( 28 de janeiro, é dia de São Tomás. Lembramos aqui sua importância, ressaltada pelo Dr. Plinio):
Falando para um tal auditório, sei que é inteiramente supérfluo afirmar a importância de Santo Tomás de Aquino. Mas, infelizmente, há muitos católicos que não vêem Santo Tomás de Aquino com os olhos com que nós o vemos, e que discutem Santo Tomás como algo que é perfeitamente discutível. De maneira que como nós vamos nos enfrentar com tais católicos, acho interessante dar aqui alguns dados para mencionarmos, se acharem que nos baseamos num doutor cuja opinião é respeitável, mas que é tão susceptível de ser contestado como a de qualquer outra pessoa.
1o) É o único Doutor da Igreja que foi elogiado em documentos oficiais por nada menos do que 69 papas. Queira-se dizer o que se quiser sobre o fato de que os papas não são infalíveis quando não se exprimem ex cathedra, o elogio de 69 papas, para um católico, representa muita coisa.
2o) A Encíclica Studiorum ducem [29-6-1923] de Pio XI, sobre Santo Tomás de Aquino, lembra que no Concílio de Trento, que se deu no século XVI para refutar os erros protestantes – um dos maiores Concílios que houve em todos os tempos –, sobre o altar do Concílio, onde se achavam os livros para consulta dos padres conciliares, só havia duas obras: a Bíblia e a Suma Teológica. Ora, para que um Concílio coloque esta obra ao lado da Bíblia, num altar, como fonte de consulta, como fonte de ensinamento infalível da Igreja, vale alguma coisa mais do que “x”.
3o) O Código de Direito Canônico elaborado por um santo, São Pio X, e promulgado por Bento XV, com autoridade de Papa, recomenda que nos seminários o ensino oficial seja feito de acordo com o método e a doutrina de Santo Tomás de Aquino. Quer dizer, para a formação de seus clérigos é a orientação que a Igreja determina.
4o) Ainda ele tem a autoridade (que muitos santos também têm) de Doutor da Igreja, mas elevado a esta categoria por outro santo, que foi São Pio V, em 1567.
5o) Alguns elogios feitos a ele pelos papas. Por exemplo, João XXII, século XIV, declarou o seguinte: “A doutrina dele é, por si mesma, miraculosa, porque excede a capacidade do homem levar o seu acerto tão longe quanto ele levou”. “Ele sozinho iluminou mais a Igreja do que todos os outros doutores juntos”.
Na Encíclica Aeternis Patris, de Leão XIII, o Papa diz a respeito dele o seguinte: “Ele é comparável ao sol, porque reaquece o mundo com o esplendor de sua virtude, e o enche com a irradiação de sua doutrina”.
Santo Inácio de Loyola, nas regras sentire cum Ecclesia, aponta como indício de espírito católico o fato da pessoa seguir a filosofia escolástica. Quer dizer, é um Doutor tal que pensar como ele é indício do espírito católico; discordar dele é, portanto, falta de espírito católico. E isto é dito pela figura máxima do espírito católico, que é Santo Inácio, que brilhou na questão do senso católico, assim como Santa Teresa brilhou no assunto da oração, etc.
Pio XII deu-lhe o título de “o doutor comum da Igreja inteira”. Quer dizer, Doutor de todos para tudo.
Por fim, na obra de Pio XII as referências a Santo Tomás de Aquino são incontáveis.
Portanto, trata-se de uma autoridade incontestável.
(Plinio Corrêa de Oliveira - Conferência pronunciada em 1957 sobre o Igualitarismo)
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