sexta-feira, 2 de dezembro de 2016

A AUTENTICIDADE DO NATAL DE CONSUMO




Tem sido freqüente que algumas pessoas critiquem o aspecto consumista do Natal. Os argumentos são os mesmos, variando em alguns aspectos. Alegam, por exemplo, que o Natal é uma festa genuinamente religiosa, não tendo lugar para comemorações profanas ou festas de aspectos carnavalescos. Até aí todos concordam com isso. Mas alguns vão mais além, afirmando que o essencial é que se faça a novena preparatória e vá à Missa do Galo. Quer dizer, o importante é que nossa comemoração se circunscreva ao essencial, que é a parte devocionária e religiosa. Portanto, não tem cabimento algumas reuniões de grupos ou famílias, visando comemorações de “comes e bebes” e de se darem presentes mutuamente: os chamados “amigos secretos” e as suculentas e saborosas ceias que se celebram, tanto entre colegas de trabalho como entre familiares.
Mas, o Natal tem mais comemorações. Alguns corais se exibem. Presépios são construídos com requintes de tecnologia. Em algumas cidades, como Gramado, há uma movimentação única de toda a população em torno das festas natalinas, com desfiles, carros alegóricos, corais de músicas natalinas e muitas outras atrações. Em outros lugares se exibem grandes orquestras com brilho e magnificência, enriquecendo com músicas clássicas os festejos natalinos.
As cidades se vestem de luzes, fogos de artifícios cortam os céus, todo o comércio se embeleza com os mais ricos enfeites, pois todo mundo quer demonstrar que nesta data tudo deve ser rico, belo, ostentosos até em alguns casos.  E o famoso personagem chamado Papai Noel toma o lugar de São Nicolau para tirar o caráter religioso e colocar o carimbo de profano na festa.  É o lado comercial mais prosaico e deplorável da festa. Eis, mais ou menos, como se comemora o Natal. A crítica também afirma que não adianta promover tanta festa, rica e faustosa, deixando muitas vezes longe dela milhares ou milhões de miseráveis.
Mas, o que há de errado no fato das pessoas irem às compras a fim de dar presentes aos parentes e amigos, ou mesmo aos pobres carentes? Trata-se de manifestação exterior da grande alegria do nascimento de Cristo. Talvez haja grande erro em muitas pessoas que aproveitam o Natal para divertir-se como se estivessem num carnaval, indo a lugares de folguedos sensuais.  Nesse caso o consumismo pode se constituir em pecado. No entanto, ir ao supermercado para as compras das maravilhas da culinária natalina, como os famosos perus e frutas características, no meritório propósito de oferecer aos parentes e amigos uma recepção digna da festa, que mal há nisso?
Há, portanto, no Natal uma justa manifestação de consumismo que somente não desmerece a vinda de Cristo, mas até a enriquece dando a ela tanta beleza, tanta riqueza, tanto esplendor e maravilhas que o convívio humano pode oferecer neste mundo.  Nesse sentido, Deus tem abençoado este tipo de consumo, a ponto de a cada ano as festas natalinas se tornarem cada vez mais belas e ricas. E, mesmo sabendo ser uma paz frágil, há de alguma forma certa paz nestas comemorações, coisa que os países pagãos que não a festejam não desfrutam.



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