terça-feira, 3 de janeiro de 2023

CONSIDERAÇÕES SOBRE O NOME DE JESUS

 




A Igreja festeja a 3 de janeiro o Santíssimo Nome de Jesus. Eis a seguir alguns comentários sobre esta festividade:

 

O Anjo disse-lhe: "Não temas Maria, pois encontraste graça diante de Deus. Eis que conceberás e darás a luz um filho, e lhe porás o nome de Jesus. Ele será grande e chamar-se-á Filho do Altíssimo, e o Senhor Deus lhe dará o trono de seu pai Davi; e reinará eternamente na casa de Jacó [1] e o seu reino não terá fim." (Lc 1, 30-34). Ao Nome de Jesus todo joelho se dobre no céu, na terra e nos abismos; e toda língua proclame, para glória de Deus Pai, que Jesus  Cristo é Senhor! (São Paulo, Fil 2,10)

A devoção ao Nome Santo de Jesus espalhou-se pela Europa cristã com rapidez surpreendente. Em 1432, o Papa Eugénio IV emitiu uma Bula promovendo a devoção ao símbolo IHS escrito. A devoção popular levou à composição de um Ofício do Nome Santo, e ao estabelecimento de um dia comemorativo. Em Camaiore di Luca, na Itália, começou-se a celebrar a festa, depois de aprovada para a Ordem dos Franciscanos (1530) e sob o pontificado de Inocêncio XIII (1721), estendida a toda a Igreja.

O dia da festa variou através dos séculos, mas muitos o lembram como o domingo depois do Natal, até 1969, quando foi suprimido. O Santo Padre João Paulo II, na mais recente edição do Missal Romano, restabeleceu a Festa do Santíssimo Nome de Jesus no dia 3 de Janeiro.

Esta devoção obteve maior crescimento com a pregação de São Bernardino de Sena (falecido em 1444), o apóstolo do nome de Jesus.

 

SANTO AFONSO MARIA DE LIGÓRIO COMENTA SOBRE O SANTO NOME DE JESUS

“Vocatum est nomen ejus Jesus” – Deram-lhe o nome de Jesus
O grande nome de Jesus não é de invenção humana [2]: foi o Padre eterno que o deu a seu Filho, diz São Bernardino de Sena. “É um nome novo e saído dos lábios do Senhor”, segundo o profeta, um nome que só Deus podia dar Àquele que destinara para Salvador do mundo. É um nome a um tempo novo e eterno porque, como a redenção foi declarada desde a eternidade, assim o nome do Redentor lhe foi assinalado desde a eternidade. Entretanto na terra o nome de Jesus só foi imposto a Nosso Senhor no dia da circuncisão . “Depois que se completaram os oito dias para ser circundado o Menino foi-lhe dado o nome de JESUS”, diz Lucas. Deus quis então recompensar a humildade de seu Filho, dando-lhe esse nome glorioso. Sim, enquanto Jesus se humilha sujeitando-se com a circuncisão a receber a marca dos pecadores, é justo que seu Pai o glorifique dando-lhe um nome que, como se exprime São Paulo, sobrepuja em dignidade e grandeza todos os outros nomes. E manda que esse nome seja adorado pelos anjos, pelos homens e pelos demônios, ou, para nos servirmos das expressões do mesmo Apóstolo, Deus quer que “ao nome de Jesus se curve todo o joelho no céu, na terra e no inferno”.[3]

 

O DOCE E SANTÍSSIMO NOME DE JESUS SEGUNDO SÃO BERNARDINO DE SENA

Sobre o nome de Jesus assim falou São Bernardino de Sena:
“Deram-lhe o nome de Jesus” (Lc 2, 21)

“Ainda que seja inefável o nome santíssimo de Jesus que foi imposto na Circuncisão a Cristo Senhor, Redentor do gênero humano, todavia para não nos calarmos completamente em tão grande solenidade, alguma coisa apresentaremos em louvor e glória de tão grande nome, diante do qual “todo o joelho se dobra nos Céus, na Terra e nos Infernos” (Fil. 2, 10). Porque tão grande é a consolação da alma que se alegra em Cristo, que a pobreza se torna como riquezas, a aspereza como delícias e a vileza como honras, e pelo Seu nome todos os suplícios se fazem para ela doces.

