sexta-feira, 23 de agosto de 2019

QUAL A POPULAÇÃO INDÍGENA DO BRASIL NO SÉCULO XVI?





Neste aspecto as disparidades são gritantes: os números variam de 1 a 12 milhões de habitantes. A corrente estruturalista, a fim de exacerbar as aberrantes acusações que fazem aos colonizadores de terem praticado genocídio, aumentam este número para muito mais.
A tese mais aceitável é a do historiador Varnhagen:
“Se nos lembrarmos de que, em certas paragens, os primeiros exploradores atravessavam extensões de caminhos de quarenta a cinqüenta léguas, sem encontrar gente, e se estudarmos o que ainda hoje se passa nesses lugares onde o gentio, perseguido de várias partes, se acardumou; e ponderarmos quanto têm crescido, à vista d’olhos, tantas povoações e cidades, à medida que há três séculos progride a cultura da terra, com os milhões de braços vindos da África, cremos que não andam errados os que, como nós, ajuízam que toda a extensão do Brasil está hoje oito ou dez tanto mais povoada do que no tempo em que se começou a colonização; e que, por conseguinte nem chegaria a um milhão os índios que percorriam nessa época este vasto território, hostilizando-se uns aos outros...” [1]
Mais adiante o mesmo historiador afirma que, em qualquer país, a povoação  só toma o devido desenvolvimento quando os habitantes abandonam a vida errante e nômade para se dedicarem à cultura e ao aproveitamento da terra em habitações fixas. Mesmo sem entender de estatísticas censitárias, é fácil acompanhar tal raciocínio baseando-se no Brasil moderno. Mais de cento e noventa milhões vivem hoje no Brasil e há quase cinco séculos as populações crescem em cidades as mais diversas em inúmeros povoados e grandes cidades, contando com melhores condições de saúde e de progresso sanitário, que os índios jamais possuíram naquele tempo.  Em suma, para que os índios atingissem os milhões de habitantes de que falam as correntes estruturalistas era necessário que convivessem em cidades, sanitariamente saudáveis, durante muitos séculos ou milênios, sem as constantes guerras que faziam com que mais diminuísse suas populações. A Europa só atingiu a população atual, com tantos milhões de habitantes, quando alcançou aquele grau de progresso nas cidades e nas condições de vida sanitárias, e mesmo assim, após dois milênios de progresso. Quanto aos nossos índios, o que houve foi o contrário: nomadismo, precárias condições de suas tabas, todas insalubres, e, sobretudo, suas constantes guerras entre si, fatores que só tendia a depauperar e minguar o crescimento populacional. 
As afirmações de que aqui viviam vários milhões de índios são exageradas e não convencem a uma mente sensata. Se fazem tal afirmação é apenas com um único propósito: comprovar a absurda tese do genocídio praticado pelos colonizadores.


[1] [1] vide “História Geral do Brasil”, Edições Melhoramentos - Varnhagen, vol.1, págs. 24/26


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