O calendário revolucionário francês ou calendário republicano foi criado pela Convenção Internacional em 1792, durante a Revolução (1789) para simbolizar a quebra com a ordem antiga e o início de uma nova era na história da humanidade mundial. Este calendário tinha características marcadamente anticlericais e passou a basear-se nos fenômenos da natureza .
Era um calendário de base solar composto de doze meses de
30 dias, distribuídos em três semanas de dez dias (decâmeros ou décadas). Para
completar o ano, havia mais 5 dias (6 nos anos bissextos) para alinhar o
calendário com o Ano trópico. Os dias de cada década recebem o nome de primidi,
duodi, trididi, quartidi, quintidi, sexditi, septidi, octidi, nonidi e decadi.
O dia foi dividido em dez horas que se subdividiam em cem
partes (como minutos), as quais se subdividiam em mais cem (como segundos).
Essa subdivisão mínima equivalia a 0,864 segundos. Conforme essa subdivisão, o
presente horário de, por exemplo, 14:31:51 horas seria no calendário
revolucionário 6:05:45 horas. Cada hora do Calendário Revolucionário equivale a
2h 24 min convencionais. A divisão do dia em base decimal jamais foi usada na
prática, tendo sido abolida oficialmente em 1795.
Cada dia tinha uma designação única, que só se repetiria
no ano seguinte, com nomes de plantas, flores, frutas, animais e pedras. Aos
365 dias acrescentava-se, anualmente, um dia complementar, e um sexto a cada
quadriênio, consagrados à celebração de festas republicanas. O ano começava no
equinócio de outono (22 de setembro, no hemisfério norte), data da proclamação
da República francesa e os nomes dos meses eram baseados nas condições
climáticas e agrícolas das estações em cada mês na França.
Os nomes dos dias e dos meses foram concebidos pelo poeta
Fabre d'Églantine com auxílio do jardineiro do Jardim das Plantas de Paris. Os
criadores pretendiam que essas denominações fossem de natureza universal. Eram,
porém, real e fortemente inspiradas no país de origem.
O primeiro mês chamava-se vindário (em referência a
Víndima ou colheita de uvas), seguiam-se o brumário (relativo à bruma ou
nevoeiro), o frimário (mês das geadas ou frimas em francês), o nivoso
(referente à neve), o pluvioso (chuvoso), o ventoso, o germinal (relativo à
germinação das sementes), o floreal (mês das flores), o pradial (em referência
a prados), o messiador (nome originário de messis, palavra latina que significa
colheita), o termidor (referente ao calor) e o frutidor (relativo aos frutos);
como cada mês tinha trinta dias, sobravam cinco dias no final do ano (de 17 a
21 de setembro): eram os dias dos sans-culottes, considerados feriados
nacionais:
• No
outono:
o Vindimiário
(vendémiaire): 22 de setembro a 21 de outubro
o Brumário
(brumaire): 22 de outubro a 20 de novembro
o Frimário
(frimaire): 21 de novembro a 20 de dezembro
• No
inverno:
o Nivoso
(nivôse): 21 de dezembro a 19 de janeiro
o Pluvioso
(pluviôse): 20 de janeiro a 18 de fevereiro
o Ventoso
(ventôse): 19 de fevereiro a 20 de março
• Na
primavera:
o Germinal:
21 de março a 19 de abril
o Florial
(floréal): 20 de abril a 19 de maio
o Pradial
(prairial): 20 de maio a 18 de junho
• No verão:
o Messidor:
19 de junho a 18 de julho
o Termidor
(thermidor): 19 de julho a 17 de agosto
o Fructidor:
18 de agosto a 20 de setembro.
A data da revolução, o 14 de julho, era nesse calendário
o 26 Messidor, dia de nome "Sauge" (em português Sálvia).
Esse calendário só vigorou de 22 de setembro de 1792 a 31
de dezembro de 1805, quando Napoleão Bonaparte ordenou o restabelecimento do
Calendário Gregoriano, e também durante a Comuna de Paris.
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