“Na verdade, diz-se por causa desse nome: “Saíram da sala do Sinédrio cheios de alegria por terem sido considerados dignos de sofrer vexames por causa do nome de Jesus” (At 5, 41). Portanto, se mergulha na tua mente o negrume da tristeza, se está iminente uma grave e violenta tempestade, se as costas do mar ribombam com terrível e horroroso mugido, se são batidas as praias do oceano, e se também a nau está invadida pelas ondas, invoca Jesus, que se julga estar a dormir nos navios, mas é um Jesus que nem dorme nem dormita; e com toda a Fé diz-lhe: “Levanta-te, Senhor Jesus!” (Sl 3, 7).
“Oh nome de Jesus exaltado acima de todo o nome, oh gozo dos Anjos, oh alegria dos justos, oh pavor dos condenados: em Vós está a esperança de qualquer perdão, em Vós toda a esperança da indulgência, em Vós toda a expectativa de glória. Oh nome dulcíssimo, Vós dais perdão aos pecadores, renovais os costumes, encheis os corações de doçura divina. Oh nome desejável, nome admirável, nome venerável, Vós, nome do Rei Jesus, assim levantais ao mais alto dos céus os espíritos, que todos os que principiam a ter devoção a este nome, graças a Ele encontram a glória e a salvação, por Jesus Cristo Nosso Senhor.[4]

O NOME DE JESUS

O grande nome de Jesus não é de invenção humana; foi o Padre eterno que o deu a seu divino Filho, diz São Bernardino de Sena. É um nome novo e saído dos lábios do Senhor, segundo o profeta, um nome que só Deus podia dar Àquele que destinara para Salvador do mundo. É um nome a um tempo novo e eterno porque, como a redenção foi decretada desde a eternidade, assim o nome do Redentor lhe foi assinalado desde a eternidade. Entretanto na terra o nome de Jesus só foi imposto a Nosso Senhor no dia da circuncisão: Depois que se completaram os oito dias para ser circuncidado o Menino, foi-lhe dado o nome de JESUS, diz Lucas. Deus quis então recompensar a humildade de seu Filho, dando-lhe esse nome glorioso. Sim, enquanto Jesus se humilha sujeitando-se com a circuncisão a receber a marca dos pecadores, é justo que seu Pai o glorifique dando-lhe um nome que, como se exprime São Paulo, sobrepuja em dignidade e grandeza todos os outros nomes. E manda que esse nome seja adorado pelos anjos, pelos homens e pelos demônios, ou, para nos servirmos das expressões do mesmo Apóstolo, Deus quer que ao nome de Jesus se curve todo o joelho no céu, na terra e no inferno. Se todas as criaturas adoram esse grande nome, nós, pecadores, muito mais do que os outros, somos obrigados a adorá-lo, porque por nosso amor é que o Filho de Deus leva esse nome de Jesus, que significa Salvador; é para salvar os pecadores, como canta a Igreja, que Ele desceu do céu e se fez homem. Devemos adorá-lo, e ao mesmo tempo render graças a Deus por haver dado a Nosso Senhor, para o nosso bem, esse nome que nos consola, nos defende, e nos inflama; três pontos que vamos tratar neste discurso, depois de pedir a Jesus e Maria as luzes de que temos necessidade.

