Vamos tratar do assunto por partes:
O personagem.
Vários sacerdotes se dedicam
à atividade de “show man”, como cantores ou apresentadores de TV. Muitos católicos lhes têm admiração por causa
disso, mas tal admiração não passa do aspecto meramente pessoal, personalístico,
vendo-os como dotados de boas qualidades artísticas. Em geral não são modelos
de virtudes e de santidades. O que é uma
pena, pois o sacerdote deveria viver exclusivamente para sua vocação e, se usar
por acaso seus dotes pessoais (como o fazia São João Bosco), deve fazê-lo
sempre em prol da propagação das virtudes e da santidade. É o caso do padre Fábio de Melo, cheio de fãs
de suas qualidades artísticas, mas que fica nisso mesmo.
O
fato.
Encontrando-se numa de suas
apresentações, o padre-artista resolveu posar numa foto juntamente com um
travesti. Não contente com seu ato
impensado defendeu um ponto de vista ousado nas câmaras de sua TV: afirmou dentre
outras coisas aquilo que hoje é um lugar-comum em nossa sociedade – que sentia
por aquele homossexual um respeito muito grande, que o mesmo merecia ser
considerado, que, ao contrário da maioria dos católicos, ele praticava bondade
ao levar comida e conforto para crianças pobres, etc. Chegou a dizer que o trabalho daquele
travesti era um “tapa na cara” dos
cristãos.
É
pecado julgar o próximo?
Assunto muito controverso no
mundo moderno, não é pecado julgar o próximo.
O que é condenado é fazer juízo temerário, julgar sem caridade. O ato de
fazer juízo, de julgar, é natural a todo homem, todos o exercem
diariamente em nossa vida. Nem sempre julgar é condenar, às vezes é até mesmo
perdoar. No entanto, quando alguém diz
que fulano julgou e condenou, se esquece que ao dizer isso está fazendo um
julgamento. Neste momento, muitos dos
que estão lendo esta mensagem vão dizer que minha atitude é de julgamento, e,
portanto, condenada pela Igreja. Mas, ao
dizer isso estão também me julgando. Não quero dizer que estejam errados por
isso, pelo contrário, devem me julgar, sim, como via de regra todos vivem
julgando uns os outros. Mas devem fazer um julgamento caridoso e sem nada de
juízo temerário. O padre julgou de uma
só vez todo o seu público católico,
acusando-o de hipócrita, mas aquele que defender o público e julgar o padre
será logo criticado, porque simplesmente o julgou por cometer erro de
apreciação. Então, o erro não consiste
em julgar, mas em “julgar para não ser julgado”, isto é, julgar considerando-se
isento de julgamento. São Tomás de Aquino afirma cabalmente que é lícito julgar
o próximo, nas condições que falei
acima. Consultem a sua Summa, Questão LX,
Art. II (tradução de Alexandre Correia), edição da Escola Superior de Teologia
de São Lourenço de Brindes – Universidade Caxias do Sul – Livraria Sulina Editora),
4.
5 No
que consiste a verdadeira caridade.
Apresentando aos católicos
um tarado homossexual como modelo da prática da caridade o padre erra em seu
julgamento, pois não pratica a verdadeira caridade quem vive em estado de
pecado mortal. São Paulo o diz
claramente: se a pessoa pegar todos os seus bens e
distribuí-los aos pobres, e fizer isso sem caridade, não fez nada de útil (i Cor 13,1-3). E a verdadeira
caridade não existe sem amor a Deus, o qual não vigora naquele que vive em
estado de pecado mortal. Como sacerdote
ele tem obrigação de saber disso, e sobretudo propagar entre os fiéis da
Igreja, e não ir à TV apresentar um homossexual como modelo de caridade e, por cima de tudo, condenando os cristãos
que chamou de hipócritas. Há uma infinidade de gente que anda pelos morros e
favelas exercendo algum trabalho dito social, mera filantropia, mas de nada
serve para Deus se não o estão fazendo por caridade.
6 Pecados
contra a Fé e a Caridade
Podemos dizer publicamente
que alguém pecou? Sim, desde que este
pecado seja público e notório e possa ter influenciado as pessoas ao seu erro.
No caso, afirmamos categoricamente que o padre Fábio de Melo pecou contra a Fé
ao agir com indiferentismo moral, posando ao lado de um homossexual, pois como
religioso obrigado a preservar os bons costumes e a moral não poderia
igualar-se a um pecador público. Com relação ao pecado de homossexualismo, o
Apóstolo São Paulo diz que o mesmo deve sequer ser menciona entre nós, tal deve
ser sua rejeição. Também pecou contra a caridade, ao apresentar como modelo tal
personagem, insinuando aos católicos que ele é mais santo do que os cristãos
pelo fato de andar distribuindo comida a algumas crianças pobres. Ninguém aventou a possibilidade de tanto
malefício que este personagem pode estar fazendo a tais crianças, pois a
maioria destes indivíduos que praticam estas taras sexuais abusam dos
inocentes, não somente pervertendo-os com ensinamentos imorais, mas até
praticando atos abomináveis com eles.
Não é a primeira vez que
esse sacerdote faz declarações polêmicas.
De outra vez ele criticou, quer dizer, julgou precipitadamente, os
católicos que exageram na devoção à Nossa Senhora. Exagerou na dose, inclusive, para dar realce
a seu preconceito contra os devotos de Nossa Senhora. Não sei se houve alguma retratação, mas,
mesmo que tenha havido não chegou a sanar o mal praticado entre seu público,
que mesmo o admirando mais como artista
e “show man” do que como religioso piedoso e santo, muitos confundem as coisas
e o seguem em tudo o que ele diz.
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