A situação do mundo hoje é
convulsa e difícil de ser compreendida. Isto porque as coisas que ocorrem
parecem não ter lógica, o homem moderno perdeu completamente o sentido de
direção, de rumo, de saber para onde vai
o que fazer da vida. E isso ocorre também com governos e até nações
inteiras.
Vejamos a situação da
ideologia que dominou quase que completamente o século passado: o marxismo e
sua consequência política mais imediata que é o comunismo, ou, como alguns
chamam também o “capitalismo de Estado”, quando todas as riquezas, fontes de
produção e de serviços, além de todos os cidadãos, passam a pertencer única e
exclusivamente ao Estado. Vai completar um século que ocorreu um golpe para
implantar este regime na Rússia, sendo chamado originalmente de “ditadura do proletariado”.
Aos poucos este regime foi invadindo (pela força, astúcia e rios de dinheiro) os países vizinhos da
Rússia, formando um conglomerado de nações cativas sob a alcunha de União das
Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS). Em pouco tempo já se implantava no
mundo o maior império de que a História já se ouviu falar, dominando a China,
grande parte de países asiáticos e da África.
Nas Américas, houve várias
tentativas de se implantar tal regime, sendo uma das mais violentas a do México,
a menos de dez anos após o golpe na Rússia. Mas, tanto lá como em outros países, tipo Brasil,
Argentina e Chile, além de outros da América do Sul assolados por guerrilhas
cruéis, tais tentativas foram frustradas graças a sadias reações das
populações. Somente em Cuba tal regime se fez implantar nas Américas,
perdurando até hoje com quase sessenta anos de todo tipo de violências e
misérias que lhe são afins.
No entanto, a partir da
última década do século passado a ideologia marxista comuno-socialista começou
a perder fôlego. Vários países se livraram da opressão comunista, como a
Hungria, a Polônia, a Lituânia, no Leste Europeu. A própria Rússia abrandou a
ditadura do proletariado e instituiu um regime de meias liberdades, sendo porém
dominado por partido único (o PC) até hoje. De outro lado, os partidos
comunistas e socialistas mais poderosos do mundo começaram a minguar por falta
de contingentes ou carência de audiências. O PC italiano, por exemplo, era o
mais rico e poderoso do Ocidente, e hoje vive à míngua. Os partidos socialistas
mais poderosos dominavam a política na França, Espanha, Portugal e Grécia, mas já não se pode dizer o mesmo
hoje, embora continue a influenciar na promulgação de leis de cunho nitidamente
socialistas. O que queremos destacar, porém, é que mediante o fracasso
retumbante da doutrina e dos princípios marxistas implantados em vários países,
tudo em torno deles fenece e tende a morrer de inanição.
Como se justifica, então,
que após um século da primeira experiência comunista na Rússia haver
demonstrado seu mais terrível fracasso através dos anos ainda surjam políticos
que queiram implantá-la em seu país? Como entender que a Venezuela possa
trilhar pelo mesmo caminho já tão sobejamente provado da pobreza, da fome e da
miséria, que é a consequência do regime marxista, seja comunista ou socialista?
Talvez a resposta esteja numa
tática diferente que a Revolução universal quer aplicar no mundo. Não, o rumo
mais avançado da Revolução hoje já não é mais o velho e decrépito comunismo.
Muito mais avançou ela (a Revolução universal) na Europa com a corrupção moral
e dos costumes, com a retumbante licenciosidade e liberdade sexual e da
promiscuidade estonteante nos costumes sociais e morais daquela sociedade. Avançou
porque corrompeu e deixou toda a Europa sujeita, por exemplo, ao avanço do
islamismo sem provocar qualquer comoção ou reação de rechaço. Mole e sensual,
nada faz o europeu para enfrentar a tão absurda “invasão” muçulmana, pior do
que se fosse dominado por regime comunista. Acomodou-se também com leis
facínoras como as do aborto e eutanásia, ou com leis imorais como aprovação de
casamentos homossexuais, gozando placidamente uma vida cheia de deleites sem se
incomodar com o resto do mundo, se há guerras e injustiças em outros povos. Fora
isso, lá não se fala mais em socialismo, comunismo, marxismo ou coisas congêneres.
