O líder católico da guerra de Canudos, Antonio Vicente Mendes Maciel, conhecido como “Antonio Conselheiro” teve, finalmente, seu nome honrado com o governo federal, que, na época, foi o protagonista do desumano massacre sofrido por ele e pelos humildes católicos da localidade.
O presidente da República, Jair Bolsonaro (PSL), sancionou lei que inclui Antônio Vicente Mendes Maciel, conhecido como “Antônio Conselheiro, no livro dos heróis e heroínas do Brasil. A lei foi publicada no dia 14 de maio de 2019 no Diário Oficial da União.
“Antônio Conselheiro” nasceu em Nova Vila de Campo Maior, atualmente Quixeramobim, no Ceará, em 13 de março de 1830. E morreu em Canudos, no dia 22 de setembro de 1897, aos 67 anos, de diarreia e desidratação após vários dias de sofrimento com o cerco e a guerra. Esteve em várias cidades dos sertões nordestinos, onde fazia pregações religiosas como verdadeiro missionário. Atraiu multidões com suas pregações, indo finalmente estabelecer-se na cidade de Canudos, Bahia, cuja população cresceu tanto que, dizem alguns, quase supera a da capital, em Salvador. Na guerra, calcula-se que foram dizimados mais de 30 mil sertanejos, muitos deles degolados barbaramente por ordem do general que ocupou o lugar já destruído pelos canhões e as bombas. Segundo dizem, houve uma ordem do chefe da república para “não deixar vestígio nenhum” daquele lugar ou de seus habitantes, devendo todos ser mortos. Como havia testemunhas, mataram apenas os prisioneiros de guerra, um crime horrendo, pois já haviam se rendido. Posteriormente, no governo de Getúlio, mandaram construir um açude com objetivo de inundar a cidade palco da guerra a fim de não deixar vestígios da mesma. Não adiantou, o povo construiu uma outra cidade que passou a ser chamada de “Nova Canudos”. Pouco tempo depois, o açude secou e começou a aparecer a velha cidade afundada dando mostras a todos o crime ali cometido pelo governo.
Vejamos, agora, as fotos que andam divulgando dele. Numa delas, a mais conhecida, vemos apenas seu cadáver como foi encontrado após a guerra, desenterrado pelos militares para confirmar sua identidade, conforme era praxe naqueles tempos. Em outras fotos pode-se ver um elemento bárbaro ou semi-bárbaro, parecendo mais um guerrilheiro muçulmano ou um huno invasor do império romano. Numa delas aparece como se fosse um espantalho, esquálido e odiável, completamente ultrajante à personalidade real do grande herói. Mas, a melhor foto, a mais real, é essa que foi tirada quando o mesmo era advogado. Que diferença! Esta última é o retrato verdadeiro da personalidade do grande herói agora reconhecido.
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