Como se não bastasse , Nosso Deus e
Senhor,
O nascer em tão grande desprezo e
solidão
Vendo o coração de Vossa Mãe pleno de
dor
Pô-Lo em pedra fria pra prestar-Vos
adoração
Seguida por gentinha humilde e três reis
pagãos
Por Vossa Causa matam crianças: quanta
aflição!
Fugistes para longe de tão maldosas
mãos,
Porque desde então fostes odiado até à
morte!
Rancor repartido com Vossa Mãe e os
cristãos:
A Igreja sofreu perseguição de toda
sorte
Para gerar a Civilização verdadeira
Feita, em séculos, pelo cristão com
braço forte
Tão rejeitado fostes naquela vez
primeira
Em que nascestes pequenino e tão amoroso
- Que aquela semente de ódio é hoje
touceira
Como se não bastasse ser a Vós tão
odioso
Tanto se perseguiu, desprezou, seus
seguidores
Do mais sábio doutor ao mais simples e
piedoso
Negaram toda a Vossa Obra que em Vossos
amores
Na dor fostes Mestre para nosso
ensinamento
Em vez de nela prestar a Vós seus
louvores
Deixaram de adorar-Vos em Vosso
nascimento
Fugiram de Vossa dor e de tanta pobreza
Pois tinham que honrá-Lo só com este
ornamento
Terníssima criaturinha, de excelsa
beleza!
Mostraste-Vos assim tão pequeno quão amável
E o homem insensível O recusa e despreza
O Natal de Vosso tempo foi quão
inefável!
Nos natais seguintes Vossa dor foi
aumentando
Até chegar ao nosso século miserável
Adorar-Vos? – Não! – Sacrilégios vão se
passando
E a virtude é tida como um grande desabono
Só há desespero – as almas estão se
danando!
Este o pesadelo de Vosso primeiro sono:
Coroa de espinhos, cravos, chicotes,
cruz e lança
E enquanto Vos matam, ao redor só
abandono!
Em Vossa manjedoura, meu Deus, ainda
criança
Vos crucificaram, já, nossos atuais
pecados
Que nesta vida achamos como terral
herança
E como se não bastasse males tão ousados
Querem matar Vossa Mãe, de quem vão
invejando
E as almas dos fiéis, que também são
crucificados
Querem tornar inútil Vosso sangue,
tentando
Esvaziar Vosso Reino dos que
predestinastes
Quando nascestes naquele ermo tão
miserando
Lembras-Te do primeiro choro que
derramastes?
Das espadas que estavam naquele Coração
de Vossa Mãe, tão triste mas não A
consolastes?
Ó Rei das dores – a dor nasceu conVosco em vão?
Vem,
Deus Menino, visita este mundo perdido
E
salvai Tua Glória, Tua Lei e Tua Religião!
(Autor: Juraci Josino Cavalcante -
Salvador - BA)
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