(Até em seu lema, o indigenismo se assemelha ao dos sindicatos de esquerda)
No estudo “Revolução e Contra-Revolução”, do Dr. Plínio Corrêa de
Oliveira, a Quarta Revolução é a última etapa de um processo que vem solapando
a Cristandade desde o fim da Idade Média. As três primeiras Revoluções foram o Protestantismo,
a Revolução Francesa e o Comunismo. Desta forma consigna o Autor no item 1, Capítulo
III, parte III, do citado estudo:
“Ela [a Quarta Revolução] deverá ser a derrocada da ditadura do proletariado em conseqüência de uma nova crise, por força da qual o Estado hipertrofiado
será vítima de sua própria hipertrofia. E desaparecerá, dando origem a um estado de coisas cientificista e cooperativista, no qual – dizem os comunistas – o homem terá alcançado um grau de liberdade, igualdade e fraternidade até aqui insuspeitável” [i]
Mais adiante completa o insigne pensador católico:
“-Como? – É impossível não perguntar se a sociedade tribal sonhada pelas
atuais correntes estruturalistas não dá uma resposta a esta indagação. O estruturalismo vê na vida tribal uma síntese ilusória entre o auge da liberdade individual e do coletivismo consentido, no qual este último acaba por devorar a liberdade. Em tal coletivismo, os vários “eus” ou as pessoas individuais, com o seu pensamento, sua vontade e seus modos de ser, característicos e conflitantes, se fundem e se dissolvem – segundo eles – na personalidade coletiva da tribo geradora de um pensar, de um querer, de um estilo de ser densamente comuns”.[ii]
“Ela [a Quarta Revolução] deverá ser a derrocada da ditadura do proletariado em conseqüência de uma nova crise, por força da qual o Estado hipertrofiado
será vítima de sua própria hipertrofia. E desaparecerá, dando origem a um estado de coisas cientificista e cooperativista, no qual – dizem os comunistas – o homem terá alcançado um grau de liberdade, igualdade e fraternidade até aqui insuspeitável” [i]
Mais adiante completa o insigne pensador católico:
“-Como? – É impossível não perguntar se a sociedade tribal sonhada pelas
atuais correntes estruturalistas não dá uma resposta a esta indagação. O estruturalismo vê na vida tribal uma síntese ilusória entre o auge da liberdade individual e do coletivismo consentido, no qual este último acaba por devorar a liberdade. Em tal coletivismo, os vários “eus” ou as pessoas individuais, com o seu pensamento, sua vontade e seus modos de ser, característicos e conflitantes, se fundem e se dissolvem – segundo eles – na personalidade coletiva da tribo geradora de um pensar, de um querer, de um estilo de ser densamente comuns”.[ii]
O indigenismo é um pensamento que vem de longas datas, sucede aos
ideais românticos de Montaigne e Rosseau, passando pelo romantismo de José de Alencar,
até chegar a nossos dias, com o indigenismo laico de Rondon e irmãos Vilas
Boas. Quando o Marquês de Pombal expulsou os jesuítas do Brasil no século
XVIII, como parte de sua ferrenha perseguição à Igreja em Portugal, prestou ele
um serviço inestimável aos corifeus da IV Revolução indigenista. Na realidade, com
a ausência dos jesuítas interrompeu-se a catequese do restante de índios ainda
incultos que havia no Brasil, deixando-se então para os pósteros aquele
trabalho que eles vinham eximiamente desenvolvendo. A partir da segunda metade século
XVIII a catequese ficou praticamente abandonada. Posteriormente voltou, mas
agora já menos vigorosa e ás voltas com os representantes do laicismo que não
queriam a catequese indígena, mas sua aculturação por meios meramente sociais e
laicos.
Foi então que surgiu a idéia do “apartheid”, que no Brasil se chama
“reserva”. O sistema de “apartheid”, na África do Sul, tem como objetivo
primordial a segregação dos negros em “guetos”, isolando-os completamente dos
brancos. Como os dirigentes daquele país seguiam a mesma filosofia protestante
dos que, já no início da colonização no Brasil, pregavam a separação dos índios
com os brancos, ou como forma de se ver livres do problema da selvageria deles
ou pelo menos mantê-lo distante, fica difícil corrigir tal anomalia sem que
antes se convertam os protestantes em católicos.
