A respeito de Santa
Rosa de Lima temos uma ficha biográfica tirada da obra “L’Année Liturgique”, de
Dom Guéranger:
“Infelizmente,
algum tempo após a gloriosa conquista da América pelos espanhóis, em Lima,
fundada aos pés das cordilheiras andinas como a metrópole de uma província, a
corrupção era tal que São Francisco Solano precisou imitar ao profeta Jonas e
ameaçá-la como Nínive dos castigos divinos. Mas a misericórdia divina já se
manifestara na alma de uma criança capaz de todas as expiações.
“Tinha ela somente
31 anos quando em meio à noite que iniciava a festa de São Bartolomeu, no ano
de 1617, ouviu o brado: ‘Eis o esposo’ (MT. 25, 6). Em Lima, em todo Peru, na
América inteira, prodígios de conversão e graça assinalaram a passagem da
humilde virgem desconhecida até então. Atestou-se juridicamente, afirma o Sumo
Pontífice (em sua bula de canonização), que desde a descoberta do Peru nenhum
missionário foi encontrado que tivesse produzido semelhante espírito universal
de penitência. E cinco anos mais tarde era dedicado o mosteiro de Santa
Catarina de Siena que devia continuar em Lima a obra de santificação, de cura,
de defesa social, e que se chamaria o Mosteiro de Rosa, que ela de fato diante
de Deus era fundadora e a mãe.
“E esta criança que
só fizera rezar e sofrer, que no meio da corrupção do mundo oferecera a Deus
sua virgindade, que só buscava o silêncio e a obscuridade, tornou-se a
padroeira do Peru e mesmo o Papa Clemente X estendeu a sua proteção às Índias,
às Filipinas e à América inteira”.
A seguir, uma ficha
de Daras:
“O zelo da casa de
Deus a devorava. Quando voltava os olhos para as nações infiéis da América
meridional, sofria em sua alma torturas indizíveis e chorava. Concitava os
sacerdotes, religiosos, de voarem em socorro dessas almas. Ela pensou em adotar
e educar um menino para consagrá-lo depois às missões. A morte impediu-a de
realizar este projeto.
“Um dia ela pensou
que ia colher a palma do martírio e grande foi o seu entusiasmo. Avistou-se ao
largo uma frota holandesa que parecia querer tentar um desembarque em Lima.
Para os marinheiros heréticos isto era o sinal para a pilhagem das igrejas. O
alarme foi dado à cidade. Rosa dirigiu-se à igreja de São Domingos e demonstrou
sua intenção de se fazer massacrar cobrindo o tabernáculo com seus braços.
Viu-se esta virgem tímida rasgar a barra de seu vestido para ter mais agilidade
e, desarmada, colocar-se ao pé do altar em postura de guerreira. Mas Deus
contentou-se somente com essa demonstração de zelo. A frota inimiga afastou-se
sem fazer dano.
“Esta santa
colocara em Deus toda sua esperança. Cantava com frequência esse versículo
familiar aos Padres do deserto: Ó Deus vinde em meu auxílio, dignai-vos
socorrer-me. Aconteceu que sua alma fosse abalada considerando o mistério da
predestinação. O Senhor a acalmou assegurando Ele mesmo: Minha filha, eu só
condeno aquele que se quer condenar. Guarda em paz a tua alma”.
Estes fatos da vida
de Santa Rosa de Lima nos põem um pouco diante das condições da América Latina
naquele tempo. Aconteceu que no Brasil, tanto quanto na América Espanhola, a
vinda dos ibéricos para cá produzia um trauma moral dos mais perigosos. Eles
eram os homens que vinham da Europa, que tinham sede de aventura, de natureza
rústica e selvagem, e que chegando aqui se entregavam às aventuras. Encontrando
aqui uma natureza tropical exuberante, com condições climáticas que favoreciam
a luxúria e a nudez, eles de todos os modos se deixavam dissolver num ambiente
onde a vulgaridade e a corrupção moral ombreavam, o que determinava uma baixa
de nível tremenda.
Um comentário:
Falando em revolução... Veja o real perigo que Lula representa para o Brasil: http://carlosliliane64.wixsite.com/magiaeseriados/a-militancia
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