A matança de inocentes, inclusive de nascituros ou
dos fetos através de abortos, é um costume
que se disseminou em quase todos os povos pagãos. Em alguns deles as
crianças eram oferecidos aos ídolos, como ocorreu com os caldeus das primeiras
civilizações antigas. Entre os indígenas a matança de inocentes não tem, porém,
nenhum pretexto idolátrico ou alguma razão aparente. Trata-se apenas de
desvencilhar-se de um “incômodo” e nada
mais...
São José de Anchieta conta que uma velha índia
enterrou uma criança viva, logo após nascer, pelo simples fato do pai dela
haver abandonado a mãe e se juntado a outra índia. Explicou que fez isto para
evitar que o menino “ficasse mestiço de duas sementes”. Matam os nascituros até mesmo como vingança
por causa de alguma irritação do marido que lhe causou alguma humilhação ou
desdita. Há também casos que as demais
parentas matam o filho caso a mãe venha a morrer após o parto, pois não há quem
lhe dê de mamar. Comenta São José de Anchieta: “coisa que assim sem mais
piedade, a criança viva e a mãe morta, ambas em uma cova” sepultavam. Sim, sepultavam viva a própria
filha...
O aborto e o infanticídio não são, portanto,
prerrogativas decorrentes do progresso tecnológico e social da vida moderna, é
um costume que tem sua origem nos povos pagãos, especialmente entre os índios.
E como praticam, especialmente os abortos? Di-lo São José de Anchieta: “As índias, ou iradas contra seus maridos
ou, as que não os têm, por medo ou por outra qualquer ocasião muito leviana,
matam os filhos, ou bebendo para isso algumas beberagens, ou apertando a
barriga, ou tomando alguma carga excessiva e de muitas maneiras, que a
crueldade humana faz inventar”.[1]
Parece que a maioria dos casos tinha como causa a
vingança contra os maridos. A esse propósito Afonso Arinos transcreve o relato
feito por Moncquet sobre um inglês que convivia com uma índia há muitos anos e,
chegando ao porto um navio, nele embarcou sem levar consigo a índia que já
tinha um filho dele. Furiosa, a índia pegou o filhinho e saiu despedaçando o
corpo com sanha feroz pela praia, atirando metade do cadáver no mar em direção
do navio que se afastava do porto.[2]
Pior do que isso eles faziam. Não só matavam as
crianças, mas em alguns casos as comiam em seus festins antropofágicos. São
narrados vários casos em que os filhos eram também mortos e comidos juntamente
com os pais, ou então, engordados para serem comidos depois...
Mas, este problema persiste até hoje, pois já foram
denunciadas várias tribos ou etnias que continuam praticando o infanticídio
entre eles. O tema é bastante discutido no âmbito do direito, havendo algumas
organizações que defendem o costume sem levar em consideração o sagrado direito
á vida. Quem quiser ver este problema atual com mais profundidade veja o
seguinte artigo https://jus.com.br/artigos/61370/infanticidio-indigena
Ou, com mais detalhes, o vídeo a
seguir:
[1] “Cartas
– Correspondência Ativa e Passiva – Pe. Joseph de Anchieta, SJ – Ed. Loyola,
1984, pág. 159
[2]
Vide a obra “O Índio Brasileiro e a Revolução Francesa” – Afonso Arinos de
Mello Franco – Livraria José Olympio Editora/MEC, 1976, pág. 28
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