nisto consiste, sob algum aspecto, nosso glorioso “subdesenvolvimento”: ou seja, a distância que ainda nos separa das coisas ruins advindas com a modernidade.
Percebe-se, pelo acima considerado, que a Íbero-América tem a missão de levantar e colocar num píncaro o facho da cultura latina católica, inteiramente a serviço da Fé, para brilhar no mundo. Fora disso, ela não tem sentido.
Essa cultura católica está derribada, prostrada, mas revive em nosso continente com todo o viço da juventude e com possibilidades de futuro, conservando e avultando os legados recebidos das expressões culturais incomparáveis da cristandade européia. Somos o renascimento e o reflorescimento desses valores nas zonas protegidas por Nossa Senhora de Guadalupe.

Fervorosa súplica à Virgem de Guadalupe

Assim, devemos ter a alma bem impostada para pedirmos a Ela, no dia em que a celebramos: antes de tudo, que mantenha a América Latina cada vez mais sujeita e unida a Ela. E, por isso mesmo, com todos os vínculos que constituem sua coesão ainda mais acentuados. E que esse imenso potencial, ,no momento apropriado, se levante para servir a Sana Igreja, tornando-se o elemento melhor e mais dinâmico para formar uma nova Civilização Cristã.
Tem-se, na verdade, a impressão de que a América Latina está reservada por Nossa Senhora para ser o imenso território onde a gloria do reino d’Ela reluzirá com maior esplendor. Assim, podemos acrescentar essa súplica:
“Nossa Senhora de Guadalupe, realizai em nós esses desígnios a fim de que, quanto antes, venha sobre nós, para nós, o Reino de Maria. Amém.”

 (Revista “Dr. Plínio”, n. 105, dezembro de 2006, pp. 24/29)



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