Quando se fala em civilização logo vem à
mente moderna um conceito baseado em construções, edificações, algumas
filosofias (como a grega), etc., No entanto, o conceito real é mais amplo, mais
abrangente, porque a verdadeira civilização se inicia quando o homem consegue
um convívio social mais pacífico e ordeiro possível. E foi também visando tal
convívio que Nosso Senhor nos deixou
vários ensinamentos no Evangelho, um deles o mais repetido, que é
amarmo-nos uns aos outros como a nós mesmos. Mas há outros, como algumas
regrinhas de etiquetas sociais, respeitando o seu lugar ao sentar-se à mesa,
desejando ser o último e não o primeiro, etc. Os chamados “Conselhos
Evangélicos” são constantes no Novo Testamento, e destinam-se diretamente ao
nosso convívio social.
Foi baseada nestes conselhos que a
Civilização Cristã se estabeleceu e iniciou a construção do Reino de Cristo na
terra. E uma nação onde isso mais se acentuou foi na França do “Ancien Regime”,
do qual assim se expressou G. Lenotre: “A velha França, que se prolongou com esta
obstinação, se infelizmente não era santa, tinha, entretanto, restos de tudo
aquilo que agrada a Deus e cativa os homens: virtudes, ciência, nobreza e
opulência. Mas alguns espíritos menos
sensíveis ao charme destes encantos não a viam assim. Distinguiam nas suas
instituições, nos seus costumes, uma “cascata de desprezos”. Não foi
somente convivendo socialmente que o Ancien Regime atingiu este apogeu do
relacionamento humano, mas porque tal convivência era sobretudo cristã,
obedecia conselhos e normas oriundas do próprio Cristo. Desta forma,
aperfeiçoaram-se diversas ciências sociais, como o direito, a filosofia, a sociologia, até mesmo a antropologia, não
somente pelos estudos acadêmicos, mas, sobretudo, por causa das relações
sociais que eram observadas conforme os princípios que a Igreja pregava entre
os povos. E o homem começou assim a aprender como auto-reger-se,
aperfeiçoar-se, enfim, tornar-se santo.
Mas, foi sabendo reger-se que o homem
conseguiu dominar tudo o que o rodeia, as forças da natureza, além da sua. É
claro que na Civilização Cristã isso não chegou ao seu apogeu, mas foi
marcadamente desta forma, conseguindo reger as forças da natureza, que o homem
demonstrou estar procurando sua própria perfeição.
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