terça-feira, 31 de outubro de 2017

QUAL A NOVA FASE DA REVOLUÇÃO UNIVERSAL?



Neste ano tivemos algumas datas significativas para a Humanidade. Comemorou-se o centenário das aparições de Fátima, os 300 anos do encontro da imagem de Nossa Senhora Aparecida, os 500 anos da apostasia e revolta de Lutero e, finalmente, cem anos da implantação do regime comunista na Rússia, a ser relembrado no próximo dia 7 de novembro, data em que os bolchevistas derrubaram o governo provisório e declararam a implantação de um Estado socialista soviético.
A situação do mundo hoje é convulsa e difícil de ser compreendida. Isto porque as coisas que ocorrem parecem não ter lógica, o homem moderno perdeu completamente o sentido de direção, de rumo, de saber para onde vai  o que fazer da vida. E isso ocorre também com governos e até nações inteiras.
Vejamos a situação da ideologia que dominou quase que completamente o século passado: o marxismo e sua consequência política mais imediata que é o comunismo, ou, como alguns chamam também o “capitalismo de Estado”, quando todas as riquezas, fontes de produção e de serviços, além de todos os cidadãos, passam a pertencer única e exclusivamente ao Estado. Vai completar um século que ocorreu um golpe para implantar este regime na Rússia, sendo chamado originalmente de “ditadura do proletariado”. Aos poucos este regime foi invadindo (pela força, astúcia e  rios de dinheiro) os países vizinhos da Rússia, formando um conglomerado de nações cativas sob a alcunha de União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS). Em pouco tempo já se implantava no mundo o maior império de que a História já se ouviu falar, dominando a China, grande parte de países asiáticos e da África.
Nas Américas, houve várias tentativas de se implantar tal regime, sendo uma das mais violentas a do México, a menos de dez anos após o golpe na Rússia.  Mas, tanto lá como em outros países, tipo Brasil, Argentina e Chile, além de outros da América do Sul assolados por guerrilhas cruéis, tais tentativas foram frustradas graças a sadias reações das populações. Somente em Cuba tal regime se fez implantar nas Américas, perdurando até hoje com quase sessenta anos de todo tipo de violências e misérias que lhe são afins.
No entanto, a partir da última década do século passado a ideologia marxista comuno-socialista começou a perder fôlego. Vários países se livraram da opressão comunista, como a Hungria, a Polônia, a Lituânia, no Leste Europeu. A própria Rússia abrandou a ditadura do proletariado e instituiu um regime de meias liberdades, sendo porém dominado por partido único (o PC) até hoje. De outro lado, os partidos comunistas e socialistas mais poderosos do mundo começaram a minguar por falta de contingentes ou carência de audiências. O PC italiano, por exemplo, era o mais rico e poderoso do Ocidente, e hoje vive à míngua. Os partidos socialistas mais poderosos dominavam a política na França, Espanha, Portugal  e Grécia, mas já não se pode dizer o mesmo hoje, embora continue a influenciar na promulgação de leis de cunho nitidamente socialistas. O que queremos destacar, porém, é que mediante o fracasso retumbante da doutrina e dos princípios marxistas implantados em vários países, tudo em torno deles fenece e tende a morrer de inanição.
Como se justifica, então, que após um século da primeira experiência comunista na Rússia haver demonstrado seu mais terrível fracasso através dos anos ainda surjam políticos que queiram implantá-la em seu país? Como entender que a Venezuela possa trilhar pelo mesmo caminho já tão sobejamente provado da pobreza, da fome e da miséria, que é a consequência do regime marxista, seja comunista ou socialista?