No Brasil, a tentativa de criar tal “apartheid” não é recente. Já o padre Manuel da Nóbrega confrontou-se com tais idéias, embora de forma diferente: alguns
portugueses (dentre eles o próprio bispo Dom Pero Fernão Sardinha) eram de opinião que os jesuítas (e os outros missionários) deviam ocupar-se somente com os brancos ou com os que já eram cristãos, mantendo os índios pagãos isolados em suas tabas e lá ficassem à vontade para praticar seus cultos, suas idolatrias e seus costumes bárbaros, inclusive a antropofagia, o que quisessem. Por causa disso, e para combater tais idéias, o padre Manuel da Nóbrega publicou um livro chamado “Tratado contra a antropofagia e contra os cristãos, seculares e eclesiásticos, que a fomentam ou consentem” [iii] Infelizmente não se conhece hoje o texto deste “tratado”, mas apenas menção dele entre os contemporâneos de Manuel da Nóbrega. As idéias, porém, ainda hoje dominam principalmente os indigenistas assalariados do Governo laico. Se continuasse a existir a antropofagia, eles provavelmente a apoiariam de fato, pois muitos a defendem ou a acham desculpável por serem os índios pessoas dotadas de suma “bondade”.
No Brasil, a tentativa de criar tal “apartheid” não é recente. Já o padre Manuel da Nóbrega confrontou-se com tais idéias, embora de forma diferente: alguns
portugueses (dentre eles o próprio bispo Dom Pero Fernão Sardinha) eram de opinião que os jesuítas (e os outros missionários) deviam ocupar-se somente com os brancos ou com os que já eram cristãos, mantendo os índios pagãos isolados em suas tabas e lá ficassem à vontade para praticar seus cultos, suas idolatrias e seus costumes bárbaros, inclusive a antropofagia, o que quisessem. Por causa disso, e para combater tais idéias, o padre Manuel da Nóbrega publicou um livro chamado “Tratado contra a antropofagia e contra os cristãos, seculares e eclesiásticos, que a fomentam ou consentem” [iii] Infelizmente não se conhece hoje o texto deste “tratado”, mas apenas menção dele entre os contemporâneos de Manuel da Nóbrega. As idéias, porém, ainda hoje dominam principalmente os indigenistas assalariados do Governo laico. Se continuasse a existir a antropofagia, eles provavelmente a apoiariam de fato, pois muitos a defendem ou a acham desculpável por serem os índios pessoas dotadas de suma “bondade”.
Assim, estes indigenistas, sejam “missionários” ou não, conseguiram convencer
os governantes de que os índios devem viver segregados em suas reservas,
mantendo-os em seu estado “natural”, mesmo que seja o de completa barbárie e
incivilidade, cujo objetivo, segundo dizem, é “preservar” sua cultura. No
fundo, é o mesmo sistema de segregação criado na África do Sul e denominado de “apartheid”.
O que difere são as raças: aqui o índio e lá o negro.
Os selvagens são mantidos isolados como se fossem animais de zoológico ou
de reservas florestais: os que deles cuidam são pessoas que têm como única preocupação
mantê-los em seu “estado natural”, isto é, aculturados e selvagens. Se alguém
aparecer com idéias de catequizá-los e torná-los cristãos e civilizados, logo
surgirá uma grita geral de antropólogos, “missionários” modernistas e
funcionários do governo, protestando contra o que eles afirmam ser a extinção
de uma “cultura”.
Este “apartheid” favorece a IV Revolução não porque os índios tenham
capacidade de convencer os brancos sobre as benesses de sua vida tribal,
levando-os a abandonar suas cidades e juntar-se a eles nos matos em suas
tribos. De si, os índios quase nada influenciam os brancos. Mas suas
existências de forma tribal, sim; ela é utilizada pelos estruturalistas ou
indigenistas para ser mostrada como “modelo” de vida social perfeito, forma
mais sábia de viver em sociedade. E para realçar esta imaginada superioridade
da vida tribal tudo vale: desde o encanto de plagas ecológicas até o menosprezo
pela intromissão de certos homens brancos em terras indígenas – coisa mais do
que abominável para ales, pois se trata de invadir um “santuário”, algo de
“sagrado”, que o imundo e pernicioso homem branco e civilizado nunca pode pisar
os pés, sob pena de corromper e transformar tudo num lugar amaldiçoado por sua
ação civilizadora.
É desta forma que o “apartheid” brasileiro, a segregação dos selvagens em
reservas estagnadoras, pode e tem sido útil aos escopos da IV Revolução.
É desta forma que o “apartheid” brasileiro, a segregação dos selvagens em
reservas estagnadoras, pode e tem sido útil aos escopos da IV Revolução.
[iii] Vide “Breve História da
Companhia de Jesus no Brasil” – Pe. Serafim Leite, SJ – Livraria A. I., Braga, Portugal,
pág. 23
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