(SANTO AFONSO MARIA DE LIGÓRIO - “Encarnação, Nascimento e Infância do Menino Jesus” – Edição Pdf Aparecida – 2004 – Fl. Castro – págs. 107/108)

O NOME DE JESUS NOS CONSOLA

Em primeiro lugar, o nome de Jesus nos consola; em todas as penas basta-nos dizer: Jesus! para nos sentirmos aliviados. Quando recorremos a Jesus, Ele não pode deixar de consolar-nos: Ele quer consolar-nos porque nos ama, e Ele o pode, porque não é só homem mas também Deus todo-poderoso; do  contrário, esse grande nome de SALVADOR não lhe convidaria em toda verdade. O nome de Jesus supõe um poder infinito e ao mesmo tempo uma sabedoria e um amor infinitos; se essas perfeições não se achassem reunidos em Jesus Cristo, Ele não poderia salvar-nos, como o disse São Bernardo. Esse Santo diz ainda, falando da circuncisão: “Ele foi circuncidado como filho de Abraão; foi chamado Jesus como Filho de Deus”. Nosso Senhor está marcado, como homem, com o sinal dos pecadores, porque Ele se encarregou de satisfazer pelos pecadores, e desde o seu nascimento quer começar a expiar os pecados deles por seus sofrimentos e pela efusão de seu sangue; mas Ele é chamado Jesus, é chamado Salvador, como Filho de Deus, porque só a Deus compete salvar.

(SANTO AFONSO MARIA DE LIGÓRIO - “Encarnação, Nascimento e Infância do Menino Jesus” – Edição Pdf Aparecida – 2004 – Fl. Castro – págs. 108)

SE UMA ALMA ESTÁ AFLITA OU ATRIBULADA, PRONUNCIE O NOME DE JESUS

O nome de Jesus é chamado pelo Espírito Santo óleo derramado. E não sem razão, observa S. Bernardo: o óleo aclara, nutre e cura; assim o nome de  Jesus. Em primeiro lugar é luz: aclara quando anunciado. Com efeito, pergunta o Santo, donde veio essa luz que a fé difundiu com tanta rapidez sobre a terra
ao ponto de levar em pouco tempo grande número de gentios ao conhecimento e ao serviço do verdadeiro Deus? foi da pregação do nome de Jesus. É a esse nome que devemos a felicidade de sermos feitos filhos da verdadeira luz, isto é, filhos da Santa Igreja, tendo nascido no grêmio da Igreja Romana, em países cristãos e católicos: graça e sorte não concedidas à maior parte dos homens, que nascem entre os idólatras, maometanos ou hereges. — Além disso o nome de Jesus é um nutrimento que fortifica nossas almas, cada vez que nele pensamos. Enche de paz e consolação os fiéis, mesmo no meio das misérias e das perseguições que têm de sofrer sobre a terra. Sustentados pela virtude do nome de Jesus, os apóstolos exultavam de alegria no meio dos maus tratos e dos opróbrios: Eles saiam da presença do conselho, contentes por terem sido achados dignos de sofrer afrontas pelo nome de Jesus. — É, pois, uma luz e um nutrimento, e é também um remédio para os que o invocam. Demos a palavra a São Bernardo: “Se uma alma está aflita ou atribulada, pronuncie o nome de Jesus; e logo a tempestade fugirá e voltará a paz”. Se alguém tem a desgraça de cair no pecado e desespera do perdão, invoque esse nome de vida que logo sentirá a confiança do perdão; esse nome de Jesus o Pai eterno lho deu como Salvador precisamente para obter o perdão aos pecadores. Se Judas, tentado de desespero, tivesse invocado o nome de Jesus, não teria sucumbido, afirma Eutímio. Ele acrescenta que um pecador, seja ele qual for, não cairá jamais no abismo do desespero, contanto que invoque esse santo nome que é
nome de esperança e salvação. Infelizmente os pecadores deixam de recorrer a esse remédio salutar, porque não querem sarar de suas enfermidades.
Jesus Cristo está pronto a curar todas as nossas chagas; mas se alguém gosta de suas chagas e não deseja a cura, como poderá Jesus curá-lo? — A venerável Irmã Maria Crucifixa viu um dia Nosso Senhor como num hospital; as mãos cheias de remédios, ia dum doente a outro; mas em vez de lhe  testemunharem reconhecimento e de chamarem-no, esses infelizes o repeliam. Assim fazem muitos pecadores: depois de se envenenarem voluntariamente pelo pecado, recusam a saúde, isto é, a graça que Jesus lhe oferece; ficam pois na sua miséria e se perdem.
Ao contrário, que temor pode ter um pecador que recorre a Jesus, pois que Jesus mesmo se oferece para obter de seu Pai o perdão aos culpados havendo já com a sua morte pago a pena que eles mereceram? “O ofendido fez-se nosso intercessor, diz S. Lourenço Justiniano; e Ele mesmo pagou o que lhe devíamos”. Alhures ele acrescenta: “Quando pois vos sentirdes
acabrunhados pela enfermidade, atormentados pela dor, agitados pelo temor, chamai Jesus em vosso auxílio, e Ele vos consolará”. Aliás basta que peçamos a seu Pai em seu nome, para obtermos tudo quanto lhe pedirmos: essa promessa, repetida muitas vezes pelo próprio Jesus Cristo, não pode deixar de ser cumprida: Tudo o que pedirdes a meu Pai em meu nome, Ele vo-lo dará. — Tudo o que pedirdes ao Pai em meu nome, eu o farei.

