quinta-feira, 29 de dezembro de 2022

COMO O SUJEITO DEIXA DE SER ESQUERDISTA

 



Trata-se de uma trajetória difícil de se descrever, pois cada pessoa tem uma forma diferente de pensar e de agir. No entanto, há um comportamento geral nas pessoas que as faz desistir de ser esquerdista após algum tempo: vejamos como isso pode ocorrer. Preliminarmente, alertamos que o esquerdismo é um fenômeno de minoria da população, muito comum nas classes média e alta e entre membros religiosos de certas organizações.

Dentre os indivíduos que aderem ao esquerdismo devemos classificar alguns grupos, divididos entre os passivos e os ativos, isto é, aqueles que pensam mas não agem, que são os passivos, e entre os que agem, os chamados militantes. De modo geral, no entanto, eles começam a aderir àquelas idéias ao participar de alguma atividade ou evento social durante largo tempo de sua vida, podendo ser na escola onde estuda ou em organização social e política. E o cara geralmente adere ao esquerdismo em sua juventude, às vezes até mesmo seguindo os pensamentos de parentes dentro de casa. Ele encontra alguém que lhe fala das utopias da esquerda, como seja o igualitarismo e o poder estatal superior a tudo. Se tudo é igual o Estado pode acabar com as desigualdades, começando pelo poder financeiro: é só o governo tomar conta de tudo, de todos os bens e propriedades, e está resolvida a questão da desigualdade, passando o homem a viver num mar de felicidades. Esta parece ser a idéia base do esquerdismo: a utopia da igualdade social. Em alguns deles nem sequer a falência dos regimes socialistas com a consequente miséria legada a seus povos é suficiente para renunciar a tais idéias, pois continuam cegos e fanáticos por uma utopia, um sonho irrealizável, mas que fascina. Este fascínio era comum, por exemplo, na Revolução Francesa, ocasião em que surgiram os termos "esquerda" e "direita", chegando a encher de ódio anti-igualitário a seus correligionários e assim matavam quem quer que fosse símbolo de desigualdade social.

A partir daí o sujeito começa a não somente pensar, mas agir para que esta igualdade seja imposta à toda sociedade. E pensando ser isso um grande bem o cara não somente pensa que isso é justo mas aprova passivamente quem luta por tal igualdade e, em alguns casos, passa a agir ativamente apoiando os grupos que lutam por ela. Mas, em geral, ele prega essa igualdade somente para os outros, pois não renuncia a nada de si, há casos de grandes líderes comunistas que morreram bilionários como Fidel.

No entanto, a partir de certa fase da vida do esquerdista ele começa a ter necessidade de crescer na vida, ou então de ter certa estabilidade financeira. E seu esquerdismo começa a morrer quando ele estuda para se formar ou ter uma qualificação profissional, pois é a partir daí que ele começa a progredir e tentar auferir bons salários ou rendas para ter um bom padrão de vida. Geralmente, suas idéias começam perder autenticidade e honestidade quando ele compra seu primeiro carro ou sua casa própria. E alguns até progridem mais e tornam-se empresários, como ocorre com milionários que chegaram ao topo da elite financeira. Chega então o momento de agir conforme o pensamento que o escritor francês Paul Bourget explicitou em sua obra “Le Démon du Midi”, citado por Dr. Plínio Corrêa de Oliveira em seu livro “Revolução e Contra-Revolução: - “cumpre viver como se pensa, sob pena de, mais cedo ou mais tarde, acabar por pensar como se viveu”. Ele percebe que está sendo incoerente com suas idéias, pois para ser coerente, teria que renunciar aos recursos ou bens que angariou para lhe dar uma vida tranquila ou até regalada. E aí, na maioria dos casos, o sujeito, mesmo sem notar, muda de pensamento. E, naturalmente, deixa de ser esquerdista,  não para ser direitista mas simplesmente para não mais lutar pela utópica igualdade que tanto defendia em sua juventude. Trata-se de um amadurecimento que pode ocorrer ao longo da vida. E para que ele seja coerente teria que renunciar a tudo e entregar seus recursos ou seus bens ao Estado, ou à população que o circunda. Já pensou se algum dia estes milionários que financiam a esquerda decidir dividir todos seus bens com os pobres? Algum jovem de esquerda, filho de pai rico, fez algum atestado renunciando à sua herança? Seria o normal para serem coerente com o que pensam, não é verdade?

É preciso notar que estou me referindo apenas aos que deixam de ser esquerdista, pois há uma grande quantidade que, apesar de tais evidências, teimam em continuar com tais idéias até o fim de sua vida, movidos geralmente por interesses ou por alianças que fizeram com certos grupos afins a seus pensamentos. E, muitas vezes, morrem ricos defendendo a idéia da igualdade social.

 


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