Numa Via Sacra composta por Dr. Plínio Corrêa de Oliveira na década de 40 do século passado destacamos a seguinte passagem, tão atual para os dias de hoje:
“Christianus alter Christus”, o cristão é
um outro Cristo. Se formos realmente cristãos, isto é, realmente católicos,
seremos outros Cristos. E, inevitavelmente, o turbilhão de ódio que contra Vós
se levantou, também contra nós há de soprar furiosamente.
E ele sopra, Senhor! Compadecei-Vos, ó meu
Deus, e dai forças ao pobre menino de colégio, que sofre o ódio de seus
companheiros porque professa Vosso nome e se recusa a profanar a inocência de
seus lábios com palavras de impureza. O ódio, sim. Talvez não o ódio sob a
forma de uma invectiva desabrida e feroz, mas sob a forma terrível do escárnio,
do isolamento, do desprezo. Dai forças, ó meu Deus, ao estudante que vacila em
proclamar vosso nome em plena aula à vista de um professor ímpio e de uma turma
de colegas que moteja. Dai forças, ó meu Deus, à moça que deve proclamar Vosso
nome, recusando-se a vestir os trajes que a moda impõe, desde que por sua
extravagância ou imoralidade destoem da dignidade de uma verdadeira católica. Daí
forças, ó meu Deus, ao intelectual que vê fecharem-se diante de si as portas da
notoriedade e da glória, porque prega a Vossa doutrina e professa o Vosso nome.
Dai forças, ó meu Deus, ao apóstolo que sofre a investida inclemente dos
adversários de vossa Igreja, e a hostilidade mil vezes mais penosa de muitos que
são filhos da luz, só porque não consente nas diluições, nas mutilações, nas
unilateralidades com que os “prudentes” compram a tolerância do mundo para seu
apostolado.
Ah, meu Deus, como são sábios vossos inimigos!
Eles sentem que na linguagem desses “prudentes”, o que se diz nas entrelinhas é
que Vós não odiais o mal, nem o erro, nem as trevas. E então aplaudem os
prudentes, segundo a carne, como Vos aplaudiriam em Jerusalém, em lugar de Vos
matar, se tivésseis dirigido aos do Sinédrio a mesma linguagem.
Senhor, dai-nos forças: não queremos nem
pactuar, nem recuar, nem transigir, nem diluir, nem permitir que se desbotem em
nossos lábios a divina integridade de vossa doutrina.
E se um dilúvio de impopularidade sobre nós
desabar, seja sempre nossa oração a da Sagrada Escritura: “Preferi ser abjeto
na casa de meu Deus, a morar na intimidade dos pecadores” (Sl. LXXXIII, 11).
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