sábado, 27 de agosto de 2022

ANTIMARXISMO PARA CRIANÇAS SOB O TEMA DA IGUALDADE

 


Se  pudéssemos elaborar um pequeno catecismo (embora resumido) de perguntas e respostas sobre o tema da igualdade, seria assim que o faríamos. O lema da Revolução Francesa falava também da liberdade e da fraternidade, mas, por enquanto, vamos nos ater somente sobre a igualdade. 

P: Pergunta

R: Resposta

(Vamos conhecer o personagem -  Seu nome: Karl Marx, nascido na Alemanha, século XIX. Que fez ele? Nada de especial, apenas escreveu um único livro, chamado “O Capital”. Que diz ele neste livro? Com base em falsos pressupostos condena o regime de capital privado em favor do Estado capitalista. Com isso, defende uma sociedade igualitária, quer dizer, onde todos sejam iguais,  no que diz respeito ao dinheiro pelo menos. E para que produza esta igualdade do dinheiro e social o governo, ou seja, o Estado, deveria tomar conta de toda a riqueza, de todo o dinheiro, de todo o comércio, da indústria e das finanças da nação. Fazendo isso o Estado acaba com toda a divisão ou hierarquia de classes sociais, deixando existir somente o que ele chama de “proletariado”, ou seja, a classe dos que trabalham, mas dos que trabalham exercendo apenas esforço físico, porque os intelectuais estavam fora desta categoria.)

 

- P: então a igualdade não é um bem?

- R: não, a igualdade não é um bem, muito pelo contrário, é um grande mal. Tanto que é impossível haver igualdade na sociedade humana.

P : se todos forem iguais não faria com que houvesse paz, harmonia e bem querer entre os homens?

R: não, a igualdade, se fosse possível,  não traria nem a paz, nem a harmonia e nem o bem querer entre os homens, porque sendo impossível que ela exista o fato de ser procurada serve apenas para estimular a inveja, o ódio e uma maior divisão entre os homens.

P: por que é impossível que haja igualdade entre os homens?

R: por que Deus criou todos os seres desiguais por natureza, especialmente os anjos e os homens, os seres mais perfeitos da criação. Se todos os seres fossem iguais a Criação seria feia e disforme, com muita monotonia, feiura e imperfeição, coisa não compatível com as perfeições divinas.

P : o que significa dizer que somos desiguais por natureza?

R ; diz-se “por natureza” quando alguma coisa está de acordo com o fim para a qual foi criada, ou então, quando alguma coisa conserva todos os seus elementos naturais com que foi feita. Assim, o homem, por exemplo, é intelectual por natureza, material e espiritual por natureza, desigual por natureza, etc  Quando nascemos, todos os componentes de nosso ser, todos os nossos sentidos ou dons e habilidades são desiguais entre si e dos outros homens. Assim, uns nascem mais outros menos inteligentes, outros mais e outros menos habilidosos, etc. E isso é assim “por natureza”, é Deus que nos faz assim.

P: a desigualdade não é uma coisa que humilha e degrada o ser humano?

R: não; Deus quer que haja desigualdades harmônicas e justas, conforme a natureza humana; pode ocorrer que acidentalmente ocorra alguma desigualdade injusta, mas pode ser corrigida porque, neste caso, não seria uma desigualdade harmônica e natural, mas uma coisa artificial e contrária à natureza humana.

P: que quer dizer então “desigualdades harmônicas e justas”?

R; são aquelas desigualdades naturais,  não impostas por artifícios. Elas são harmônicas porque de acordo com a natureza de cada pessoa e são justas porque não foram impostas pela força ou por recursos desonestos para satisfazer o egoísmo de um ou de alguns.

P: dê exemplo.

R: um homem que nasceu filho de um comerciante e, com os recursos do pai, estuda e consegue concluir um curso universitário, convive harmoniosamente com os empregados do pai dele, que nasceram pobres e não são dotados de dons naturais ou habilidades que lhes possibilitem um padrão de vida melhor. Isso é bastante justo que ocorra na sociedade, pois cada um ocupa seu lugar conforme as qualidades com que nasceu, e estando todos satisfeitos com isso vivem em harmonia, sem discórdia e sem invejas. Assim, há classes que dirigem e outras que são dirigidas, e isso ocorre porque naturalmente elas se formaram para viver em harmonia e paz. Uns servem à sociedade pela capacidade de dirigir e orientar, enquanto outros pela capacidade de prestar serviços modestos.

P: e como seria uma desigualdade injusta e não natural?

