PEQUIM HERDA DE
MOSCOU O PAPEL DE “FERA”
(Pequeno trecho de
artigo publicado por Dr. Plínio Corrêa de Oliveira em janeiro de 1960, onde o
mesmo analisa profeticamente o papel que
a China desenvolveria futuramente na propagação da Revolução em sua fase mais
cruel, que é a difusão do comunismo no mundo. Note-se que tudo o que ele diz nesse artigo começou a ficar mais evidente uma década depois, quando Nixon foi à China e carreou fortunas de dinheiro para sustentar o comunismo naquele país)
Ora, a China é
precisamente uma nação que em sua imensa maioria jamais foi cristã. Se bem que
de seu glorioso passado imperial lhe advenham muitas tradições formalmente
opostas ao comunismo, é preciso lembrar que o processo de ocidentalização a que
ela já está sujeita há um século – arredondamos um tanto a cifra –, a
proclamação da república, a penetração dos germes terríveis da Revolução que
grassa no Ocidente, o espírito igualitário, laicista e sensual que infelizmente
impregna quase tudo quanto a China vem importando, o prolongado período de
guerras internas que abalaram todos os seus quadros sociais até a queda de
Chang-Kai-Chec e o advento do comunismo, tudo enfim vem concorrendo de há muito
para debilitar a resistência oposta pelas estruturas e tradições chinesas ao
comunismo. Ademais, se é verdade que a Igreja tem prosperado muitas vezes (e
nem sempre, note-se de passagem) com as perseguições, também é verdade que
estas costuma destroçar tudo quanto não é católico. O protestantismo, por
exemplo, sofreu um tremendo retrocesso com o nazismo, a igreja cismática foi
quase aniquilada na Rússia bolchevista. Pois o que ali se encontra com esse
nome é mais um fantasma suscitado pelos maquiavéis do Kremlin para efeitos de
propaganda, do que propriamente uma seita religiosa.
Assim, o marxismo
encontra, numa China em que sobre o velho tronco pagão se insere o venenoso
enxerto neopagão, verdadeiramente uma terra de eleição.
De onde,
engrandecer a China às expensas da Rússia é transferir gradualmente a
preponderância para o pior dos elementos do mundo comunista.
Ora, é neste
processo que está em curso no presente momento. Constitui ele o verso da
medalha da "aproximação" da União Soviética com o Ocidente. A China
comunista vai ocupando lentamente a Ásia. Infiltrou-se rumo ao sul, até fazer
estremecer Singapura e a Austrália. Deglutiu o Tibet com uma selvageria de
canibal. A Índia estremece diante dela. Em palavras mais breves, um continente
quase inteiro está ameaçado com o crescer deste polvo. E o Micado, o Xá, o Rei
da Jordânia ou o Generalíssimo Chang-Kai-Chec sentem que em breve estarão
passando pelas mesmas aperturas de Nehru, senão do Dalai Lama.
(Plínio Corrêa de
Oliveira – trecho do artigo “A Revolução em 1960”, publicado em janeiro daquele
ano no jornal de cultura católica “Catolicismo”).
Nenhum comentário:
Postar um comentário