Talvez a resposta esteja numa tática diferente que a Revolução universal quer aplicar no mundo. Não, o rumo mais avançado da Revolução hoje já não é mais o velho e decrépito comunismo. Muito mais avançou ela (a Revolução universal) na Europa com a corrupção moral e dos costumes, com a retumbante licenciosidade e liberdade sexual e da promiscuidade estonteante nos costumes sociais e morais daquela sociedade. Avançou porque corrompeu e deixou toda a Europa sujeita, por exemplo, ao avanço do islamismo sem provocar qualquer comoção ou reação de rechaço. Mole e sensual, nada faz o europeu para enfrentar a tão absurda “invasão” muçulmana, pior do que se fosse dominado por regime comunista. Acomodou-se também com leis facínoras como as do aborto e eutanásia, ou com leis imorais como aprovação de casamentos homossexuais, gozando placidamente uma vida cheia de deleites sem se incomodar com o resto do mundo, se há guerras e injustiças em outros povos. Fora isso, lá não se fala mais em socialismo, comunismo, marxismo ou coisas congêneres. A fim de manter este clima de vida gozosa e fruitiva, sem qualquer perturbação aparente, a visão de uma regime comunista deve ser afastada para longe.
Mas, alguma coisa nova surgiu por lá e ganha corpo no resto do mundo. É a Revolução feita pelas tão decantadas “redes sociais”. Ela já se fez presente em alguns países. Operou com sucesso na famosa “primavera árabe”, derrubando governos como o do Egito, e já se fez presente na Europa com o movimento chamado de “Indignados”. Nos Estados Unidos teve um similar, com o título de “Ocupem Wall Street”. Esta Revolução, feita assim de forma mágica através das redes virtuais, nada produziu de positivo até agora. Por que? Porque ela mesma se define como sem meta, sem rumo, sem governo, sem partido, enfim, promove caos e anarquia. Sua bandeira é apenas um rosto fantasmagórico com o nome de “anonymus”, indicando que não tem nome, além de não ter rumo certo.
De onde vem tudo isso? Tudo indica que o manual que orienta tais grupos foi elaborado pelo americano Gene Sharp, que tem o nome de “como fazer uma revolução pacífica” ou coisa que o valha. E mesmo que alguns não sigam o manual diretamente, de uma forma indireta sofrem os efeitos do mesmo por aqueles que o aplicam e divulgam suas normas. Por exemplo, todos estes movimentos se dizem “espontâneos”, como se tivessem surgido naturalmente e não pertençam a grupos organizados; não podem ter partidos políticos ou ostentar bandeira disso ou daquilo, tem que ser anônimo, sem ideologia. E se algum grupo se apresenta desta forma está aplicando a tática ensinada por Gene Sharp, Tais métodos de ação são divulgados profusamente via internet.
E que ligação tem o problema da Venezuela com isso? É que a Revolução precisa mostrar ao público um alvo para que essa essa nova fase seja detonada. E nada mais visível para ser combatido do que um regime comunista, implantado exatamente num país outrora senão rico pelo menos em ascensão e há anos sob domínio de leis e governos socialistas. Assim fica mais fácil unir muita gente em torno das redes sociais e combater o inimigo comum. E nisso pode haver muitas vantagens como derrubar um regime opressivo, ditatorial e difusor de fome e misérias. Mas, há também muitas desvantagens como, por exemplo, deixar a sociedade no caos, sem rumo, porque eles não apresentam solução para o que vem depois. O “anonymus” quer apenas o “direito” de estar na rua fazendo protestos, queimando pneus, atirando pedras, destruindo tudo como os “Black blocs”, não possui nenhuma proposta positiva de reconstrução da sociedade em sólida bases morais. Quando Maduro cair, haverá uma organização mais presente nas redes sociais para fazer o mesmo com os que virão depois, sejam comunistas ou não.
A história de Nossa Senhora de Coromoto, a Padroeira da Venezuela, diz um pouco sobre o que espera a Providência daquele povo. A história conta que a Santíssima Virgem Maria apareceu a um cacique na aldeia de Coromoto, mas o mesmo jogou-lhe uma pedra. Naturalmente, a imagem sumiu sem sofrer os efeitos da pedrada, mas ela ficou para sempre gravada milagrosamente na pedra que o índio jogou, e até hoje pode ser vista indelevelmente. Perante tal milagre, o índio se converte com todo seu povo. Assim, a “pedrada” de hoje pode ser a implantação do comunismo, mas espera-se que a Providência reverta isso de forma milagrosa e produza efeitos contrários completamente alheios e diferentes daqueles que os “anonymus” querem disseminar na Venezuela, fazendo com que aquele povo retome o rumo de uma verdadeira civilização cristã. 


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