O termo “direita” vem do latim “dextera”
(destra em português), que quer dizer “mão direita”, ou “dextera manus”.
Começou a ser usado com sentido político e
ideológico a partir de 1792, na ocasião em que os deputados se reuniram na
França, durante a Revolução Francesa, na chamada Convenção Nacional: os
conservadores sentavam-se à direita e os revolucionários à esquerda da mesa
diretora do evento. Originou-se daí os termos “direita” e “esquerda” para
caracterizar os dois grupos ideológicos.
No entanto, o termo “direita” já era
utilizado desde priscas eras, em geral para caracterizar o poder de quem estava
ao lado do rei, assumindo cargo de inteira confiança. Dizia-se que estava
“sentado à mão direita” quem desfrutava de grande estima do rei. No Credo há a
afirmação “sentado à direita de Deus Pai” a fim de definir que Jesus Cristo tem
tanto poder que senta-se ao lado do Pai, e o lado abençoado é o direito.
Nas Sagradas Escrituras há várias referências
ao termo “direita” como sinal de benquerência ou do lugar de preferência do
rei. Salomão reservou um trono especial para sua própria mãe, que era à sua
direita: “Foi, pois, Betsabéia ter com o
rei Salomão, para lhe falar em favor de Adonias. O rei levantou-se para a vir
receber, saudou-a com profunda reverência e sentou-se no seu trono; e foi posto um trono para a mãe do rei, a
qual se sentou à sua mão direita.”(I
Reis 2, 19).
Após a Ressurreição, Jesus apareceu várias
vezes aos Apóstolos, numa delas á margem do lago, ou do mar, chamado Tiberíades.
Quando pediu aos Apóstolos para lançar a rede para a pesca mandou que o fizesse
pelo lado direito do barco e não do esquerdo: “Lançai a rede à direita do barco
e achareis peixes” (Jo 21, 6). Isso tem um valor não somente simbólico, mas
real: o barco representa a igreja, e onde Ela pode encontrar mais prosélitos é
em seu lado direito, isto é, entre os conservadores.
É preciso notar que há na política uma falsa
direita, geralmente formada por elementos de esquerda que se fantasiam de direitistas
para desviar a atenção do público e criar uma falsa imagem dessa corrente. Um
exemplo tivemos na Bahia com o político Antonio Carlos Magalhães, que liderava
uma corrente tida como de direita mas inteiramente afinado com a esquerda mais
radical: era amigo do ditador cubano Fidel Castro, o qual hospedou em sua casa
quando esteve certa vez no Brasil e tomava atitudes inteiramente controladoras
do Estado, coisa típica da esquerda.
O nazismo e o fascismo, por exemplo, foram
movimentos socialistas de esquerda, mas, por questão de tática, combatiam os
comunistas. Não havia diferença de ideologia, mas apenas de métodos de luta. Os
comunistas, por exemplo, defendiam a supremacia estatal através da ditadura do
proletariado, enquanto os nazistas e fascistas defendiam a mesma supremacia
estatal sem a ascensão do operariado ao poder, embora o partido nazista se
chamasse “partido nacional dos trabalhadores”.
Quanto ao termo “esquerda” sempre foi visto
como o símbolo do mau, de quem se opõe ao Bem; até mesmo o sentido da palavra,
que vem do latim, “sinistro”, que quer dizer esquerda, também significa
funesto, desastre, trágico, calamitoso, malvado, perverso, cruel, etc.
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