Há quase quarenta anos atrás Dr. Plínio escreveu o seguinte sobre a mídia:
“É um lugar comum afirmar que as forças propulsoras de cada país são as suas grandes instituições. No Brasil, as principais dentre elas são a Igreja, as Forças Armadas, as associações de classe e as universidades. Acrescentemos ainda – não sem alguma benevolência – os partidos políticos.
De todas estas instituições trata amiúde a imprensa. Mas, fazendo-o, ela nem sempre lhes dá um relevo proporcionado à importância real de cada uma. O grande noticiário é habitualmente consagrado à política, isto é, ao jogo das discrepâncias entre os partidos e à atuação dos organismos oficiais sob o impulso do pluripartidarismo . O que diz respeito às demais instituições é apresentado muitas vezes em um plano secundário. Daí vem que um enorme número de leitores imagina serem as ocorrências dos arraiais políticos mais importantes para o futuro do país do que os eventos de outra ordem. Um debate sensacional entre deputados teria, nesta perspectiva, sempre e forçosamente, muito mais alcance do que o provimento de uma cátedra universitária, a aprovação ou na condenação de um ponto de doutrina pela Igreja, etc.
...não é simplesmente segundo o relevo que lhes dá a maioria dos jornais, que se pode adquirir uma noção exata da importância dos diversos acontecimentos. Os fatos da vida interna das grandes instituições apolíticas – das quais mencionei quatro, mas poderia mencionar tantas outras – podem ter para o país uma importância maior do que muitos e muitos eventos partidários. E se um brasileiro lúcido quiser conhecer, em sua medula, a vida do País, há de consagrar uma atenção séria e contínua ao que se passa no interior de nossas instituições” (Folha de São Paulo, 29.01.69).
A propósito do tratamento que a mídia dá, por exemplo, à Igreja Católica, o “L’Osservatore Romano” de 02.08.2008 publicou artigo de Stefano Girola (da Universidade de Queesland, da Austrália), sob o título de “Quando os “mass media” superam os preconceitos”, no qual o mesmo comenta o comporoamento da mídia australiana, antes e depois da Jornada Mundial da Juventude ocorrida recentemente na Austrália. O que se viu foi exatamente o que comentava Dr. Plínio em 1969: antes das JMJ a mídia australiana não quis dá ao evento a importância que merecia; pelo contrário, procurou transmitir uma imagem negativa e desmoralizadora da Igreja; depois de tudo, quando viram que a opinião pública apoiava massiçamente a Igreja mudaram de atitude e “superaram seus preconceitos”, conforme afirma o articulista. Veja aqui o texto integral no “L’Osservatore Romano”
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