segunda-feira, 2 de março de 2020

HISTÓRIA DA DEVOÇÃO A SÃO JOSÉ










A devoção a São José tem crescido muito ao longo da história da Igreja. Ela foi se espalhando e enraizando aos poucos na tradição do povo católico em todo o mundo. Encontramos vestígios de reflexão teológica sobre São Jose desde os primeiros séculos do cristianismo, tanto nos Padres orientais como ocidentais. Estão entre os Padres orientais que falam de São José os seguintes: no segundo século Santo Inácio de Antioquia, S. Justino, Santo Irineu; no terceiro século, Tertuliano, Clemente de Alexandria, Santo Hipólito de Roma, Orígenes, Julio África; no século IV, Eusébio de Cesaréia, Santo Efrém, São Basílio, São Cirilo de Alexandria. E entre os Padres do Ocidente Santo Ambrósio, São Jerônimo, Santo Agostinho, São Pedro Crisólogo e outros.
Ao longo dos séculos, a reflexão sobre o Santo Guardião é limitada aos escritos dos Padres da Igreja. Mas no início do século XII, junto com maior conhecimento teológico dentro da Igreja, veio também maior doutrina sobre São José, especialmente com os santos Bernardo de Claraval, Tomás de Aquino e Boaventura.
Nos primeiros séculos, a teologia sobre São José é reduzida, principalmente logo após o nascimento de Jesus, como ocorria também sobre a virgindade de Maria,
A devoção a São José ocorre no sentido pleno entre os séculos XII e XV, liderada pelo aumento da adoração à humanidade de Cristo e a devoção à Santíssima Virgem, e foi puxada especialmente por São Bernardo de Claraval no século
XII, São Francisco de Assis, século XIII, e muitos outros autores. Entre os autores das ordens mendicantes estão: São Boaventura e seus discípulos Pedro João Olivi, Ubetino de Casal e, posteriormente, Bernardino de Sena, Bernardino da Feltre, Bernardino de Bustis; pelos franciscanos, e do lado da Dominicanos Santo Alberto Magno, São Tomás, entre muitos outros. Também encontramos nesta época o Papa Sisto IV, que incluiu a Festa de São José no calendário romano até o ano de 1479.
No entanto, é a partir dos séculos XV e XV quando se começam a produzir um trabalho inteiramente dedicado a São José, bem como um aprofundamento das reflexões sobre o papel do Santo Guardião na Igreja. Nessa época também aumenta significativamente a sua devoção. Os séculos seguintes até nossos dias são mais desenvolvidas e floresceu, com a devoção a São José, em aumento constante.
Um grande exemplo da devoção a São José temos na vida de Santa Teresa D’Ávila, a qual colocava toda fundação sua aos cuidados do Santo Guardião. Santa Teresa colocou todos os seus 15 ou mais conventos fundados sob a proteção de São José, ao qual tinha uma grande e afetuosa devoção.
Em 08 de dezembro de 1870 o Papa Pio IX proclamou São José como Patrono da Igreja Universal, depois de uma longa campanha lançada para o efeito pelo povo católico a partir de meados deste século. Foi aí que se designou sua festa para o dia   19 de março.
Em 15 agosto de 1889 Leão XIII publica a encíclica Quamquam Plurien, onde o Papa mostra as razões pelas quais São José deve ser padroeiro especial da Igreja
 No início do século XX, o teólogo Cardeal Alessio Maria Lépicier compõe a pedido do Papa São Pio X, a Ladainha de São José.
Em 1950 o Papa Pio XII promulga o dia 01 de maio como a festa de São José Operário, e coloca todos os trabalhadores sob seu patrocínio universal. Em 19 de março de 1961, o Papa João XXIII o proclamou patrono do Concílio Vaticano II.
Outro marco importante é a Exortação Apostólica Redemptoris Custos do Papa João Paulo II, promulgada em 15 de agosto de 1989, Solenidade da Assunção de Maria, cem anos de Plurien Quamquam.
Na América Latina, é igualmente rica a história da devoção a São Jose. Cerca de 1555 era a devoção tão difundida, que foi proclamado Patrono da Nova Espanha..
A devoção a São José também é mostrada nas manifestações artísticas da chamada arte colonial, como no fato de que muitas cidades da América Latina levam seu nome, como San Jose, capital da Costa Rica e San Jose, na Califórnia. Como muitas igrejas, abadias, universidades e escolas ostentam o nome e a proteção de São José
O Congresso Constituinte de 1828 no Peru proclamou São José como padroeiro do Peru, confirmado pelo Papa Pio XII em 1957 a pedido da Assembléia Episcopal desse ano.


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