sábado, 3 de julho de 2021

A PAIXÃO DE CRISTO REVIVIDA NOS CATÓLICOS DOS DIAS ATUAIS

 


Numa Via Sacra composta por Dr. Plínio Corrêa de Oliveira na década de 40 do século passado destacamos a seguinte passagem, tão atual para os dias de hoje:

 “Tão forte foi o ódio que contra Vós se levantou, que a própria autoridade de Roma, que julgava o mundo inteiro, abateu-se acovardada, recuou e cedeu ante o ódio dos que sem causa alguma Vos queriam matar. A altivez romana, vitoriosa no Reno, no Danúbio, no Nilo e no Mediterrâneo, afogou-se na bacia de Pilatos.

“Christianus alter Christus”, o cristão é um outro Cristo. Se formos realmente cristãos, isto é, realmente católicos, seremos outros Cristos. E, inevitavelmente, o turbilhão de ódio que contra Vós se levantou, também contra nós há de soprar furiosamente.

E ele sopra, Senhor! Compadecei-Vos, ó meu Deus, e dai forças ao pobre menino de colégio, que sofre o ódio de seus companheiros porque professa Vosso nome e se recusa a profanar a inocência de seus lábios com palavras de impureza. O ódio, sim. Talvez não o ódio sob a forma de uma invectiva desabrida e feroz, mas sob a forma terrível do escárnio, do isolamento, do desprezo. Dai forças, ó meu Deus, ao estudante que vacila em proclamar vosso nome em plena aula à vista de um professor ímpio e de uma turma de colegas que moteja. Dai forças, ó meu Deus, à moça que deve proclamar Vosso nome, recusando-se a vestir os trajes que a moda impõe, desde que por sua extravagância ou imoralidade destoem da dignidade de uma verdadeira católica. Daí forças, ó meu Deus, ao intelectual que vê fecharem-se diante de si as portas da notoriedade e da glória, porque prega a Vossa doutrina e professa o Vosso nome. Dai forças, ó meu Deus, ao apóstolo que sofre a investida inclemente dos adversários de vossa Igreja, e a hostilidade mil vezes mais penosa de muitos que são filhos da luz, só porque não consente nas diluições, nas mutilações, nas unilateralidades com que os “prudentes” compram a tolerância do mundo para seu apostolado.

Ah, meu Deus, como são sábios vossos inimigos! Eles sentem que na linguagem desses “prudentes”, o que se diz nas entrelinhas é que Vós não odiais o mal, nem o erro, nem as trevas. E então aplaudem os prudentes, segundo a carne, como Vos aplaudiriam em Jerusalém, em lugar de Vos matar, se tivésseis dirigido aos do Sinédrio a mesma linguagem.

Senhor, dai-nos forças: não queremos nem pactuar, nem recuar, nem transigir, nem diluir, nem permitir que se desbotem em nossos lábios a divina integridade de vossa doutrina.

E se um dilúvio de impopularidade sobre nós desabar, seja sempre nossa oração a da Sagrada Escritura: “Preferi ser abjeto na casa de meu Deus, a morar na intimidade dos pecadores” (Sl. LXXXIII, 11).

 (Plínio Corrêa de Oliveira – Via Sacra  - I Estação - Jesus é condenado à morte - Catolicismo Nº 231 – Março de 1970 (Legionário Nº 558, 18 de abril de 1943)

 

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