O México está se tornando um celeiro de santos. O primeiro e mais antigo santo das Américas é o índio San Juan Diego, seguido de dezenas de mártires da Revolução comunista do início do século passado como o Beato Pró, São Toríbio Romo e outros. Agora, noticia-se que mais ou menos seis novos santos e beatos estão sendo propostos pelos bispos para a Causa dos Santos.
“Numa época e ambiente seriamente afetados pela degradação social por causa da corrupção, libertinagem e muitos antivalores que contradizem a vida reta e afastam de Deus, urge propor e dar a conhecer como modelos de virtudes humanas e cristãs a esforçados homens e mulheres, próximos a nós na geografia e no tempo”. Assim inicia a notícia o “Semanário”, órgão católico da arquidiocese de Guadalajara, México, dando conta do início dos processos de candidatos a beatos e santos daquela localidade. “Pedimos insistentemente a Deus um milagre patente, claro e bem documentado, pela intercessão dos Beatos Anacleto González Flores e Companheiros Mártires, beatificados no Estádio Jalisco em 20 de novembro de 2005, para que sejam reconhecidos como santos da Igreja Universal”, expressou com veemência Monsenhor José Trinidad Gozález Rodríguez, Bispo Auxiliar da Arquidioces de Guadalajara e Presidente da Comissão Diocesana para as Causas de Canonização. Segundo o “Semanário” existem atualmente dois ou três casos em estudo e investigação, supostamente milagrosos, ainda que existam mais, para que de todos sejam selecionados um ou dois dos considerados palpáveis e irrefutáveis, enviando-os em seguida à comissão romana para prévios análises de médicos, teólogos e canonistas, para, finalmente, decidir a Santa Sé. O Prelado disse que “no trabalho comum com a diocese de San Juan de los Lagos, temos o projeto relativo a duas jovenzinhas, Josefa e Coleta, do povoado de Degollado, em Jalisco (espécies de “Goretti” mexicanas), as quais foram tomadas prisioneiras pela tropa a mando de um facínora, um tal de Chávez, nos tempos da Revolução, e levadas ao quartel não precisamente para fazer tortas ou guiar a reza do Rosário. Jovens muito bonitas eram elas. No caminho, sem embargo, e sem por-se de acordo, se livraram da escolta e se lançaram nos tachos ferventes de uma saboaria para defender sua pureza”.
Verdadeiramente admirável é um sucesso muito parecido, que se investiga arduamente a respeito de sua origem, trajetória e até do nome da outra virtuosa jovem. O bispo González Rodríguez o contou assim: “Descobrimos que aí mesmo, em Degollado, e por esses dias, o próprio foragido Chávez raptou e levou para sua casa outra jovem, de idade similar à de Coleta e Josefa, e cujo nome ignoramos de momento, pensando em abusar dela com facilidade. E, como ela resistisse, a foi mutilando até matá-la. Se supõe que conservou sua virgindade e, de prosseguir as investigações, seriam três as jovens, na mesma população e circunstância, as candidatas à canonização”. Esta última menina dizia a Chávez: “Não vou pecar contigo, mas pedirei a Deus por ti”. Com o tempo, o indivíduo depravado adoeceu gravemente, converteu-se pela graça divina, arrependeu-se, passou a comungar diariamente e morreu como bom cristão”.
“Nisto observamos o poder intercessor das que ele fez mártires, e se reedita prodigiosamente o caso da adolescente Maria Goretti, santa italiana”, completou o prelado. Há tamtém o impressionante exemplo de Dom Rafael Valdez, pai de dois sacerdotes do norte de Jalisco, quem ofereceu sua vida em troca de que libertassem, durante a perseguição à Igreja, a seu filho Ángel, que na época era Ministro na Vila Guerrero, de onde foi preso e sentenciado ao paredão de fuzilamento. Como genuíno mártir, Dom Rafael primeiramente foi torturado e depois morto como ovelha no matadouro. O Padre Ángel, posteriormante, foi Pároco e Canônico da Basílica Colegiada de San Juan de los Lagos. Seu irmão, o Pe. Nicolas Valdez Huerta, também Pároco e depois Professor do Seminário Diocesano, descatou-se como compilador de testemunhos e dados da “La Cristiada”, e por isso foi valiosíssima fonte de investigação dos historiadores.
Outro sacerdote lembrado nos processos é Roberto Cuéllar, fundador da “Ciudad de los Niños”, primeiro padre diocesano e depois da Companhia de Jesus. Leigos presbíteros que, desde pequenos, foram beneficiados por ele, impulsionam agora seu processo rumo à beatificação. É considerado um Benfeitor de Guadalajara.
Há também, nesta relação, um religioso Marista, o Irmão Basílio Rueda: oriundo de Santa Ana Acatlán, realizou sua obra, de projeção internacioal, em Guadalajara. Não era presbítero nem diácono, apenas um irmão leigo dedicado à educação superior dos maristas em escala mundial, tido como mestre de espiritualidade, autor de centenas de cartas, livros e outros escritos que o retratam como um genuíno apóstolo.
Não falta um bispo, Frei Antonio Alcalde y Barriga (que regeu uma diocese de 1771 a 1792), o qual assim o descreve Mons. González: “Nossos historiadores têm estado trabalhando intensamente na Causa do Bispo Alcalde, da Ordem dos Pregadores (dominicano). Encontramos documentos de Cigales, Espanha, onde nasceu e viveu, muito favoráveis. É todo um personagem, pois foi primeiramente meritório bispo de Yucatán. Aqui em Guadalajara, com uma estima e reconhecimento enormes. Sem dúvida será um santo com uma alta apreciação a níveis acadêmicos e de médicos, sociólogos, etc., devido a sua imponente figura, tão significativa”.
Oração pela canonização do Irmão Basílio Rueda Guzmán
“Deus Pai bom e misericordioso, que concedeste a teu servo, o Irmão Basílio Rueda Guzmán, um coração atento às necessidades dos demais, uma terna devoção a nossa Boa Mãe e uma grande paixão por ampliar teu Reino, vos damos graças pelo dom precioso de sua vida, para o Instituto Marista e para tua Igreja.
Te pedimos a graça de que seja elevado à honra dos altares, e permita que o invoquemos em nossa ajuda quando os problemas nos angustiem e a enfermidade nos debilite.
Hoje te pedimos por sua intercessão... (intenção particular)
Para que, livre de seus males e preocupações, possa louvar-te agora e pare sempre. Amém.
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