(Dr. Plínio Corrêa de Oliveira analisando a missão do continente latino-americano)
Uma
imensa família de nações católicas
Posta essa extraordinária constatação, devemos nos
voltar de modo especial para Nossa Senhora de Guadalupe como Padroeira da
América Latina.
No noticiário internacional de nossos dias fala-se
muito no bloco latino-americano como um todo, vincando-se a idéia de que este
constitui uma imensa família de nações, no sentido católico da palavra. Um
bloco, diga-se, e o esperamos ardentemente, que ainda há de ser esculpido pela
Providência para se tornar uma das obras-primas da História.
Ora, essa unidade da América Latina se viu
corroborada justamente pelo fato de ter uma Padroeira sob a invocação de Nossa
Senhora de Guadalupe, e a coesão deste todo é tão real que, nos domínios de
Maria Santíssima, constitui um feudo à parte, sobre o qual Ela deposita
particulares desígnios.
Missão
de levar ao píncaro a cultura católica
Importa reconhecer que a América Latina representa
a herança legada pela Europa católica a este século e aos vindouros. O espírito
latino, riquíssimo entre as variantes existentes no gênero humano, possui
singular aptidão para as coisas mais elevadas – e, portanto, para as verdades
da Fé, para o sobrenatural – que o torna um dos elementos mais preciosos da
Igreja Católica.
A latinidade conservou relativamente imunes os
valores mais nobres da tradição que a formou. Os povos latinos se modernizaram
menos que os americanos do norte e os europeus, e nisto consiste, sob algum
aspecto, nosso glorioso “subdesenvolvimento”: ou seja, a distância que ainda
nos separa das coisas ruins advindas com a modernidade.
Percebe-se, pelo acima considerado, que a
Íbero-América tem a missão de levantar e colocar num píncaro o facho da cultura
latina católica, inteiramente a serviço da Fé, para brilhar no mundo. Fora
disso, ela não tem sentido.
Essa cultura católica está derribada, prostrada,
mas revive em nosso continente com todo o viço da juventude e com
possibilidades de futuro, conservando e avultando os legados recebidos das
expressões culturais incomparáveis da cristandade européia. Somos o
renascimento e o reflorescimento desses valores nas zonas protegidas por Nossa
Senhora de Guadalupe.
Fervorosa
súplica à Virgem de Guadalupe
Assim, devemos ter a alma bem impostada para
pedirmos a Ela, no dia em que a celebramos: antes de tudo, que mantenha a
América Latina cada vez mais sujeita e unida a Ela. E, por isso mesmo, com
todos os vínculos que constituem sua coesão ainda mais acentuados. E que esse
imenso potencial, ,no momento apropriado, se levante para servir a Sana Igreja,
tornando-se o elemento melhor e mais dinâmico para formar uma nova Civilização
Cristã.
Tem-se, na verdade, a impressão de que a América
Latina está reservada por Nossa Senhora para ser o imenso território onde a
gloria do reino d’Ela reluzirá com maior esplendor. Assim, podemos acrescentar
essa súplica:
“Nossa Senhora de Guadalupe, realizai em nós esses
desígnios a fim de que, quanto antes, venha sobre nós, para nós, o Reino de
Maria. Amém.”
(Revista
“Dr. Plínio”, n. 105, dezembro de 2006, pp. 24/29)
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