Comemora-se nesse 21 de abril a data de falecimento da senhora Lucília Ribeiro dos Santos Corrêa de Oliveira, mãe de Dr. Plínio Corrêa de Oliveira, maior líder católico do século passado e inspirador do Movimento que deu origem aos Arautos do Evangelho, fundado por Monsenhor João Scognamiglio Clá Dias. A propósito dessa data, transcrevemos a seguir parte da biografia da mesma publicada em setembro de 1995, poucos dias antes do falecimento de Dr. Plínio:
"A fotografia em que Dona Lucília tem o filho
recém-nascido nos braços bem demonstra a graça batismal que ela passo a passo
enriqueceu pela sua correspondência e prolongou até o término de sua vida aos
92 anos.
Com o olhar cheio de afeto, contempla ternamente
o filhinho. Transparece-lhe no sorriso a torrente de carinho, de pena e de
proteção diante da fragilidade do menino. Não é difícil perceber quanto ela se
encanta com a candura que vê na criança.
Do conjunto de todas as fotos ao longo de sua
vida, talvez seja nesta que ela apareça mais contente. Contentíssima, não por
haver sido objeto de algum agrado, ou por ter recebido um elogio, mas apenas devido
ao filhinho que leva nos braços.
“O convívio dela comigo era para mim um verdadeiro
paraíso”, lembra-se, saudoso, esse tão amado filho. “Eu tinha uma noção muito
grande de minha própria fragilidade. Sentia-se pequeno, doente. À força de toda
espécie de tratamento, ela me transformou . Eu percebia, inclusive, que poderia
morrer, mas notava também seu envolvente carinho e o enorme desejo de que eu
vivesse. Eram como tônicos a me comunicar vitalidade. De dentro de minha
fraqueza me vinha a seguinte idéia: ‘Ela quer tanto e pode tanto! É provável
que consiga fazer de mim uma pessoa saudável. Que tragédia se eu morresse! Pois
iriam levar-me para longe dela”.
“Ora, eu queria viver. Sentia que, para mim,
continuar vivo dependia dela. Essas cogitações não me vinham à mente só em
relação a essa vida terrena, mas também em relação à outra. Não concebia um ambiente
celestial que não fosse parecido com a atmosfera que sentia junto a ela. Mamãe
foi um paraíso para mim até o momento que cerrou os olhos”.
“Além disso, ela me abriu outro jardim,
incomparavelmente mais paradisíaco: ensinou-me a compreender e amar a Sana
Igreja Católica e me incutiu a devoção ao Sagrado Coração de Jesus e a Nossa
Senhora”.
“Onde está Jesus?”
Rosée[1] e Plínio constituíam o
foco da atenta preocupação de Dona Lucília. Além disso exercia ela sobre seus
dos pequenos uma benéfica e exemplar influência, toda feita de convite à
dignidade e ao sobrenatural. Na missão educadora dela transparecerá com maior
clareza o fundo cristalino de sua bela alma. Logo de início, ela se emprenhará
no sentido de que seus filhos apliquem os primeiros lampejos da razão em
distinguir duas imagens de sua devoção, uma do Sagrado Coração de Jesus, outra
de Nossa Senhora das Graças.
À simples pergunta: “Onde está Jesus?” ou “onde
está Maria?”, as crianças de imediato apontavam para a imagem correspondente.
E, um pouco mais tarde, as primeiras palavras que lhes passarão pelos lábios
serão os nomes do Redentor e de sua Mãe Santíssima.
Anos depois, numa carta de 1925, enviada ao
Rio de Janeiro a seu filho já moço, lembrará ela:
“...pois
como sabes, você e Rosée são confiados a Deus antes de nascer, e portanto com
fé e amor de Deus vocês não poderão deixar de ser felizes, tanto mais que, por
vocês eu rezo noite dia e é natural que as preces de uma mãe católica, mesmo de
tão poucos méritos, sejam atendidas por Nossa Senhora que também é mãe, e Nosso
Senhor Jesus Cristo!.
(Extraído da obra “Dona Lucília” – de João S.
Clá Dias – setembro de 1995 - volume I, págs. 123/124)
Nenhum comentário:
Postar um comentário