Conforme explicitado na obra “Revolução e
Contra-Revolução”, do Prof. Plínio Corrêa de Oliveira, o passo seguinte da Revolução,
chamada 4ª. Revolução, se daria pelo processo do socialismo autogestionário
rumo ao tribalismo. Neste caso, a autogestão seria uma transição para um regime
ulterior, uma forma de sociedade inteiramente tribal, onde as pessoas levassem
vida comum e promíscua, sem classes, sem ordem, sem hierarquia, toda
igualitária. Mas, para se caminhar em busca de tais objetivos é necessário que
leve todo o mundo para uma verdadeira bancarrota moral.
Para se atingir tal objetivo, a sociedade se
vê hoje infestada de vícios morais, como os abaixo:
1º. – A inveja
– Estimulando a cobiça pelo bem do próximo, seja pela invasão de
propriedades, desapropriação dos ricos ou pelo simples anseio de lutar para
superar o outro em riqueza e poder; o grande desfrute dos prazeres modernos,
através da tecnologia avançada, das viagens turísticas paradisíacas, cujo
acesso é restrito a uma elite, desperta no geral da população inveja e cobiça,
além, é claro, das riquezas ostentosas; mas, não é só isso: a inveja campeia em
todos os campos sociais, fazendo com que milhões de pessoas pensem unicamente
em avançar no alheio; daí o crescimento dos roubos, dos assaltos, das
quadrilhas especializadas em extorquir, roubar, etc. Aliás, a prática de
extorsões tornou-se tão comum que são praticadas até mesmo ao amparo das leis,
são as chamadas “extorsões legais”, praticadas por um número enorme de pessoas
com base geralmente em “ofensas morais” que dizem sofrer. Nos Estados Unidos da
América esta prática está bastante disseminada na população, a tal ponto que a
Arquidiocese de Boston teve que pagar milhares de dólares de indenizações “por
ofensas morais” a vários indivíduos, alguns por supostos crimes praticados há
20 ou 30 anos atrás, cujas únicas provas eram depoimentos de testemunhas,
muitas delas suspeitas.
2º. – A preguiça
– Fazendo com que o Governo tome conta de todas as atividades produtivas se
consegue inibir o espírito de iniciativa da população: todos dependendo do
Estado ninguém terá incentivo em se esforçar para produzir e crescer; com as
medidas governamentais criando “esmolas” para os desempregados (chamadas de
“bolsas família), a tendência é que a preguiça seja cada vez mais disseminada
na população, especialmente a de baixa renda; mas ela alcança também as outras
classes, em geral estimuladas por idéias de repouso, lazer, aposentadoria, etc.
3º. – A Ira,
ou então o desejo desordenado de
vingança. Esta fase vem sempre
depois, principalmente em alguns países ocidentais, mas tudo começou com a
ênfase dada aos chamados “direitos humanos”, chegando-se hoje a se incentivar
as guerrilhas e revoluções sangrentas ou atentados terroristas, com visível
intuito de se eliminar as classes superiores ou causar desespero nas multidões;
o desejo de vingança é também o corolário de um outro, costumeiramente
manifestado nas populações, que seria o “desejo de justiça” – nem sempre as
pessoas pedem justiça pelo amor ao cumprimento da mesma, mas por mero desejo de
vingança. Quase não há mais ninguém que está, antes de tudo, disposto a
perdoar, mas sempre a “exigir justiça”, isto é, que aquele que lhe casou o mal
seja punido, mas isso é apenas fruto do desejo de vingança.
4º. – Outras paixões desordenadas do homem
são estimuladas, como por exemplo o orgulho e o apetite desordenado pelo
próprio louvor; a gula ou o apetite desordenado pelo comer e pelo beber,
através de folias, bacanais, farras, orgias,. etc. A luxúria, ou o apetite
desordenado pelo prazer sexual é excitado através do cinema e da TV, assim como
das revistas e das modas sensuais; a avareza ou o apetite desordenado pelo
dinheiro é estimulado através de regras econômicas e financeiras impostas a
todos, conseguindo-se também inveja pelo progresso do próximo, estímulo à
cobiça pelo lucro fácil, enfim, a mera luta pelo dinheiro que se tornou uma
espécie de deus. Tudo isso estimulado, é claro, sob o disfarce da procura da
felicidade na terra.
Como resultado, predomina o orgulho pelos
vícios correlatos da jactância, do afã pelas novidades, da hipocrisia, da
pertinácia, das discórdias, e das disputas e desobediências às leis. Imperando
a gula vemos o seu corolário, que é a torpeza ou estupidez do entendimento, a
alegria desordenada tendendo para o êxtase da droga, a loquacidade excessiva, a
baixeza nas palavras com uso de palavrões, gestos indecentes, luxúria e
imundície. Pela luxúria o homem moderno adquiriu a predominância da cegueira de
espírito, precipitação, inconsideração, inconstância na prática do bem, amor
desordenado a si mesmo, ódio à Igreja e a Deus, principalmente através da
indiferença para com as coisas da Religião, apego a esta vida e horror pela
vida futura.
Dentre os avarentos (quantos são eles
hoje!), predomina uma completa dureza de coração para com os pobres e
necessitados, a solicitude desordenada pelos bens terrenos, a violência, o
engodo, a fraude, o perjúrio e a traição. Dentre os preguiçosos impera a
malícia, o rancor, a pusilanimidade, a desesperação, a torpeza, a indolência na
guarda da Lei e divagação da mente para coisas ilícitas. Dentre os invejosos
predomina o ódio, a murmuração, a difamação, o prazer pela adversidade do
próximo. Um meio de estimular isto tudo é promover a tomada dos bens dos que os
possuem, especialmente através das chamadas reformas agrária e urbana.
Finalmente, uma nota comum: em todos
predomina a ira, a indignação por qualquer mal que sofra, o rancor, a
blasfêmia, o insulto, a rixa e a sede constante de vingança a qualquer custo. Este
espírito de vingança pode gerar, inclusive, no canibalismo: matar e comer seu
semelhante tem sido um costume decorrente mais do ódio do que por alguma
necessidade orgânica, e já há casos constatados entre civilizados.
Quatro vícios e crimes predominam hoje em
toda a sociedade humana, em todo o orbe terrestre: o homicídio, a sodomia, a
opressão dos pobres e viúvas e a defraudação do salário do trabalhador. Com
estas quatro espécie de vícios e torpes crimes todos os outros advirão na
sociedade.
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