Mística religiosa? Sim, que expressão difícil de entender, não é? Mas é a pura verdade. A república tem uma mística religiosa e vem de longe...
A idéia dessa mística religiosa começou a ser concretizada, pelo menos em parte, pelos revolucionários de 1789, especialmente por Robespierre e Chaumette: no dia 10 de novembro de 1793, a deusa razão foi proclamada pela Convenção Francesa (órgão máximo da Revolução e que implantou a república na França). Como havia necessidade dessa deusa ser personificada (alguém tinha que mostrar-se como tal), procuraram a mulher de um tipógrafo, Sophie Momoro (para alguns, esposa, para outros uma simples prostituta) para assumir o papel e se postar no altar para ser adorada. Colocaram-na, pois, no altar-mor da catedral de Notre Dame e fizeram ali mesmo uma “cerimônia” religiosa de adoração da nova deusa. Assim foi fundada uma nova "religião"...
Pretendiam os revolucionários, com a simples divulgação da imagem daquela mulher, espalhar a nova religião e fazê-la substituir ao cristianismo em toda a terra. Hoje, nada resta daquele “culto” a não ser uma certa mística oculta, praticada por uma minoria insignificante, e em poucos países.
A existência dessa mística religiosa é comprovada pela teimosia das autoridades republicanas em estampar a figura daquela mulher nas nossas cédulas. Outra não seria a razão, pois aquela figura nunca foi aceita como um dos símbolos de nossa república.
Antigamente, nossas cédulas homenageavam figuras históricas de nosso país, como Dom Pedro I, Princesa Isabel, Duque de Caxias, etc. Depois, foram feitas homenagens a figuras também republicanas, como Getúlio Vargas e Juscelino. Hoje, porém, a única figura homenageada é a da deusa razão, é a figura da suposta prostituta Sophie Momoro e mais ninguém.
Qual a razão dessa figura aparecer em aparente homenagem em nosso dinheiro, sem que o povo sequer saiba o que ela significa? Só há uma razão: a mística religiosa numa minoria de fanáticos republicanos que pensam, talvez, em fazer revigorar o culto da deusa razão. Sem nenhum pleonasmo, não há outra razão.
Esperava que nos novos modelos de cédulas que passaram a circular fosse tirada a ridícula figura daquela mulher, que nada representa ali para o nosso povo. Ledo engano: ela continua lá.
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