Tem sido freqüente que algumas pessoas
critiquem o aspecto consumista do Natal. Os argumentos são os mesmos, variando
em alguns aspectos. Alegam, por exemplo, que o Natal é uma festa genuinamente
religiosa, não tendo lugar para comemorações profanas ou festas de aspectos
carnavalescos. Até aí todos concordam com isso. Mas alguns vão mais além,
afirmando que o essencial é que se faça a novena preparatória e vá à Missa do
Galo. Quer dizer, o importante é que nossa comemoração se circunscreva ao
essencial, que é a parte devocionária e religiosa. Portanto, não tem cabimento
algumas reuniões de grupos ou famílias, visando comemorações de “comes e bebes”
e de se darem presentes mutuamente: os chamados “amigos secretos” e as
suculentas e saborosas ceias que se celebram, tanto entre colegas de trabalho
como entre familiares.
Mas, o Natal tem mais comemorações. Alguns
corais se exibem. Presépios são construídos com requintes de tecnologia. Em
algumas cidades, como Gramado, há uma movimentação única de toda a população em
torno das festas natalinas, com desfiles, carros alegóricos, corais de músicas
natalinas e muitas outras atrações. Em outros lugares se exibem grandes orquestras
com brilho e magnificência, enriquecendo com músicas clássicas os festejos
natalinos.
As cidades se vestem de luzes, fogos de
artifícios cortam os céus, todo o comércio se embeleza com os mais ricos
enfeites, pois todo mundo quer demonstrar que nesta data tudo deve ser rico,
belo, ostentosos até em alguns casos. E
o famoso personagem chamado Papai Noel toma o lugar de São Nicolau para tirar o
caráter religioso e colocar o carimbo de profano na festa. É o lado comercial mais prosaico e deplorável
da festa. Eis, mais ou menos, como se comemora o Natal. A crítica também afirma
que não adianta promover tanta festa, rica e faustosa, deixando muitas vezes
longe dela milhares ou milhões de miseráveis.
Mas, o que há de errado no fato das pessoas
irem às compras a fim de dar presentes aos parentes e amigos, ou mesmo aos
pobres carentes? Trata-se de manifestação exterior da grande alegria do
nascimento de Cristo. Talvez haja grande erro em muitas pessoas que aproveitam
o Natal para divertir-se como se estivessem num carnaval, indo a lugares de
folguedos sensuais. Nesse caso o
consumismo pode se constituir em pecado. No entanto, ir ao supermercado para as
compras das maravilhas da culinária natalina, como os famosos perus e frutas
características, no meritório propósito de oferecer aos parentes e amigos uma
recepção digna da festa, que mal há nisso?
Há, portanto, no Natal uma justa manifestação
de consumismo que somente não desmerece a vinda de Cristo, mas até a enriquece
dando a ela tanta beleza, tanta riqueza, tanto esplendor e maravilhas que o
convívio humano pode oferecer neste mundo.
Nesse sentido, Deus tem abençoado este tipo de consumo, a ponto de a
cada ano as festas natalinas se tornarem cada vez mais belas e ricas. E, mesmo
sabendo ser uma paz frágil, há de alguma forma certa paz nestas comemorações,
coisa que os países pagãos que não a festejam não desfrutam.
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