sexta-feira, 16 de julho de 2021

SITUAÇÃO MORAL DO MUNDO MODERNO

 




Conforme explicitado na obra “Revolução e Contra-Revolução”, do Prof. Plínio Corrêa de Oliveira, o passo seguinte da Revolução, chamada 4ª. Revolução, se daria pelo processo do socialismo autogestionário rumo ao tribalismo. Neste caso, a autogestão seria uma transição para um regime ulterior, uma forma de sociedade inteiramente tribal, onde as pessoas levassem vida comum e promíscua, sem classes, sem ordem, sem hierarquia, toda igualitária. Mas, para se caminhar em busca de tais objetivos é necessário que leve todo o mundo para uma verdadeira bancarrota moral.

Para se atingir tal objetivo, a sociedade se vê hoje infestada de vícios morais, como os abaixo:

1º. – A inveja – Estimulando a cobiça pelo bem do próximo, seja pela invasão de propriedades, desapropriação dos ricos ou pelo simples anseio de lutar para superar o outro em riqueza e poder; o grande desfrute dos prazeres modernos, através da tecnologia avançada, das viagens turísticas paradisíacas, cujo acesso é restrito a uma elite, desperta no geral da população inveja e cobiça, além, é claro, das riquezas ostentosas; mas, não é só isso: a inveja campeia em todos os campos sociais, fazendo com que milhões de pessoas pensem unicamente em avançar no alheio; daí o crescimento dos roubos, dos assaltos, das quadrilhas especializadas em extorquir, roubar, etc. Aliás, a prática de extorsões tornou-se tão comum que são praticadas até mesmo ao amparo das leis, são as chamadas “extorsões legais”, praticadas por um número enorme de pessoas com base geralmente em “ofensas morais” que dizem sofrer. Nos Estados Unidos da América esta prática está bastante disseminada na população, a tal ponto que a Arquidiocese de Boston teve que pagar milhares de dólares de indenizações “por ofensas morais” a vários indivíduos, alguns por supostos crimes praticados há 20 ou 30 anos atrás, cujas únicas provas eram depoimentos de testemunhas, muitas delas suspeitas.

2º. – A preguiça – Fazendo com que o Governo tome conta de todas as atividades produtivas se consegue inibir o espírito de iniciativa da população: todos dependendo do Estado ninguém terá incentivo em se esforçar para produzir e crescer; com as medidas governamentais criando “esmolas” para os desempregados (chamadas de “bolsas família), a tendência é que a preguiça seja cada vez mais disseminada na população, especialmente a de baixa renda; mas ela alcança também as outras classes, em geral estimuladas por idéias de repouso, lazer, aposentadoria, etc.

3º. – A Ira, ou então o desejo desordenado de vingança.  Esta fase vem sempre depois, principalmente em alguns países ocidentais, mas tudo começou com a ênfase dada aos chamados “direitos humanos”, chegando-se hoje a se incentivar as guerrilhas e revoluções sangrentas ou atentados terroristas, com visível intuito de se eliminar as classes superiores ou causar desespero nas multidões; o desejo de vingança é também o corolário de um outro, costumeiramente manifestado nas populações, que seria o “desejo de justiça” – nem sempre as pessoas pedem justiça pelo amor ao cumprimento da mesma, mas por mero desejo de vingança. Quase não há mais ninguém que está, antes de tudo, disposto a perdoar, mas sempre a “exigir justiça”, isto é, que aquele que lhe casou o mal seja punido, mas isso é apenas fruto do desejo de vingança.

4º. – Outras paixões desordenadas do homem são estimuladas, como por exemplo o orgulho e o apetite desordenado pelo próprio louvor; a gula ou o apetite desordenado pelo comer e pelo beber, através de folias, bacanais, farras, orgias,. etc. A luxúria, ou o apetite desordenado pelo prazer sexual é excitado através do cinema e da TV, assim como das revistas e das modas sensuais; a avareza ou o apetite desordenado pelo dinheiro é estimulado através de regras econômicas e financeiras impostas a todos, conseguindo-se também inveja pelo progresso do próximo, estímulo à cobiça pelo lucro fácil, enfim, a mera luta pelo dinheiro que se tornou uma espécie de deus. Tudo isso estimulado, é claro, sob o disfarce da procura da felicidade na terra.

Como resultado, predomina o orgulho pelos vícios correlatos da jactância, do afã pelas novidades, da hipocrisia, da pertinácia, das discórdias, e das disputas e desobediências às leis. Imperando a gula vemos o seu corolário, que é a torpeza ou estupidez do entendimento, a alegria desordenada tendendo para o êxtase da droga, a loquacidade excessiva, a baixeza nas palavras com uso de palavrões, gestos indecentes, luxúria e imundície. Pela luxúria o homem moderno adquiriu a predominância da cegueira de espírito, precipitação, inconsideração, inconstância na prática do bem, amor desordenado a si mesmo, ódio à Igreja e a Deus, principalmente através da indiferença para com as coisas da Religião, apego a esta vida e horror pela vida futura.

Dentre os avarentos (quantos são eles hoje!), predomina uma completa dureza de coração para com os pobres e necessitados, a solicitude desordenada pelos bens terrenos, a violência, o engodo, a fraude, o perjúrio e a traição. Dentre os preguiçosos impera a malícia, o rancor, a pusilanimidade, a desesperação, a torpeza, a indolência na guarda da Lei e divagação da mente para coisas ilícitas. Dentre os invejosos predomina o ódio, a murmuração, a difamação, o prazer pela adversidade do próximo. Um meio de estimular isto tudo é promover a tomada dos bens dos que os possuem, especialmente através das chamadas reformas agrária e urbana.

Finalmente, uma nota comum: em todos predomina a ira, a indignação por qualquer mal que sofra, o rancor, a blasfêmia, o insulto, a rixa e a sede constante de vingança a qualquer custo. Este espírito de vingança pode gerar, inclusive, no canibalismo: matar e comer seu semelhante tem sido um costume decorrente mais do ódio do que por alguma necessidade orgânica, e já há casos constatados entre civilizados.

Quatro vícios e crimes predominam hoje em toda a sociedade humana, em todo o orbe terrestre: o homicídio, a sodomia, a opressão dos pobres e viúvas e a defraudação do salário do trabalhador. Com estas quatro espécie de vícios e torpes crimes todos os outros advirão na sociedade.


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