(SANTO AFONSO MARIA DE LIGÓRIO - “Encarnação, Nascimento e Infância do Menino Jesus” – Edição Pdf Aparecida – 2004 – Fl. Castro – págs. 109/111)

O NOME DE JESUS É UMA TORRE FORTÍSSIMA

Dissemos, em segundo lugar, que o nome de Jesus nos defende. Sim, nos protege contra as emboscadas e ataques de nossos inimigos. O Messias foi por Isaías chamado o Forte: Fortis; e o Sábio disse que o seu nome é uma torre fortíssima. Com isso nos dá a entender que quem se põe sob a proteção desse nome poderoso nada tem a temer dos assaltos do inferno.
Jesus Cristo, diz S. Paulo, humilhou-se por obediência a seu Pai, ao ponto de morrer na cruz; eis por que Deus o exaltou. “Com outras palavras, observa S. Anselmo, Nosso Senhor humilhou-se de tal forma, que não podia humilhar-se mais; e por isso o seu divino Pai, pelo mérito dessa humildade e obediência do Filho, o exaltou o mais que pôde”. E de fato, diz o apóstolo, o Padre eterno deu a seu Filho divino um nome acima de todo outro nome, um nome tão glorioso e poderoso, que é venerado pelo céu, porque nos pode obter todas as graças;
nome poderoso na terra, porque pode salvar a todos os que o invocam devotamente; nome poderoso no inferno, porque espanta todos os demônios. Esse nome sagrado faz tremer os anjos rebeldes, porque, ao ouvi-lo, se lembram do Forte por excelência, que destruiu o império que exerciam violentamente sobre os homens. “Eles tremem, diz S. Pedro Crisólogo, porque são forçados a adorar esse nome toda a majestade de Deus”.

(SANTO AFONSO MARIA DE LIGÓRIO - “Encarnação, Nascimento e Infância do Menino Jesus” – Edição Pdf Aparecida – 2004 – Fl. Castro – pág. 111)

 

