Vejamos também como São João Batista Vianney via a impureza:
"Para compreender o quanto é horrível e
detestável este pecado que os demônios fazem cometer, mas não os cometem eles
próprios, haveria que saber o que é um cristão. Um cristão criado à imagem de
Deus, remido pelo sangue de um Deus! Um cristão, filho de um Deus, irmão de um
Deus, herdeiro de um Deus! Um cristão, objeto da complacência das três pessoas
divinas! Um cristão, cujo corpo é o templo do Espírito Santo: eis aí o que o
pecado desonra...
Nós fomos criados para irmos um dia reinar no
céu, e se temos a desdita de cometer esse pecado, tornamo-nos o alvo dos
demônios. Nosso Senhor disse que nada de impuro entrará no seu reino. Com
efeito, como quereis que uma alma que se rolou nessas sujeiras vá comparecer perante
um Deus puro e tão santo?
Nós somos todos como pequenos espelhos em que
Deus se contempla. Como quereis que Deus se reconheça numa alma impura?
Há almas que estão tão mortas, tão
apodrecidas, que marasmam na sua infecção sem o perceber e não podem desvencilhar-se
dela. Tudo as leva ao mal, tudo lhes lembra o mal, mesmo as coisas mais santas;
elas têm sempre essas abominações diante dos olhos: semelhante ao animal imundo
que se habitua á porcaria, que se agarra nela, que se rola nela, que nela dorme,
que ronca na sujidade, essas pessoas são
um objeto de horror aos olhos de Deus e dos santos anjos.
Vede, meus filhos, Nosso Senhor foi coroado
de espinhos para expiar os nossos pecados de orgulho; mas por esse maldito
pecado Ele foi flagelado e posto em pedaços, visto que Ele próprio diz que
depois da flagelação podiam-lhe contar os ossos.
Ó meus filhos, se não houvessem alguma almas
puras para indenizar a Deus e lhe desarmar a justiça, haveríeis de ver como
seríamos punidos... Porque agora esse crime é tão comum no mundo que faz
tremer. Pode-se dizer, meus filhos, que o inferno vomita as suas abominações
sobre a terra, como os canos do vapor vomitam a fumaça.
O demônio faz tudo quanto pode para sujar a
nossa alma, e no entanto nossa alma é tudo...
O nosso corpo não é mais que um monte de podridão: ide ver ao cemitério
o que é que se ama quando se ama o próprio corpo.
Como vos hei dito muitas vezes, não há nada de tão ruim quanto a alma impura. Houve uma vez um santo que pediu a Deus lhe mostrasse uma: viu essa pobre alma como um animal, rebentando de podre, que arrastaram durante oito dias, em pleno sol pelas ruas.
Só em ver uma pessoa reconhece-se se ela é
pura. Há nos seus olhos um ar de candura
e de modéstia que leva a Deus. Vêem-se outras, ao contrário, que têm um ar todo
inflamado... Satanás põe-se-lhes nos
olhos para fazer cair os outros e arrastá-los ao mal.
Os que perderam a pureza são como uma peça de
pano molhada em azeite: lavai-a, fazei-a secar, a mancha volta sempre; assim,
também, é preciso um milagre para lavar a alma impura”. ("Espírito do Cura D'Ars" - Abbé
A. Monnin - Ed. Vozes – 1949).
(Extraído de “A FELICIDADE ATRAVÉS DA CASTIDADE”, pág. 40/41 – Desejando receber o texto integral desta obra, favor enviar mensagem para o email juracuca@gmail.com – Juraci Josino Cavalcante)
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