2 de janeiro
COMENTÁRIOS DE SÃO TOMÁS DE AQUINO
Como
lemos em Gênesis (17), Abraão recebeu de Deus a imposição do nome e do mandato
da circuncisão. Esse era o costume entre os judeus de impor nomes a crianças no
mesmo dia da circuncisão, como se eles não o tivessem perfeito antes da
circuncisão, da mesma forma que os nomes são dados às crianças no batismo.
Deve-se
notar que os nomes de cada um dos homens eles sempre impõem por causa de alguma
propriedade daquele para quem eles impõe, já por tempo, como os nomes dos
santos são impostos aqueles que nascem em suas festas, já por parentesco. Mas
os nomes que Deus impõe a alguns sempre significam algum dom voluntário
concedido a eles pelo mesmo Deus, como foi dito a Abraão: Você será chamado
Abraão, porque eu lhe fiz o pai de muitas pessoas (Gn 17, 5), e também a Pedro:
Tu és Pedro, e nesta pedra, etc. Eu edificarei a minha igreja (Mt 16, 18).
Se,
então, Cristo foi conferido este dom da graça para que por ele se salvassem
todos, justamente Ele foi chamado Jesus, isto é, Salvador, tendo o Anjo
anunciado esse nome antecipadamente, não somente para a Mãe, mas também para
José, que era seu futuro pai nutritivo
É dito em Isaías (62.2): “E um novo nome será dado, que o Senhor anuciará com a sua boca”; e, sem embargo, esse nome de Jesus era dado a muitos no Antigo Testamento. Mas devemos responder que o nome de Jesus poderia convenir aqueles que existiram antes de Cristo por outro motivo; por exemplo, porque eles executaram algum trabalho saudável particular e temporário; mas se se considerar o salvação espiritual e universal, este nome é próprio de Cristo e neste sentido é dito ser um novo nome. (3o, Q. XXXVII, a.2)
(Extraído de “MEDULLA S. THOMAE
AQUITATIS PER OMNES AMNI LITURGICI SEU MEDITATIONES EX OPERIBUS S. THOMAE
DEPROMPTAE.- Recopilação de Fr. Mezar, OP, e tradução do latim para o espanhol
por Luís M. de Cádiz)
- JESUS
SOBRE A PALHA
Ó terno Amante das almas, meu amável Redentor,
não vos bastam a dolorosa paixão que vos aguarda e a morte cruel que vos
preparam na cruz; quereis começar a sofrer desde o primeiro momento de vossa
existência! Sim, porque desde o vosso nascimento quereis começar a ser meu
Redentor, e a satisfazer por meus pecados à divina Justiça.
Por leito escolhestes a palha, a fim de me livrar do fogo do inferno, aonde
muitas vezes eu merecera ser precipitado. Chorais e gemeis sobre a palha para
me obter de vosso Pai, por vossas lágrimas, o perdão das minhas faltas. Ah!
essas lágrimas me afligem e me consolam. Afligem-me pela compaixão que
tenho de vós, inocente menino, vendo-vos sofrer por crimes que não são vossos;
consolam-me, porque nos vossos sofrimentos vejo a minha salvação e o amor
imenso que me tendes. Mas, meu Jesus, não vos quero deixar só a gemer e sofrer;
quero chorar convosco, eu que mereci chorar por causa dos
desgostos que vos dei; já que mereci o inferno, não recuso nenhuma pena,
contanto que recupere a vossa graça. Perdoai-me, pois, restitui-me vossa
amizade e castigai-me depois como vos aprouver. Livrai-me das penas eternas, e
depois tratai-me como quiserdes. Não vos peço nenhuma satisfação nesta vida:
não a merece quem teve a audácia de ofender-vos, Bondade infinita! Sinto-me
contente em sofrer todas as cruzes que me enviardes; mas, ó meu Jesus, eu quero
amar-vos. Ó Maria, fiel companheira de Jesus em seus sofrimentos, nos quais
compartilhastes tão vivamente, obtende-me a força de suportar minhas penas com
paciência. Ai de mim, se após tantos pecados, eu nada sofrer nesta vida! Feliz
de mim, ao contrário, se tiver a ventura de acompanhar-vos
na via dos sofrimentos, ó minha Mãe
aflita e meu Jesus que fostes crucificado por meu amor.
(SANTO AFONSO MARIA DE LIGÓRIO - “Encarnação, Nascimento
e Infância do Menino Jesus” – de Santo Afonso Maria de Ligório – Coleção
Clássicos da Espiritualidade Católica, págs. 189/190)
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