terça-feira, 21 de abril de 2020

DONA LUCÍLIA, MÃE E EDUCADORA CATÓLICA EXEMPLAR





Comemora-se nesse 21 de abril a data de falecimento da senhora Lucília Ribeiro dos Santos Corrêa de Oliveira, mãe de Dr. Plínio Corrêa de Oliveira, maior líder católico do século passado e inspirador do Movimento que deu origem aos Arautos do Evangelho, fundado por Monsenhor João Scognamiglio Clá Dias. A propósito dessa data, transcrevemos a seguir parte da biografia da mesma publicada em setembro de 1995, poucos dias antes do falecimento de Dr. Plínio:


"A fotografia em que Dona Lucília tem o filho recém-nascido nos braços bem demonstra a graça batismal que ela passo a passo enriqueceu pela sua correspondência e prolongou até o término de sua vida aos 92 anos.
Com o olhar cheio de afeto, contempla ternamente o filhinho. Transparece-lhe no sorriso a torrente de carinho, de pena e de proteção diante da fragilidade do menino. Não é difícil perceber quanto ela se encanta com a candura que vê na criança.
Do conjunto de todas as fotos ao longo de sua vida, talvez seja nesta que ela apareça mais contente. Contentíssima, não por haver sido objeto de algum agrado, ou por ter recebido um elogio, mas apenas devido ao filhinho que leva nos braços.
“O convívio dela comigo era para mim um verdadeiro paraíso”, lembra-se, saudoso, esse tão amado filho. “Eu tinha uma noção muito grande de minha própria fragilidade. Sentia-se pequeno, doente. À força de toda espécie de tratamento, ela me transformou . Eu percebia, inclusive, que poderia morrer, mas notava também seu envolvente carinho e o enorme desejo de que eu vivesse. Eram como tônicos a me comunicar vitalidade. De dentro de minha fraqueza me vinha a seguinte idéia: ‘Ela quer tanto e pode tanto! É provável que consiga fazer de mim uma pessoa saudável. Que tragédia se eu morresse! Pois iriam levar-me para longe dela”.
“Ora, eu queria viver. Sentia que, para mim, continuar vivo dependia dela. Essas cogitações não me vinham à mente só em relação a essa vida terrena, mas também em relação à outra. Não concebia um ambiente celestial que não fosse parecido com a atmosfera que sentia junto a ela. Mamãe foi um paraíso para mim até o momento que cerrou os olhos”.
“Além disso, ela me abriu outro jardim, incomparavelmente mais paradisíaco: ensinou-me a compreender e amar a Sana Igreja Católica e me incutiu a devoção ao Sagrado Coração de Jesus e a Nossa Senhora”.

“Onde está Jesus?”

Rosée[1] e Plínio constituíam o foco da atenta preocupação de Dona Lucília. Além disso exercia ela sobre seus dos pequenos uma benéfica e exemplar influência, toda feita de convite à dignidade e ao sobrenatural. Na missão educadora dela transparecerá com maior clareza o fundo cristalino de sua bela alma. Logo de início, ela se emprenhará no sentido de que seus filhos apliquem os primeiros lampejos da razão em distinguir duas imagens de sua devoção, uma do Sagrado Coração de Jesus, outra de Nossa Senhora das Graças.
À simples pergunta: “Onde está Jesus?” ou “onde está Maria?”, as crianças de imediato apontavam para a imagem correspondente. E, um pouco mais tarde, as primeiras palavras que lhes passarão pelos lábios serão os nomes do Redentor e de sua Mãe Santíssima.
Anos depois, numa carta de 1925, enviada ao Rio de Janeiro a seu filho já moço, lembrará ela:
“...pois como sabes, você e Rosée são confiados a Deus antes de nascer, e portanto com fé e amor de Deus vocês não poderão deixar de ser felizes, tanto mais que, por vocês eu rezo noite dia e é natural que as preces de uma mãe católica, mesmo de tão poucos méritos, sejam atendidas por Nossa Senhora que também é mãe, e Nosso Senhor Jesus Cristo!.

(Extraído da obra “Dona Lucília” – de João S. Clá Dias – setembro de 1995 - volume I, págs. 123/124)





[1] Nome pelo qual Rosenda ficou mais conhecida.

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