A fim de manter este clima de vida gozosa e fruitiva, sem qualquer perturbação aparente,
a visão de uma regime comunista deve ser afastada para longe.
Mas, alguma coisa nova
surgiu por lá e ganha corpo no resto do mundo. É a Revolução feita pelas tão
decantadas “redes sociais”. Ela já se fez presente em alguns países. Operou com
sucesso na famosa “primavera árabe”, derrubando governos como o do Egito, e já
se fez presente na Europa com o movimento chamado de “Indignados”. Nos Estados
Unidos teve um similar, com o título de “Ocupem Wall Street”. Esta Revolução, feita
assim de forma mágica através das redes virtuais, nada produziu de positivo até
agora. Por que? Porque ela mesma se define como sem meta, sem rumo, sem
governo, sem partido, enfim, promove caos e anarquia. Sua bandeira é apenas um
rosto fantasmagórico com o nome de “anonymus”, indicando que não tem nome, além
de não ter rumo certo.
De onde vem tudo isto? Tudo
indica que o manual que orienta tais grupos foi elaborado pelo americano Gene
Sharp, que tem o nome de “como fazer uma revolução pacífica” ou coisa que o
valha. E mesmo que alguns não sigam o manual diretamente, de uma forma indireta
sofrem os efeitos do mesmo por aqueles que o aplicam e divulgam suas normas. Por
exemplo, todos estes movimentos se dizem “espontâneos”, como se tivessem surgido
naturalmente e não pertençam a grupos organizados; não podem ter partidos
políticos ou ostentar bandeira disso ou daquilo, tem que ser anônimo, sem
ideologia. E se algum grupo se apresenta desta forma está aplicando a tática
ensinada por Gene Sharp, Tais métodos de ação são divulgados profusamente via
internet.
E que ligação tem o problema
da Venezuela com isso? É que a Revolução precisa mostrar ao público um alvo
para que essa Revolução seja detonada. E nada mais visível para ser combatido
do que um regime comunista nas Américas, implantado exatamente num país outrora
senão rico pelo menos em ascensão e há anos sob domínio de leis e governos
socialistas. Assim fica mais fácil unir muita gente em torno das redes sociais
e combater o inimigo comum. E nisso pode haver muitas vantagens como derrubar um
regime opressivo, ditatorial e difusor de fome e misérias. Mas, há também
muitas desvantagens como, por exemplo, deixar a sociedade no caos, sem rumo,
porque eles não apresentam solução para o que vem depois. O “anonymus” quer
apenas o “direito” de estar na rua fazendo protestos, queimando pneus, atirando
pedras, destruindo tudo como os “Black blocs”, não possui nenhuma proposta
positiva de reconstrução da sociedade em sólida bases morais. Quando Maduro cair,
haverá uma organização mais presente nas redes sociais para fazer o mesmo com
os que virão depois, sejam comunistas ou não.
A história de Nossa Senhora
de Coromoto, a Padroeira da Venezuela, diz um pouco sobre o que espera a
Providência daquele povo. A história conta que a Santíssima Virgem Maria apareceu
a um cacique na aldeia de Coromoto, mas o mesmo jogou-lhe uma pedra.
Naturalmente, a imagem sumiu sem sofrer os efeitos da pedrada, mas ela ficou
para sempre gravada milagrosamente na pedra que o índio jogou, e até hoje pode
ser vista indelevelmente. Perante tal milagre, o índio se converte com todo seu
povo. Assim, a “pedrada” de hoje pode ser a implantação do comunismo, mas
espera-se que a Providência reverta isso de forma milagrosa e produza efeitos
contrários completamente alheios e diferentes daqueles que os “anonymus” querem
disseminar na Venezuela, fazendo com que aquele povo retome o rumo de uma
verdadeira civilização cristã.
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