Quando Ingrid Betancourt chegou na Europa, concedeu entrevista ao semanário católico francês “Pelèrin”, que a publicou no dia 10 de julho. Antes da entrevista, o semanário informa que a ex-cativa dos guerrilheiros colombianos visitou o Santuário de Lourdes e a basílica Sacré-Coeur, de Paris, a fim de dar graças ao Sagrado Coração de Jesus pela sua libertação. Em sua entrevista, Ingrid fala de sua conversão, de sua fé, seu encontro com a Sagrada Escritura (lida no cativeiro) e com Deus e Jesus Cristo. No entanto, a imprensa sensacionalista e superficial, publicou apenas alguns trechos da referida entrevista, ressaltando somente certa discordância política do atual governo colombiano. Uma frase, dita por ela, foi repetida por quase todos os órgãos de imprensa: “... devemos mudar o vocabulário radical, extremista de ódio, de palavras muito fortes que prejudicam de forma íntima o ser humano”. Também foi repetida por toda a mídia esta outra afirmação, perdida num enorme contexto: “Betancourt exige que Uribe abandone a linguagem de ódio contra as FARCs”. No entanto, a ex-cativa falou muitas coisas importantes, e muito mais importantes do que estas divulgadas pela mídia como se fosse apenas isto que tivesse dito. Por exemplo, falou ela na entrevista que se passou em sua alma uma verdadeira conversão espiritual no cativeiro. Disse que lá começou a ler a Bíblia (coisa que nunca tinha feito antes) e a fez prometer a Deus mudar de vida quando se libertasse. Disse ela que assim pensou no cativeiro: “...já que vou passar meses e meses aqui, vou então ler a Bíblia, pois não a conhecia. Ao abri-la, me vieram à mente as palavras das cartas de São Paulo. Cito-as de memória, mais ou menos: “pede o que queres, que o Espírito Santo pedirá melhor, porque saber melhor do que tu o que necessitas”. Houve também uma mudança no que diz respeito a devoção à Virgem Maria. Explicou Ingrid desta forma o motivo de sua peregrinação à basílica do Sagrado Coração de Jesus em Paris: “No dia 1 de junho ouvia eu a Rádio Católica Mundial e fui informada de que em junho se celebra o Sagrado Coração de Jesus. Pois bem, a última vez que vi meu pai estávamos sentados em sua casa sob a imagem do Sagrado Coração. Papai me pegou pela mão, observou a imagem e disse: “Sagrado Coração, cuida de meu coração, cuida de minha filha”. Assim que, quando falaram do Sagrado Coração de Jesus prestei atenção. “Até então não conhecia bem a história de Santa Margarida Maria, de fato acabo de saber seu nome agora. Mas sabia que os que se consagraram como ela ao Sagrado Coração recebiam bênçãos. Recordo-me de uma em particular, em que Jesus prometia tocar os corações duros que nos fazem sofrer. Então rezei: Jesus meu, nunca vos pedi nada porque sois tão grande que me dá vergonha pedir-te. Porém aqui vou te pedir uma coisa muito concreta. Não sei o que significa exatamente consagrar-se ao Sagrado Coração, mas se me dizes, ao longo de teu mês, o mês de junho, em que data serei libertada, serei toda tua”. “E a 27 de junho um comandante da guerrilha veio dizer aos prisioneiros que seriam libertados. O fato é que Jesus cumpriu sua palavra: vivi um milagre”. E a 2 de julho, ao pé do avião que a trouxe da selva, rezava de joelhos um Pai Nosso e uma Ave-Maria dando graças a Deus junto aos outros libertados. Em suas mãos passou a portar um Rosário, mantido assim até mesmo na entrevista que teve com o presidente Sarkozy. Estes detalhes a mídia internacional ocultou completamente. Assista abaixo os vídeos das primeiras entrevistas que Ingrid Betancourt e um militar colombiano deram à TV logo após serem libertados.
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