TODO EXORCISMO SÓ TEM EFEITO SE FOR EM NOME DE JESUS

Aliás nosso Salvador declarou que seus discípulos expulsariam os demônios em virtude de seu nome. E de fato, a Santa Igreja, em seus exorcismos, sempre se serve desse nome para expelir esses espíritos infernais dos possessos. E os sacerdotes que assistem aos moribundos, se servem do nome de Jesus para libertar os enfermos dos mais terríveis assaltos que o inferno faz naqueles momentos da morte. Leia-se a vida de S. Bernardino de Sena, e lá se verá quantos pecadores ele converteu, quantos abusos fez desaparecer, quantas cidades santificou, pregando aos povos a devoção ao nome de Jesus. Segundo a palavra de S. Pedro, o santo nome de Jesus é o único do qual, pela vontade divina, podemos esperar a salvação. Jesus Cristo não nos salvou apenas uma vez; Ele nos salva continuamente por seus méritos, livrando-nos do perigo de pecar todas as vezes que o invocamos com confiança; assim cumpre a promessa: Tudo o que pedirdes ao Pai em meu nome, eu o farei. Daí a animadora palavra de S. Paulo que quem invocar o nome do Senhor, será salvo.
Repito, pois, com S. Lourenço Justiniano: Em todas as vossas tentações, venham elas dos demônios ou dos homens que vos excitam ao pecado, chamai a Jesus em vosso auxílio, e triunfareis; e se as tentações continuarem a perseguir-vos, continuai a invocar Jesus, e não sucumbireis jamais. É um fato de experiência: as almas fiéis a essa santa prática permanecem firmes no combate e conquistam infalivelmente a vitória.
Ao nome de Jesus usamos sempre o de MARIA, que é igualmente terrível no inferno, e nada teremos a temer. “Jesus! Maria!” haverá oração mais curta, mais fácil de reter? ela não é menos poderosa para repelir todos os ataques dos inimigos da nossa salvação. Assim fala Tomás a Kempis.

(SANTO AFONSO MARIA DE LIGÓRIO - “Encarnação, Nascimento e Infância do Menino Jesus” – Edição Pdf Aparecida – 2004 – Fl. Castro – págs. 111/112)

SEJA-NOS CARO, Ó CRISTÃO, O BELO NOME DE JESUS

Assim, quando uma alma fiel pronuncia o nome de Jesus e se recorda do que o Senhor fez para salvá-la, é impossível que não sinta o seu coração inflamar-se por Aquele que a amou tanto. “Quando dizemos ‘Jesus’, afirma S. Bernardo, devemos figurar-nos um homem manso, afável, compassivo, cheio de todas as virtudes; devemos ainda pensar que Ele é o nosso Deus e que, para curar-nos de nossas chagas, quis ser desprezado e maltratado até morrer de pura dor na cruz”. — “Seja-nos caro, ó cristão, exorta Santo Anselmo, o belo nome de Jesus; Jesus esteja sempre em vosso coração; seja o único alimento de vossa alma e a vossa única consolação”. Ah! replica São Bernardo, só quem experimentou pode compreender a doçura, as celestes delícias que se sentem, mesmo neste vale de lágrimas, quando se ama ternamente a Jesus.

 

(SANTO AFONSO MARIA DE LIGÓRIO - “Encarnação, Nascimento e Infância do Menino Jesus” – Edição Pdf Aparecida – 2004 – Fl. Castro – págs. 113/114)

GRAVAI, JESUS, O VOSSO NOME ADORÁVEL EM MEU POBRE CORAÇÃO

Ó Jesus, já que sois o meu Salvador, que destes o vosso sangue e a vossa via para resgatar-me, gravai, peço-vos, o vosso nome adorável em meu pobre coração, a fim que, tendo-o sempre impresso no coração pelo amor, eu o tenha também sempre nos lábios invocando-o em todas as minhas necessidades. Se o demônio me tentar, o vosso nome me dará força de resistir-lhe. Se a confiança me abandonar, o vosso nome me reanimará a esperança. Se estiver aflito, o vosso nome me fortalecerá, recordando-me o muito que sofrestes por mim. Se estiver frio no vosso amor, o vosso nome me inflamará, recordando-me o muito que sofrestes por mim. Se estiver frio no vosso amor, o vosso nome me inflamará, recordando-me o amor que me testemunhastes. No passado caí muitas vezes no pecado, porque vos não invoquei; para o futuro o vosso nome será a minha defesa, o meu refúgio, a minha esperança, o meu único consolo e o meu único amor. Assim espero viver, assim espero morrer, tendo sempre nos lábios o vosso santo nome.
Virgem Santíssima, obtende-me a graça de invocar sempre em minhas necessidades o nome de vosso divino Filho, Jesus, e o vosso, minha Mãe Maria; mas fazei que os invoque sempre com confiança e amor, dizendo-vos com o devoto Afonso Rodrigues: “Ó meu dileto Jesus, ó minha querida Rainha, Maria, concedei-me a graça de sofrer e de morrer por vosso amor: já não quero ser meu, mas vosso e todo vosso, vosso na vida e vosso na morte, em que, com o vosso socorro, espero entregar a minha alma repetindo: Jesus e Maria, ajudai-me; Jesus e Maria, recomendo-me a vós; Jesus e Maria, eu vos amo, confio em vós, eu vos dou toda a minha alma.

