Maternidade
e virgindade, dois ornamentos da mulher
O ilustre teólogo, Fr. Victorino Rodríguez y
Rodríguez, comentando a Carta Apostólica Mulieris dignitatem, de João
Paulo II, estabelece este paralelo entre a maternidade e a virgindade:
“A maternidade e as virtudes da mulher esposa
e mãe têm sido muito valorizadas tanto no Antigo Testamento (Prov. XXXI, 10-31)
como no Novo e a História da Igreja. Pense-se, por exemplo, na vida de Santa
Mônica, narrada por seu filho Santo Agostinho, nas “Confissões”. João Paulo II
assinala com admirável realismo antropológico que “embora o fato de serem pais
pertence aos dois, é uma realidade mais profunda na mulher, especialmente no
período pré-natal. Nenhum programa de igualdade de direitos do homem e da
mulher é válido se não tem em conta isto, de um modo essencial.” “A maternidade, sob o aspecto pessoal-ético
expressa uma criatividade muito importante da mulher, da qual depende de
maneira decisiva a mesma humanidade da nova criatura” (Mulieris dignitatem, n. 18). (...)
“A dignidade da virgindade é plenamente
valorizada e promovida no Novo Testamento.
“O ideal evangélico da virgindade – diz João Paulo II – constitui uma
clara novidade em relação à tradição do Antigo Testamento” (Mulieris dignitatem, n. 20). Trata-se de uma
especial opção pelo Reino dos Céus, que é a graça especial de Deus (Mt. XIX,
11). “Tendo como base o Evangelho, desenvolveu-se e se aprofundou o sentido da
virgindade como vocação também da mulher, com o que se reafirma sua dignidade à
semelhança da Virgem de Nazaré”
(Mulieris dignitatem, n. 20). É a correspondência à doação total de
Cristo, dando-se totalmente a Ele; mais que um “não”, contém um profundo “sim”
de amor total e indivisível.
“Na virgindade consagrada, a renúncia à maternidade biológica está amplamente compensada pela maternidade espiritual, refletida, em muitas instituições, na assistência benéfica e educativa. Muitas mulheres mereceram a honra dos altares por esse caminho”. [1]
[1] Fr.
Victorino Rodríguez y Rodríguez, O.P., “Estudios de Antropologia Teológica,
Speiro, Madrid, 1991, pp. 59-60.
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