Neste aspecto as disparidades são
gritantes: os números variam de 1 a 12 milhões de habitantes. A corrente
estruturalista, a fim de exacerbar as aberrantes acusações que fazem aos
colonizadores de terem praticado genocídio, aumentam este número para muito
mais.
A tese mais aceitável é a do historiador
Varnhagen:
“Se
nos lembrarmos de que, em certas paragens, os primeiros exploradores
atravessavam extensões de caminhos de quarenta a cinqüenta léguas, sem encontrar
gente, e se estudarmos o que ainda hoje se passa nesses lugares onde o gentio,
perseguido de várias partes, se acardumou; e ponderarmos quanto têm crescido, à
vista d’olhos, tantas povoações e cidades, à medida que há três séculos
progride a cultura da terra, com os milhões de braços vindos da África, cremos
que não andam errados os que, como nós, ajuízam que toda a extensão do Brasil
está hoje oito ou dez tanto mais povoada do que no tempo em que se começou a
colonização; e que, por conseguinte nem chegaria a um milhão os índios
que percorriam nessa época este vasto território, hostilizando-se uns aos
outros...” [1]
Mais adiante o mesmo historiador afirma
que, em qualquer país, a povoação só
toma o devido desenvolvimento quando os habitantes abandonam a vida errante e
nômade para se dedicarem à cultura e ao aproveitamento da terra em habitações
fixas. Mesmo sem entender de estatísticas censitárias, é fácil acompanhar tal
raciocínio baseando-se no Brasil moderno. Mais de cento e noventa milhões vivem
hoje no Brasil e há quase cinco séculos as populações crescem em cidades as
mais diversas em inúmeros povoados e grandes cidades, contando com melhores
condições de saúde e de progresso sanitário, que os índios jamais possuíram
naquele tempo. Em suma, para que os índios
atingissem os milhões de habitantes de que falam as correntes estruturalistas
era necessário que convivessem em cidades, sanitariamente saudáveis, durante
muitos séculos ou milênios, sem as constantes guerras que faziam com que mais
diminuísse suas populações. A Europa só atingiu a população atual, com tantos
milhões de habitantes, quando alcançou aquele grau de progresso nas cidades e
nas condições de vida sanitárias, e mesmo assim, após dois milênios de
progresso. Quanto aos nossos índios, o que houve foi o contrário: nomadismo,
precárias condições de suas tabas, todas insalubres, e, sobretudo, suas
constantes guerras entre si, fatores que só tendia a depauperar e minguar o
crescimento populacional.
As afirmações de que aqui viviam vários
milhões de índios são exageradas e não convencem a uma mente sensata. Se fazem
tal afirmação é apenas com um único propósito: comprovar a absurda tese do
genocídio praticado pelos colonizadores.
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