A CLASSE MÉDIA, SEMPRE A CLASSE MÉDIA!
Este diálogo, imaginado na peça teatral “Le Diable Rouge”, de Antoine Rault, entre Colbert e Mazarino, durante o reinado de Luís XIV, é bem atual.
Colbert:- Para arranjar dinheiro, há um momento em que enganar o contribuinte já não é possível. Eu gostaria, Senhor Superintendente, que me explicasse como é possível continuar a gastar quando já se está endividado até o pescoço…
Mazarino:- Um simples mortal, claro, quando está coberto de dívidas e não consegue honra-las, vai parar na prisão. Mas o Estado é diferente!!! Não se pode mandar o Estado para a prisão. Então, ele continua a endividar-se… Todos os Estados o fazem!
Colbert:- Ah, sim? Mas como faremos isso, se já criamos todos os impostos imagináveis?
Mazarino:- Criando outros.
Colbert:- Mas já não podemos lançar mais impostos sobre os pobres.
Mazarino:- Sim, é impossível.
Colbert:- E sobre os ricos?
Mazarino: -E os ricos também não. Eles parariam de gastar. E um rico que gasta, faz viver centenas de pobres.
Colbert: - Então, como faremos?
Mazarino: - Colbert! Tu pensas como um queijo, um penico de doente! Há uma quantidade enorme de pessoas entre os ricos e os pobres: as que trabalham sonhando enriquecer e temendo empobrecer. É sobre essas que devemos lançar mais impostos, cada vez mais, sempre mais! Quanto mais lhes tirarmos, mais elas trabalharão para compensar o que lhes tiramos. Formam um reservatório inesgotável. É a classe média!
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Descrição dos personagens acima:
Mazarino – ou Jules Mazarin (1602-1661) (na Itália o chamavam de Giulio Mazarini), político italiano que se destacou como regente do trono francês (após ter sucedido Richelieu como primeiro ministro de Luís XIV). Recebeu o título de Cardeal, como era conhecido e chamado, mas não nunca foi eclesiástico, e sim um simples leigo.
Colbert (Jean-Baptiste Colbert 1619-1683), político francês, destacou-se como ministro da economia de Luís XIV
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