sexta-feira, 9 de abril de 2021

DIREITA E ESQUERDA

 


O termo “direita” vem do latim “dextera” (destra em português), que quer dizer “mão direita”, ou “dextera manus”.

Começou a ser usado com sentido político e ideológico a partir de 1792, na ocasião em que os deputados se reuniram na França, durante a Revolução Francesa, na chamada Convenção Nacional: os conservadores sentavam-se à direita e os revolucionários à esquerda da mesa diretora do evento. Originou-se daí os termos “direita” e “esquerda” para caracterizar os dois grupos ideológicos.

No entanto, o termo “direita” já era utilizado desde priscas eras, em geral para caracterizar o poder de quem estava ao lado do rei, assumindo cargo de inteira confiança. Dizia-se que estava “sentado à mão direita” quem desfrutava de grande estima do rei. No Credo há a afirmação “sentado à direita de Deus Pai” a fim de definir que Jesus Cristo tem tanto poder que senta-se ao lado do Pai, e o lado abençoado é o direito.

Nas Sagradas Escrituras há várias referências ao termo “direita” como sinal de benquerência ou do lugar de preferência do rei. Salomão reservou um trono especial para sua própria mãe, que era à sua direita: “Foi, pois, Betsabéia ter com o rei Salomão, para lhe falar em favor de Adonias. O rei levantou-se para a vir receber, saudou-a com profunda reverência e sentou-se no seu trono; e foi posto um trono para a mãe do rei, a qual se sentou à sua mão direita.”(I Reis 2, 19).

Após a Ressurreição, Jesus apareceu várias vezes aos Apóstolos, numa delas á margem do lago, ou do mar, chamado Tiberíades. Quando pediu aos Apóstolos para lançar a rede para a pesca mandou que o fizesse pelo lado direito do barco e não do esquerdo: “Lançai a rede à direita do barco e achareis peixes” (Jo 21, 6). Isso tem um valor não somente simbólico, mas real: o barco representa a igreja, e onde Ela pode encontrar mais prosélitos é em seu lado direito, isto é, entre os conservadores.

É preciso notar que há na política uma falsa direita, geralmente formada por elementos de esquerda que se fantasiam de direitistas para desviar a atenção do público e criar uma falsa imagem dessa corrente. Um exemplo tivemos na Bahia com o político Antonio Carlos Magalhães, que liderava uma corrente tida como de direita mas inteiramente afinado com a esquerda mais radical: era amigo do ditador cubano Fidel Castro, o qual hospedou em sua casa quando esteve certa vez no Brasil e tomava atitudes inteiramente controladoras do Estado, coisa típica da esquerda.

O nazismo e o fascismo, por exemplo, foram movimentos socialistas de esquerda, mas, por questão de tática, combatiam os comunistas. Não havia diferença de ideologia, mas apenas de métodos de luta. Os comunistas, por exemplo, defendiam a supremacia estatal através da ditadura do proletariado, enquanto os nazistas e fascistas defendiam a mesma supremacia estatal sem a ascensão do operariado ao poder, embora o partido nazista se chamasse “partido nacional dos trabalhadores”.

Quanto ao termo “esquerda” sempre foi visto como o símbolo do mau, de quem se opõe ao Bem; até mesmo o sentido da palavra, que vem do latim, “sinistro”, que quer dizer esquerda, também significa funesto, desastre, trágico, calamitoso, malvado, perverso, cruel, etc.

 


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