O chamado movimento litúrgico dentro da Igreja surgiu antes do Vaticano II. Vários foram os erros deste movimento, dentre os quais destaca-se uma tentativa de suprimir radicalmente a sacralidade do culto sagrado. Descendo a detalhes, com base em razoáveis teses da aproximação do clero com o povo, procuraram acabar com o latim nos ritos e cerimoniais da Igreja, instituíram que a Santa Missa fosse celebrada apenas com o vernáculo, tentaram abolir o canto gregoriano e instituir apenas as músicas populares, etc. Estes erros, em vez de aproximar o clero do povo, afastou-o mais ainda, além de provocarem uma salutar reação em certos setores conservadores católicos, os quais recusaram simplesmente qualquer modificação na liturgia da Igreja. Decididamente, foi o que provocou o cisma de mons. Lefebvre e sua conseqüente excomunhão. Quanto ao grupo que seguia Dr. Plínio, principalmente aqueles que (após seu falecimento em 1995) estão sob a orientação do padre João Clá, continuam fiéis à Hierarquia e aos princípios doutrinários da Igreja sem, no entanto, ter que aderir integralmente ao chamado liturgicismo. Basta que se assista a qualquer vídeo exposto na TV Arautos sobre cerimônias religiosas entre os Arautos para se verificar quanto eles permaneceram em tudo fiéis a seus princípios doutrinários. Entre eles o culto continua sacral, sublime, elevado, santo, com algumas partes sendo executadas no sacral e elevado latim e outras no próprio vernáculo. Verifica-se hoje que o culto pode ser celebrado assim de forma diversificada, sem com isso desfigurá-lo ou torná-lo nulo como alguns diziam no passado. O Beato Antonio Rosmini, assessor de Pio IX e grande teólogo (que Bento XVI tem como base para seus estudos teológicos), dizia em seu tempo (século XIX) que o clero cometia vários erros (ele chega a alinhá-los todos) fundamentais, e um destes erros era o afastamento dos fiéis. Afastamento que começava no próprio culto, na Missa. Assim, essa aproximação do sacerdote com os fiéis não era um mal, o problema é que os progressistas diziam que esta aproximação deveria fazer com que o celebrante descesse de seu nível, rebaixasse até o nível mais baixo para se equiparar com o povão. Um erro não justifica outro. Para que o culto seja o mais rico possível é necessário que também haja participação dos fiéis em suas qualidades artísticas, seja através da música, seja mesmo por outros meios (como no tempo de Davi que havia até danças). O errado é que estas manifestações não sejam elevadas e que rebaixe a grandeza e beleza do culto sagrado. Vejam no pequeno exemplo dos vídeos que os Arautos estão divulgando, a Dedicação da Igreja Nossa Senhora do Rosário feita pelo Cardeal Rode em fevereiro deste ano. As imagens de todas as cerimônias estão carregadas de toda a sacralidade que a Igreja requer, muito solene, como se requer num culto que se presta a Deus através da Santa Missa e ritos sagrados.
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