A condição social e a ciência são,
separadamente, os dois obstáculos que os incrédulos julgam existir para a
difusão da Igreja. E a Igreja responde-lhes com a vida de um São Francisco de
Salles, que aliava à nobreza de sua família uma ciência invulgar adquirida com
brilhantismo nos melhores colégios de França.
São Francisco foi enviado pelo pai a Paris
para estudar. Sua mãe, no entanto, que temia pela virtude do filho assim
abandonado numa grande cidade, despediu-se dele recomendando-lhe
insistentemente a frequência aos Sacramentos, afirmando preferir vê-lo morto a
saber que um dia tivesse cometido um pecado mortal.
São Francisco progrediu rapidamente nos
estudos, fazendo-se admirado pelos professores e colegas, não só pela sua
inteligência, como pela virtude que conseguia manter no meio de tantos perigos,
recebendo frequentemente os Sacramentos.
Nosso Senhor desejava, no entanto, grandes
coisas de São Francisco e por isso submeteu-o a uma aridez completa com a ideia
de que estava predestinado ao inferno, de nada lhe valendo todo o esforço
empregado para se salvar.
Obcecado por essa ideia, São Francisco, um
dia, ajoelhou-se aos pés de Nossa Senhora, e entre lágrimas, rezou a oração de
São Bernardo (o “Lembrai-vos”), acrescentando-lhe: “Ó minha Senhora e Rainha,
sede minha intercessora junto de Vosso Filho, perante o qual não me atrevo a
comparecer. Queridíssima Mãe, se tiver a infelicidade de não amar a Deus no
outro mundo, alcançai-me a graça de amá-lo o mais possível enquanto aqui
estou!”
Desde esse dia cessou completamente essa
tentação. Nosso Senhor ouviu a oração belíssima de São Francisco, que se
entregava completamente à sua vontade, a ponto de não titubear em amá-Lo e
servi-Lo neste mundo sem nenhuma recompensa no outro.
Acabados os estudos, São Francisco ordenou-se
apesar da oposição do pai e o Papa nomeou-o preboste de Genebra, que era o
centro da heresia calvinista.
Desdobrou-se São Francisco em atividade, procurando por todas as formas
destruir a heresia. Setenta e dois mil calvinistas ele trouxe para o seio da
Igreja Católica, e quando pela morte do Bispo de Genebra a diocese passou para
suas mãos, visitou-a inteira a pé exortando os fiéis à perseverança e
procurando mostrar aos hereges os seus erros.
Vinte anos ele dirigiu a diocese de Genebra,
apesar das ciladas que armavam os calvinistas, para retirar do seu caminho o
grande Bispo que tantos claros abria em suas fileiras, apenas com a palavra, a
mansidão e o exemplo.
Aos 56 anos, São Francisco entregou a Deus a
sua alma. 23 anos depois o Papa Alexandre VII inseriu o seu nome no catálogo
dos Santos e em 1933 foi declarado Doutor da Igreja e Padroeiro da Imprensa e
dos jornalistas.
São Francisco foi durante a vida um
verdadeiro lutador da Igreja contra a heresia, e hoje em dia a imprensa
católica é também obrigada, ao mesmo combate, pois o mundo se abisma cada vez
mais na heresia e na dissolução dos costumes, com a cumplicidade da chamada
imprensa neutra.
Só a Imprensa Católica se oporá a essa onda,
e só o espírito de sacrifício, que animava São Francisco de Sales a combater a
heresia calvinista em sua própria sede, poderá fazer com que ela vença a
indiferença que a cerca e possa combater eficientemente contra a Imprensa
neutra, que esconde atrás de sua suposta neutralidade, um verdadeiro ódio à
Igreja de Nosso Senhor.
Que São Francisco de Sales interceda junto a
Nosso Senhor, d’Ele conseguindo a graça sem a qual nada poderá ser feito e
dando a todos os jornalistas católicos o espírito de sacrifício necessário para
sua obra.
Nenhum comentário:
Postar um comentário