Palavras de Nossa Senhora aos Pastorinhos
Maximino e Mélanie em 19 de setembro de 1846:
“Os sacerdotes,
ministros de meu Filho, os sacerdotes, por causa da sua vida má,
pelas suas irreverências e pela sua impiedade ao celebrar os santos mistérios,
pelo amor ao dinheiro, o amor às honras e aos prazeres, os sacerdotes
converteram-se em cloacas de impureza. Sim, os sacerdotes provocam a vingança e
a vingança pende sobre suas cabeças”. “Ai dos sacerdotes e
pessoas consagradas a Deus que pelas suas infidelidades e más vidas crucificam meu
Filho de novo! Os pecados das pessoas consagradas a
Deus clamam ao Céu e atraem vingança, e eis que a vingança está às suas portas,
porque já não se encontra ninguém para implorar misericórdia e perdão para o
povo. Já não há almas generosas, já não há ninguém digno de oferecer a Vítima
sem mancha ao Eterno, pelo mundo”
Vejamos o que significa cada
aspecto desta queda:
a) Uma vez foram iluminados e
tomaram o gosto ao dom celestial – Trata-se daqueles que receberam as graças de
Deus no interior de sua alma, abraçaram a vocação divina e neste início só tinham alegria e
prazer em desfrutar das coisas do espírito, das coisas celestes. Trata-se,
portanto, de pessoas que progrediam no amor a Deus e buscavam a perfeição. A Epístola de São Paulo se dirige aos hebreus, numa severa censura aos
que
apostataram, aí incluído não só os sacerdotes mas todos aqueles
que tiveram vocação profética; “foram iluminados” por Deus, mas
prevaricaram.
No entanto, a mensagem é dirigida
de modo geral a todo aquele que recebe qualquer vocação divina e é iluminado
pelo Divino Espírito Santo; pode ser um sacerdote católico, um clérigo ou
simples leigo que recebeu uma vocação, uma revelação profética para participar de um dom
celestial.
b) Feitos participantes do
Espírito Santo - Isto é, a Divina Misericórdia como que residia naquela alma através da inabitação do Espírito
Santo e a cumulava de seus dons celestes. Trata-se e uma alma que desfrutava
de acentuado progresso espiritual e com vida interior.
c) Degustaram a boa palavra de
Deus e as virtudes celestes – Aqui está mais ou menos a repetição do que se disse anteriormente, mas a
palavra “degustar” destaca-se pois é um grau maior de perfeição, é um
sentido mais perfeito que se dá à Sabedoria divina vivida pelos homens:
degustar, saborear, os bens e as virtudes celestes. Neste grau de perfeição
a pessoa poderia até mesmo ter adquirido vários carismas espirituais, tal
seria seu progresso na vida espiritual.
d) Caíram - Quer dizer, perderam
o estado de perfeição juntamente com todas as virtudes e bens espirituais que possuíam, ficaram
arrasados, derrotados, prostrados e desmoronados. Foi esta a queda dos anjos maus, pois antes de se
revoltarem contra Deus andaram no caminho da perfeição; foi esta a queda dos
judeus, de quem fala explicitamente São Paulo (daí a carta ser dirigida
aos hebreus). E assim ocorre com muitas e muitas quedas de homens que andaram um dia nos caminhos de Deus. E esta queda não
quer dizer que foi de uma só vez, pode ter sido durante um longo tempo numa sucessão
e repetição
dos mesmos pecados. Ela é consumada quando a alma chega a um estado
de completa rejeição de Deus e de Suas graças.
e) - Crucificaram de novo o
Filho de Deus – A inclusão da expressão « de novo » mostra que São Paulo
não se refere apenas aos judeus, pois eles O crucificaram uma única vez, mas aqueles que o fazem « de novo »
são realmente os maus cristãos. Então estes também estão
impossibilitados de fazer penitência, é impossível « que eles tornem a ser
renovados pela penitência”, haja vista que “crucificaram
de novo o Filho de Deus”, e O
crucificaram “em si mesmos” por causa da apostasia.
É por
isso que Nossa Senhor assim falou em La Salette:
“Ai dos
sacerdotes e pessoas consagradas a Deus que pelas suas infidelidades e más
vidas crucificam meu Filho de novo! Os pecados das pessoas consagradas a Deus clamam ao Céu e
atraem vingança, e eis que a vingança está às suas portas, porque já não se
encontra ninguém para implorar misericórdia e perdão para o povo. Já não há
almas generosas, já não há ninguém digno de oferecer a Vítima sem mancha ao
Eterno, pelo mundo”
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