(SANTO AFONSO MARIA DE LIGÓRIO - “Encarnação, Nascimento e Infância do Menino Jesus” – Edição Pdf Aparecida – 2004 – Fl. Castro – págs. 116/117)

 

A Santa Igreja fica como que atônita ao contemplar esse grande mistério: Considerai as vossas obras, exclama ela com o profeta, e fiquei estupefata. Se Deus houvesse criado mil outros mundos, mil vezes maiores e mais belos que este, essa obra seria certamente infinitamente menor do que a Encarnação do Verbo. Ele manifestou o poder de seu braço. Na obra da Encarnação foi necessária a onipotência e a sabedoria infinita dum Deus, para fazer que a natureza humana se unisse a uma pessoa divina, e que uma pessoa divina se  humilhasse até tomar a natureza humana. Assim, Deus fez-se homem, e o homem tornou-se Deus; e estando a divindade do Verbo unida à alma e ao corpo de Jesus Cristo, todas as ações desse Homem-Deus foram divinas; divinas foram suas preces, divinos os seus sofrimentos, divinos seus vagidos, divinas as suas lágrimas, divinos os seus passos, divinos os seus membros, divino o seu sangue, esse sangue do qual queria fazer um banho de salvação para nos purificar de todos os nossos pecados, e um sacrifício de valor infinito para aplacar a justiça do Pai irritado com os homens.

(SANTO AFONSO MARIA DE LIGÓRIO - “Encarnação, Nascimento e Infância do Menino Jesus” – Edição Pdf Aparecida – 2004 – Fl. Castro – págs. 120/121)

 


[1] Vê-se que o Anjo fala em “casa de Jacó”, mas o patriarca teve seu nome mudado por um Anjo para Israel (Gên 32, 28). Poderia ter dito “casa de Israel”, mas na linguagem corrente entre os hebreus o nome Jacó estava ligado à descendência real através da tribo de Judá, enquanto Israel tinha sentido mais espiritual e divino. O Anjo, portanto, falava claramente também numa descendência real terrena

[2] Há outros com este nome no Antigo Testamento: o sumo sacerdote depois do cativeiro da babilônia (Zac 6, 11); e o autor do Eclesiastico, filho de Sirac (Eclo 50, 29). A palavra “justo” vem de “Justus”, termo latino e grego oriundo de Jesus.



 [3] Todo ser humano tem necessidade de ter um nome ao nascer, o qual sempre se refere à sua própria família. No entanto, ao receber uma missão divina Deus lhe dá outro nome, como ocorreu com Abraão (que se chamava antes Abrão), Israel (que se chamava Jacó) e São Pedro (que antes se chamava Simão). No entanto, por causa de sua Missão desde toda a eternidade, Jesus já nasceu com este nome dado pelo Pai como afirma Santo Afonso. Isaías comenta: “Deixareis o vosso nome no juramento aos meus escolhidos; o Senhor Deus vos matará, e aos seus servos chamará por outro nome, no qual o que é abençoado sobre a terra, será abençoado pelo Deus da verdade; o que jura sobre a terra (por este nome) jurará pelo Deus da verdade...” (Is 65, 15-16

[4] Homilia de São Bernardino de Sena sobre o santíssimo nome de Jesus

Nenhum comentário: