As lutas ou
“disputas” entre anjos transcendem o âmbito celeste ou espiritual e se refletem
diretamente entre os homens. Um exemplo vemos nas Sagradas Escrituras, relatado
pelo Profeta Daniel. A situação do povo judeu no tempo do cativeiro da
Babilônia era a pior possível. Antes disto, o povo de Israel havia se dividido
em dois reinos, o de Judá e o de Samaria. Como castigo, o reino de Samaria foi
invadido pelos Assírios e levados para o cativeiro da Babilônia. Nem todos,
porém, foram deportados, ficando na Região algumas tribos (Rs II 15, 29). Isto ocorreu em torno do ano
Assim, somente
ficaram na Palestina a parte central da Samaria. Alguns anos depois, nova
incursão dos Assírios na região leva o resto do povo para o cativeiro (II Rs
17, 6) e acaba definitivamente com o “reino de Israel”. Pouca coisa produziu de
bom o reino de Samaria, contra o qual lutou Santo Elias, sabendo-se apenas que
o livro de Tobias refere-se a um personagem cativo desse reino, da tribo de Neftali,
que era o próprio Tobias.
A Samaria havia
ficado, portanto, despovoada. Desta forma, o rei da Babilônia mandou gente de algumas
de suas cidades para repovoá-la “em lugar dos filhos de Israel (II Rs 17, 24).
Os novos ocupantes da região, porém, eram castigados por Deus com animais
ferozes que os devoravam, dando sinais claros da reprovação divina de seus
cultos pagãos. Por isso, o rei mandou que fossem doutrinados por um sacerdote
hebreu (II Rs 17, 27-28), mas o povo não largava o paganismo, misturando as
religiões e promovendo o sincretismo religioso (II Rs 17, 29-32 e 33-41).
Por causa disso,
aquele povo que não era mais israelita, nem de Judá nem do cismático reino da
Samaria, passou a ser chamado derrisoriamente de “samaritanos” pelos judeus, e
foram eles os que mais lutaram contra a reconstrução de Jerusalém e do Templo.
Alguns anos depois, o
reino de Judá (formado por Judá e Benjamin) foi também invadido, desta vez por
Nabucodonosor, e os judeus levados cativos para a Babilônia, principalmente as
pessoas da elite, como Daniel, Ezequiel e próprio Jeremias. Este cativeiro
durou 70 anos e não provocou o total despovoamento de Judá e sua ocupação por
outros povos, como ocorreu com a Samaria. Tudo indica que as “disputas” angélicas narradas pelo Profeta Daniel
referem-se à luta angélica travada para que o povo judeu, ou de Judá, voltasse
para suas origens.
Um anjo
pelejando contra outro?
Daniel cap. 10:
“No terceiro ano de Ciro, rei dos persas, foi revelada a
Daniel, chamado Baltasar, uma palavra verdadeira e uma grande fortaleza; ele
entendeu a palavra, porque é necessário haver inteligência das visões. Naqueles
dias, eu, Daniel, chorei por todos os dias durante três semanas; não comi pão agradável ao gosto, nem carne nem
vinho entraram na minha boca, nem me ungi com perfume algum, até que se
completasse os dias destas três semanas.
No dia vinte e quatro, porém, do primeiro mês, estava eu junto do
grande rio, que é o Tigre.
“Levantei os olhos e olhei; e eis que vi um homem
vestido de roupas de linho e cingido pelos rins com um cinto de puríssimo ouro;
o seu corpo era como o crisólito, o seu rosto como o relâmpago e os seus olhos
pareciam uma lâmpada ardente; os seus braços e todo o resto do corpo até aos
pés eram semelhantes ao bronze reluzente e o som das suas palavras era como o
ruído duma multidão. Somente eu, Daniel, tive esta visão; os homens que estavam
comigo não a viram, mas caiu sobre eles um extraordinário terror, e fugiram
para lugares ocultos. Tendo eu, pois, ficado sozinho, vi esta grande visão. Não
ficou vigor em mim, mudou-se o meu semblante, caí desfalecido e perdi todas as
forças. Ouvi o som das suas palavras, e, ouvindo-o, jazia deitado sobre o meu
rosto, todo espavorido, e o meu rosto estava colado à terra.
“E eis que uma mão me tocou e fez-me levantar sobre os
meus joelhos e sobre as palmas das minhas mãos. Depois disse-me: Daniel, homem
de desejos, entende as palavras que te venho dizer; põe-te de pé, porque eu fui
agora enviado a ti. Depois que me disse isto, pus-me de pé tremendo. Disse-me: Não tenhas medo, Daniel, porque
desde o primeiro dia, em que aplicaste o teu coração a compreender e a mortificar-te
na presença do teu Deus, foram ouvidas as tuas palavras e eu vim por causa
dos teus rogos. Porém o príncipe do reino dos persas resistiu-me durante vinte e um dias; mas eis que veio em meu
socorro Miguel, um dos primeiros príncipes, e eu fiquei lá junto do rei dos
persas. Vim para te ensinar as coisas
que estão para suceder ao teu povo nos últimos dias, porque o cumprimento
desta visão ainda está para dias (longínquos).
“E, enquanto ele me dizia estas palavras, baixei o rosto
para a terra e fiquei
“Então disse-me ele: Sabes tu por que é que eu vim ter
contigo? Agora volto a pelejar contra o príncipe dos persas. Quando eu
saía, apareceu o príncipe (ou Anjo custódio) dos gregos, que vinha. Mas eu te
anunciarei o que está expresso na escritura da verdade; e em todas estas coisas
ninguém me ajuda senão Miguel, que é o vosso príncipe”.
Daniel Cap. 11:
“E eu (Gabriel), desde o primeiro ano de Dario medo,
estava junto dele para o sustentar e fortificar.
“Agora eu te anunciarei a verdade...” (Dan 1, 1-2).
Daniel Cap 12:
“Naquele tempo se levantará o grande príncipe Miguel, que
é o protetor dos filhos do teu povo”...
O Arcanjo São Miguel,
que é o Anjo da Guarda do povo de Israel, encontrou-se numa “disputa” com o “anjo da Pérsia” (ou um demônio, Gog, conforme Ez 39,2),
auxiliando São Gabriel, que poderia ser, este sim, o Anjo da Guarda dos persas.
São Gabriel falou para o profeta Daniel: “o
príncipe do reino dos persas resistiu-me durante vinte e um dias; (Dan 10,
13)”. Neste caso, “príncipe” seria o rei dos persas que resistia às
inspirações angélicas, talvez influenciado pelo anjo mau. Então, neste caso,
São Gabriel estaria procurando inspirar o rei da Pérsia por ser o Anjo Custódio
daquele povo.
O Profeta Zacarias
também fala destas guerras angélicas, referindo-se à libertação do povo judeu
desta forma:
“Estes são os que o Senhor enviou a percorrer a terra.
Eles dirigiram-se ao anjo do Senhor que estava entre as murteiras, e
disseram-lhe: Nós temos percorrido a terra, e eis que a terra está toda
habitada e em repouso.
“O anjo do Senhor replicou dizendo: Senhor dos exércitos,
até quando diferireis tu o compadecer-te de Jerusalém e das cidades de Judá,
contra as quais te iraste? Este é já o ano septuagésimo” (Zac 1, 10-12). Afirmar que a terra “está toda habitada e em
repouso” não é próprio dos bons anjos, indicando com isso que eram os demônios
tentando despistar para que não se cumprissem os desígnios de Deus sobre os
hebreus. São Miguel replica oportunamente e pede a Deus que inicie o processo
de libertação do povo eleito do cativeiro. E ele o pede chamando Deus de
“Senhor dos Exércitos”, titulo com que espera conseguir forças para vencer os
exércitos angélicos inimigos.
O primeiro sinal
destas “disputas” foi em torno da restauração do sacerdócio, também narrado por
Zacarias:
“Depois o Senhor mostrou-me o sumo sacerdote Jesus, que
estava em pé diante do anjo do Senhor; e Satanás estava à sua direita para se
lhe opor. O Senhor disse a Satanás: O Senhor te reprima, ó Satanás; reprima-te
o Senhor que escolheu Jerusalém. Porventura não é este um tição que foi tirado
do fogo? Jesus estava revestido de hábitos sujos e posto em pé diante do anjo.
Este tomou a palavra e falou àqueles que estavam em pé diante dele, dizendo:
Tirai-lhe esses hábitos sujos. Depois disse a Jesus: Eis que tirei de ti a tua iniqüidade e te revesti de roupas de gala. E
acrescentou: ponde-lhe na cabeça uma tiara limpa. Puseram-lhe na cabeça uma
tiara limpa e revestiram-no de preciosos vestidos; entretanto o anjo do Senhor
estava de pé...” (Zac 3, 1-5).
Jesus era o sumo
sacerdote e que acompanhou Zorobabel na reforma religiosa em curso por ocasião
da volta do cativeiro. A frase dita por
São Miguel, “o Senhor te reprima, ó Satanás!”, é repetida por São Judas
Estas “disputas” ou
lutas angélicas se destinavam a se conseguir a libertação do povo hebreu,
obtida finalmente com o edito de Ciro, rei da Pérsia (
Interessante notar
que o Anjo só interveio por causa dos rogos de Daniel: durante um certo tempo,
que ele fala em vinte e um dias, o profeta chorou, jejuou e fez
sacrifícios. No entanto, tudo indica que
a penitência de Daniel deve ter sido bem mais longa, pois em seu próprio livro
profético ele se refere a anos como se fossem dias (Dan 9, 24), “setenta
semanas de anos”, ou, mais adiante “passarão sete semanas e sessenta e duas
semanas” (desde o edito de Ciro até a vinda do Messias) e que os vinte e um
dias devem ter sido, na realidade, vinte e um anos. Adiante diz o Profeta, “no
dia vinte e quatro, do primeiro mês”, isto é, no início do ano vinte e quatro
do período de tempo a que está se referindo. Esta data, vinte e quatro dias, é
referida por Ageu (2, 21). A diferença de três anos é o que se acrescenta aos
três anos iniciais de Ciro: “No terceiro ano de Ciro”, etc. Como Daniel começou
a fazer penitência “No primeiro ano de Dario”
(Dan 9, 1-3) e este rei governou por cerca de 20 ou 21 anos, é sinal de
que este deve ter sido o tempo que durou seu sacrifício. Embora o rei tenha
resistido, São Gabriel “desde o primeiro ano de Dario medo, estava junto dele
para o sustentar e fortificar (Dan 11, 1).
São Gabriel ainda
voltou a pelejar contra o “príncipe dos persas” (Dan 10, 20), provavelmente
algum demônio poderoso que inspirava reações dos bruxos e de alguns inimigos
dos hebreus contra o rei. Quando São Gabriel “saía” foi substituído no combate pelo anjo dos
gregos, mas somente São Miguel teve forças para vencer aquela disputa: “Então me disse ele: Sabes tu por que é que
eu vim ter contigo? Agora volto a pelejar contra o príncipe dos persas. Quando
eu saía, apareceu o príncipe (ou anjo Custódio) dos gregos, que vinha. Mas eu
te anunciarei o que está expresso na escritura da verdade; e em todas estas
coisas ninguém me ajuda senão Miguel, que é o vosso príncipe” (Dan 10, 20-21) . Provavelmente, mesmo depois do edito de Ciro, foi necessário que
os Santos Anjos ajudassem o povo hebreu para conseguir o objetivo principal,
que era a reconstrução de Jerusalém e do templo. A ajuda do anjo dos gregos foi necessária,
embora a mais importante tenha sido a de São Miguel (pelo fato de ter inspirado
os próprios hebreus a reagir e lutar).
Alguns intérpretes
acham que a expressão “príncipe dos persas” se refere ao Anjo Custódio daquele
povo, o qual “disputava” com São Gabriel e São Miguel desejando que o povo
hebreu ficasse na Pérsia (na época o centro do mundo civilizado), construísse
um novo Templo e de lá propagasse a religião verdadeira a todo o resto do
mundo.
Trata-se de uma
hipótese muito interessante, mas difícil de ser aceita na prática, pois um
Santo Anjo, principalmente sendo custódio de um povo, provavelmente conhecia os
desígnios de Deus sobre o povo eleito e qual a finalidade do cativeiro da
Babilônia, não havendo necessidade de que permanecesse lá para propagar a
religião de Deus.
O fato dos anjos encontrar-se
em “disputa” deixava o profeta em dúvida
do que fazer, aguardando um sinal divino. Tal a razão de Daniel ter ficado e
não ter ido logo de volta para Jerusalém (Dan 10, 1). Outros profetas também
ficaram na Babilônia, como Ezequiel, Ageu e Zacarias, a fim de exortar o povo a
executar os desígnios de Deus. É curioso que São Gabriel só tenha conseguido
vencer a “disputa” com as penitências de Daniel, e que “ausentando-se” da
batalha para comunicar-se com o Profeta tenha que deixar na luta um “substituto”,
isto é, o Anjo da Grécia.
A continuação da
mensagem de São Gabriel parece indicar os desdobramentos futuros daquela “disputa”
(Dan 11,2 em diante), quando ocorrerão diversas guerras e formar-se-ão os
grandes impérios, os reinos futuros: o do Egito (chamado de meio-dia), o da
Síria e da Pérsia (chamado do norte ou do Aquilão) e a Grécia.
O Profeta previu
depois que a gnose seria mudada de lugar., pois os medos invadiriam a Pérsia e
levariam “cativo para o Egito os seus deuses, etc. (Dan 11,8). O centro da idolatria sairia temporariamente
da Pérsia e Babilônia. Tudo indica que os “príncipes” da Pérsia e do Egito julgavam que a idolatria
seria mais facilmente divulgada por lá e que os hebreus poderiam voltar para Israel, considerado por eles um
centro de menor importância política e estratégica para a divulgação do
hebraísmo que lhes opunha. No entanto, o judaísmo gnóstico já havia se
misturado com os persas e egípcios, e muitos judeus não voltaram para Jerusalém
junto com Esdras e Zorobabel, preferindo ficar na Babilônia. O Profeta
Ezequiel, que viveu no exílio da Babilônia, fala da “prostituição” dos
israelitas com os pagãos, e numa figura simbólica da apostasia e união deles
com a gnose diz que os israelitas edificaram “em todas as praças públicas uma
casa de prostituição” (Ez 16, 23-29), indicando talvez com isso uma grave
censura ao surgimento das sinagogas, que datam desta época. Da mesma forma, o Profeta Daniel e muitos hebreus
de bons princípios, até o tempo de Mardoqueu (tio da rainha Ester), já no
reinado de Assuero, preferiram ficar para combater as más influências naqueles
que não puderam voltar para Israel.
É interessante notar
que as expressões “anjo da Pérsia”, “príncipe dos persas” ou mesmo “ungido do
Senhor” refere-se à atuação angélica sobres os soberanos persas. E isto ocorreu tanto no tempo de Ciro quanto
no de Assuero. O rei Ciro foi chamado por Isaías o “ungido do Senhor”: “Eis o que diz o Senhor a Ciro, meu ungido, a
quem tomei pela mão, para lhe sujeitar ante a sua face as nações e fazer voltar
as costas aos reis, etc. “ (Is 45,
1-2)”. O rei Assuero, por sua vez,
é visto por Ester como “um anjo de Deus”
(Ester 15, 16), embora este rei fosse péssimo, um tipo afeminado e
maldoso. No edito que este rei fez em favor dos hebreus, elogia Mardoqueu e
defende o povo judeu contra as maquinações do príncipe macedônio (Ester 16, 10-14). Nada disto teria feito se não fosse por uma forte inspiração
angélica.
“Agora
volto a pelejar contra o príncipe dos persas”
São Gabriel declarou
que voltaria a pelejar contra o príncipe dos persas, isto é, o rei da
Babilônia. A expressão “príncipe dos persas” pode ser entendida também como se
referindo ao demônio que comandava a reação maléfica contra a repatriação dos
judeus e a reconstrução de Jerusalém e do Templo.
Quer dizer, mesmo o
rei Ciro tendo autorizado a libertação do povo e a reconstrução de Jerusalém e
do Templo, devolvendo inclusive todos os vasos sagrados que haviam sido
roubados por Nabucodonosor (Esdras 1, 7-11), havia forte reação contra os
hebreus. Conforme vimos acima, os povos que estavam na região de Samaria já não
eram mais os israelitas, mas outros, vindos da Babilônia. Maliciosamente, inspirados
pelos anjos das trevas, eles se ofereceram para ajudar na reconstrução do
Templo:
“Ora os inimigos de Judá e de Benjamin souberam que os
filhos do cativeiro edificavam o templo do Senhor Deus de Israel; e indo ter
com Zorobabel e com os chefes das famílias, disseram-lhes: Deixai-nos edificar
convosco, porque nós buscamos o vosso Deus, do mesmo modo que vós; nós
temos-lhe sempre imolado vítimas, desde o tempo de Assaradão, rei da Assíria,
que nos mandou para aqui” (Esdras 4,
1-2).
Oferta tão lisonjeira
e pacífica poderia parecer correta, mas na realidade tais homens eram movidos
por malícia, pois eram eles inteiramente gnósticos e praticavam um sincretismo
religioso total:
“O rei dos assírios mandou vir gente de Babilônia, de
Cuta,de Ava, de Emat, e de Sefarvaim e pô-los nas cidades de Samaria em lugar
dos filhos de israel” (II Rs 17, 24).
Mas como tais habitantes não respeitavam a lei de Deus, o Senhor lhes
mandava castigar com leões que os matavam. Avisado do fato, o rei dos assírios
ordenou que um sacerdote hebreu fosse lá morar com eles e lhes ensinar a
religião dos israelitas: “Tendo, pois,
ido um dos sacerdotes que tinham sido levados cativos da Samaria, habitou em
Betel e ensinava-lhes o modo como deviam honrar o Senhor. “Apesar disso, cada
um destes povos fabricou para si o seu deus e colocaram-nos nos templos dos
lugares altos, que os samaritanos tinham edificado... Embora adorassem o Senhor, serviam também
aos seus deuses...,” (II Rs 17, 28 e 33).
Como foram recusados
por Zorobabel e os outros chefes a colaborar na reconstrução do templo, os
samaritanos revoltaram-se e passaram estorvar a obra. Inicialmente “ganharam também por dinheiro os
conselheiros do rei” (Esdras 4,5),
depois fazendo uma carta difamatória (Esdras 4, 7-11), escrita em aramaico, contra
os hebreus. Nada disto adiantou, porque, embora os trabalhos tenham sido
interrompidos, logo foram recomeçados por ordem do rei Dario, que tomou conhecimento
da verdade através também de uma carta feita pelos hebreus. Quer dizer, para
cada ação diabólica correspondia uma inspiração angélica oposta.
O mesmo ocorreu com a
reconstrução de Jerusalém, narrada em Neemias, quando os samaritanos
revoltaram-se contra os hebreus repatriados e não queriam deixá-los reconstruir
a cidade. E aí a batalha angélica passou para o campo da guerra campal dos
homens. Embora tenha havido antes intrigas contra os hebreus, partindo dos
samaritanos ou de outros povos, Deus
“dissipou os desígnios” daqueles homens
(Neemias 4, 15) e terminaram os hebreus por reconstruir a cidade, de armas na
mão:
“E desde aquele dia em diante sucedeu que metade da gente moça trabalhava na obra e a outra
metade estava pronta para a peleja, com lanças e escudos, arcos e couraças, e
os chefes estavam atrás deles em toda a casa de Judá. Os que edificavam os
muros, os que acarretavam e os que carregavam, com uma das mãos faziam a obra,
e com a outra pegavam na espada; porque cada um dos que edificavam tinha sua
espada à cinta. Trabalhavam e tocavam a trombeta junto de mim”. (Neemias 4, 16-18).
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