Após a antiga fórmula da "opção preferencial pelos pobres", tão cara aos progressistas do final do século passado, vem agora a "opção preferencial pelos velhos". É o que se depreende do pronunciamento feito pelo secretário geral da ONU, Ban Ki-moon (arranjam cada nome estranho para colocar naquele cargo!), em declarações ao "The Washington Post" no último dia 3 de julho. A propósito da cúpula do G-8, a se reunir em Tóquio, de 7 a 9 de julho, disse ele:
"A mudança climática e a degradação do meio-ambiente ameaçam o futuro de nosso planeta. O crescimento da população e o aumento do bem-estar produzem uma tensão sem precedentes sobre os recursos da terra. Malthus volta a estar na moda. Tudo parece repentinamente minguar, a energia, o ar limpo e a água fresca, tudo isto que nos alimenta e sustenta nossa moderna forma de vida".
Como foi noticiado, o tema central desta reunião dos países que compõem o G-8 será uma "ação global para salvar o crescimento global". Esta frase eufemística esconde um propósito de tentar reduzir o crescimento populacional de qualquer forma, pois tal crescimento seria um dos fatores que estão provocando a degradação do meio-ambiente. E parece que está havendo uma ação conjugada a nível internacional. Como preparação da reunião do G-8 houve outra reunião de cúpula, da Conferência Internacional dos Parlamentares do G-8, da qual também fez parte o UNFPA, Fundo para a População da ONU, além de Banco Mundial e de uma organização internacional que promove o aborto em todas as nações, o IPPF. Como não poderia deixar de ser, foi tratado de um tema também eufemístico, "saúde reprodutiva", que nada mais é do que a promoção do aborto, do controle artificial da natalidade e, principalmente, a perversão sexual em escala mundial. E qual a conclusão desta última cúpula? É que os países ricos devem considerar seriamente os problemas populacionais, ao discutir sobre problemas alimentícios, a mudança climática e as mortes maternas... De que forma? A sugestão é clara: reduzindo as gravidezes não desejadas, facilitando o acesso ao que chamam "saúde reprodutiva" (leia-se, aborto), etc. etc.
E para justificar estas medidas não falta orquestração na mídia. Nos Estados Unidos surgiu um grupo chamado "Californianos pela Estabilidade da População", dizendo que as estradas da América estão congestionadas por um "crescimento demográfico desmedidamente fora de controle", o mesmo ocorrendo com as escolas e as salas de emergência... O príncipe Phillip, da Inglaterra, culpa a superpopulação como responsável pelo encarecimento dos preços dos alimentos. Até mesmo o dalai lama fala a mesma linguagem. Como disse Ban Ki-moon (nome mais apropriado para um terrorista do que para secretário geral da ONU), Malthus está na moda.
Mas que representa este teórico fracassado da desgraça (Thomas Malthus) para os tempos de hoje? A século e meio passado falou ele que se a população crescesse da forma como vinha, o mundo iria experimentar uma fome nunca vista em toda a história da humanidade. No entanto, não é o que vem ocorrendo: nunca se produziu tanto alimento como hoje, nunca se produziu tanta riqueza, e no entanto a população cresceu seis ou setes vezes mais do que no tempo dele. O que ocorre é que a riqueza está mais concentrada na Europa e nos Estados Unidos da América (sem esquecer alguns países chamados "emergentes" que crescem insuflados por uma elite financeira filha da "globalização"). Se existe fome em alguns países, isto se deve mais a problemas políticos e culturais (até mesmo por causa das guerras). Vocês já viram com que rapidez os aviões decolam dos países ricos, cheios de ajuda alimentar, para socorrer vítimas de catástrofes? Por que isto não se tornou rotina em épocas normais?
E o que está ocorrendo na velha Europa? Um torpe envelhecimento de sua população, a qual, embora rica, vai cedendo lugar aos imigrantes que ocupam o vazio da falta de braços jovens no velho continente. Já com relação aos Estados Unidos ocorre o contrário: segundo cálculos do Instituto de Política Familiar (IPF), da Espanha, a população europeia deixará de crescer em torno do ano 2025, enquanto os Estados Unidos continuarão crescendo, pelo menos, até o ano 2051. Quando chegar esta época e, finalmente, os governos europeus acordarem para essa política suicida de controle da natalidade, como é que os anciãos daqueles povos poderão recuperar a fertilidade perdida? Será a ruína daquele continente...
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