Mais
um massacre para a triste história da vida moderna americana, o “american way
of life”. O que diverge este dos demais é apenas as características pessoais do
agressor e alguns detalhes menores.
Um
outro massacre, ocorrido em 2012, teve características parecidas em alguns
aspectos. Refiro-me ao ocorrido na escola de Sandy Hook, quando um jovem atirador
surgiu de repente matando professores e alunos.
Naquela
oportunidade, o ex-governador do Arkansas, Mike Huckabee, declarou que a causa
do masscre na escola de Newtown é o fato do Estado haver sistematicamente
removido Deus das escolas públicas. As opiniões divergem, de outro lado a
maioria dos órgãos da mídia aponta como causa a fácil proliferação de armas
naquele país. O que, também, não é verdade.
Mike
Huckabbe erra porque Deus não foi removido somente das escolas, mas de toda a
sociedade. A começar pelas próprias famílias, onde Deus foi banido da grande
maioria dos lares.
Vejamos
um pequeno exemplo dessa ausência de Deus: o presidente americano daquela
época, Barack Obama, em discurso, dizia que a primeira coisa a fazer quando
chegar em casa seria... abraçar os filhos, quando todos esperavam que ele
dissesse: rezar com os filhos. Se é ateu e não reza deveria pelo menos pedir
aos cristãos que rezassem pelas vítimas. Deu, portanto, mau exemplo, pois
muitos de seus concidadãos estavam naquele instante rezando. Quanto ao atual,
quando falava do massacre de Las Vegas apenas o classificou como coisa de muita
maldade. Nada de orações ou de sentimentos de pesar cristão pelo ocorrido.
Mas,
finalmente, que mentalidade é essa que produz tais monstros, capazes de matar
tantos inocentes e, depois, suicidar-se?
Monstro
é o termo usado pela mídia, e não surpreende que o seja. Mas, dizem, trata-se
de um monstro cujo comportamento era padrão, tratando-se (o criminoso) geralmente
de alguém de comportamento dito como “normal”.
O assassino de Sandy Hook era um rapaz calmo, estudioso e “bem
comportado”. O autor do massacre de Las Vegas é um homem “normal”, sem
problemas financeiros, rico e viciado nas roletas de cassinos. Que mentalidade
foi gerada nesses homens, tão “pacatos”, para, de repente, explodir em ódio
catastrófico?
Vários
outros massacres foram produzidos por indivíduos tidos como “bem educados” e de
cuja vida não pode se dizer que sofriam carências materiais. Todos eram de
classe média e boa situação financeira. Possuíam em sua casa todos os recursos para
uma vida dita feliz para os padrões modernos, como televisão, computadores,
celulares de última geração e, sobretudo, armas modernas, caras e eficientes
para matar. Uns usavam luvas, outros câmaras de filmar, e a maioria,
calmamente, sabia mais apertar o gatilho certeiro do que folhear, por exemplo,
um livro qualquer sobre moral ou religião. E nenhum deles tinha problema mental
grave.
Vamos
analisar essas mentalidades. Em primeira lugar, é óbvio, são pessoas sem Deus e
sem religião. Em seu interior tais pessoas alimentaram durante anos uma vida
inteiramente virtual, cheia de ídolos, de fantasias e de futilidades, vida essa
que a educação pela imagem faz brotar e crescer nas pessoas de hoje. Sem
manifestar publicamente em seu dia a dia, alimentam ódios pelo mundo real e
exterior, o qual representa tudo o que se opõe ao seu mundo virtual e interior.
A par disso tais pessoas geralmente posuem tudo o que desejam, seus pais lhes
deram boas escolas, roupas caras, boa habitação para morar, mas, especialmente
isso, nunca lhes causaram dissabores, nunca disseram “não” a seus caprichos.
Alguns pais até achavam bonito e riam quando o filho, desde pequeno, fazia
malcriações ou diziam palavrões, chutavam outras crianças, etc. É certo que a
maioria não era vista como violenta, pareciam pacatos dentro de casa e no
convívio com parentes, vizinhos e amigos. Mas, era como um vulcão que parecia
morto e que de repente explode. O jogador de cassino de Las Vegas tem uma
característica diferente, pois era filho de um bandido. E nem seus pais, nem
seus professores, nem seus amigos e vizinhos viam que ali ardia uma fornalha de
ódio.
Por
que não viam? Porque vivendo sem religião não aprenderam a prescrutar o
interior, a alma das pessoas. Num mundo virtual e superficial, as pessoas de
hoje não conseguem ver o que há no interior da alma de cada um. Acostumados a
ver tudo cor de rosa, a ver o mundo como uma maravilha destinada ao gozo dos
prazeres, não sabem distinguir onde está a maldade. Especialmente, não percebem
onde entra a ação preternatural, do demônio e seus asseclas, e muito menos a
ação dos Anjos bons.
Agora,
para encobrir mais ainda a realidade interior de que falamos, a mídia começa a
dar como causa do massacre a proliferação de armas entre os americanos. Sim,
não se pode negar que esta pode ser uma das causas, mas não a maior, nem única,
nem a principal. A principal e maior causa é a falta de religiosidade e de
princípios morais que campeia em nossa sociedade, e não somente entre tais assassinos,
mas entre seus familiares e conterrâneos.
Falou-se
acima em “monstros”. Outros criminosos são assim denominados “monstros” pela
nossa sociedade. Por exemplo, aqueles que cometem o abominável crime de
pedofilia. A alcunha de “monstro” procura esconder onde essa monstruosidade foi
gerada. Dentre os pedófilos, por exemplo, a principal causa é a pornografia
desenfreada que grassa em nossa sociedade. No dia em que se fechar para sempre a
edição de revistas pornográficas e de mulheres nuas, os moteis e os ambientes
de perdição sexual, talvez tais crimes sejam menos frequentes, pois as causas,
aquilo que vem gerando estas monstuosas taras terão desaparecido.
Do
mesmo modo, a causa da monstruosidade praticada em tais massacres não pode
estar nas armas, nem em outros instrumentos usados pelos criminosos, mas na
vida atéia e sem Deus que se leva, sem levar em consideração que somos
assediados cotidianamente por anjos, tanto do mau quanto do bem, com vantagens
para os primeiros por causa de vida material e puramente agnóstica. Ao lado da
facilidade com que adquirem armas tais, estes indivíduos também, como o resto
da população, vivem assistindo filmes policiais de violências inauditas, os
quais lhes servem de inspiração. E ninguém ver que também nestes filmes está um
dos motivadores de tais mentalidades.
Na
década de 60 houve um outro massacre que estarreceu os Estados Unidos: a
chacina comandada por Charles Manson numa rica mansão, onde foi morta, mesmo
grávida, a atriz Sharon Tate, num ritual diabólico. O assassino confesso, hoje
em prisão perpétua, parecia um pacato cidadão, mas foi capaz de efetuar um
monstruoso crime juntamente com alguns amigos. Na época não havia ainda a
prática de suicídio do criminoso após tais crimes, mas foi ela a primeira a
inspirar outros casos.
Parece
até que a chacina de Newtown (em 2012) serviu de exemplo para outras que os
espíritos malignos inspirariam no futuro, como esta de Las Vega, exemplo por
conter traços de frieza, maldade, crueldade e desesperança. É o que tais casos
procura incutir nas pessoas: desesperança; ao contrário do que ensina nossa Fé
Católica, onde a Esperança é uma das principais virtudes que nos leva a
caminhar em busca da vida eterna.
Veja também nossa postagem anterior sobre o mesmo tema:
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