R: seria o caso em que dito comerciante , ou toda uma classe social, estivesse em posição elevada não porque trabalhou honestamente, mas porque usou de fraude ou de roubos para ascender socialmente.

P: então não seria melhor que todos fossem iguais e não houvesse condição de alguém ascender socialmente assim de forma injusta e desonesta?

R; Não porque, primeiramente, esta igualdade ninguém consegue estabelecer na sociedade, ela é impossível de existir; e em segundo lugar, diz Santo Tomás que o “abuso não tolhe o uso”, quer dizer, se há algo de bom na sociedade e alguém abusa dele não deve por isso ser suprimido. Se a desigualdade é um bem, ela deve ser mantida, mas corretamente vigiada para corrigir tais abusos. Os casos de abusos, como os do exemplo citado, podem ser corrigidos pela lei e, geralmente, é a exceção e não a regra geral de uma sociedade humana.

P: ora, se o Estado, assume tudo, tem a posse dos bens e do dinheiro, acaba com as classes sociais, sendo assim fica claro que é possível, sim, se estabelecer uma igualdade social...

R: não, não é possível. Quando o regime dito marxista foi implantado em alguns países, automaticamente foi instituída uma classe social para gerir o Estado, a classe do partido comunista, sendo formada uma elite dirigente opressora muito pior do que a existente anteriormente.

P: por que ocorre isso?

R: porque ,  em nome de um grupo, de um partido ou mesmo do Estado, as pessoas facilmente são tentadas a usufruir das benesses do poder e se enriquecer e predominar sobre os outros. Nos regimes marxistas foi criada a desigualdade mais gritante e injusta que já houve na face da terra, onde uma minoria predomina e impõe sua vontade em nome do Estado. 

P: e se alguém conseguir criar uma situação em que isso seja impossível, isto é, os dirigentes do Estado não consigam impor-se e criar assim uma elite opressora sobre os demais?

R: isso seria impossível na prática, levando-s em consideração que os homens facilmente são tentados pela inveja e o desejo de poder e grandeza,  especialmente se tiverem com o poder na mão. Considerando, no entanto, a viabilidade da tese, mesmo assim, não seria constituída uma sociedade igualitária, pois o Estado estaria sufocando as instituições sociais menores do que ele e impondo sua maneira de dirigir a sociedade.

P: quer dizer que há desigualdade também entre as instituições sociais?

R: sim, há uma grande desigualdade entre as instituições sociais. E o Estado dever gerir toda a sociedade respeitando o papel de cada uma e acatando suas decisões.

P: como seria isso possível?

R: isso seria possível através de um princípio chamado de “subsidiariedade”, pelo qual o Estado só deve intervir na sociedade após os indivíduos e suas agremiações ou organizações sociais se verem incapaz de o fazer.

P: dê um exemplo.

R: o principal responsável pela saúde de cada um não é Estado como apregoam por aí, é cada pessoa individualmente, cada um de nós deve tomar as providências para tratamento de saúde e procurar ter vida sadia. Se, porém, algum de nós adoece gravemente e por si mesmo não é capaz de se curar deve recorrer à sua família; se esta não tiver condições, recorre a alguma organização social maior, somente recorrendo ao governo, ao Estado, se nenhuma destas instâncias inferiores se mostrarem capazes de resolver  o problema. O mesmo pode-se dizer do estudo, do trabalho, do lazer, etc. O princípio de subsidiariedade deve nortear toda sociedade orgânica mais justa. O contrário disso é a imposição de um Estado igualitário como propõe o marxismo, querendo fazer com que todos sejam iguais, quando na realidade isso nunca será possível ocorrer.

P: quer dizer que o Estado não é o senhor soberano de toda a sociedade?

R: não, ele não deve ser abitrariamente soberano, ele tem que respeitar as outras organizações sociais abaixo dele, as quais deve fiscalizar ou orientar pelas leis, mas nunca impor-se como único gestor da sociedade.

Através da pregação de uma quimérica igualdade, o demônio quer instaurar entre os homens um regime de mais odiosa desigualdade social. O maior exemplo tivemos com os regimes comunistas, frutos dessa igualdade que não existe, a não ser em algumas mentes de uma elite corrompida. 


2 comentários:

Anônimo disse...

Caríssimo Sr. JURACI, SALVE Maria!
A igualdade também é necessária para nossa Santificação. Imagine que houvesse abolido os direitos iguais à sermos filho de Deus de trabalhar, de termos uma religião e etc..

quodlibeta disse...

Poderia incluir esse tema, mas não faz parte da mesma argumentação: igualdade de tratemto perante a lei não a mesma coisa da suposta igualdade de natureza ou de posição social.