terça-feira, 11 de outubro de 2016

O VALOR DA MANSIDÃO



A mansidão, às vezes, exige o uso da violência

O que é a mansidão? Virtude que na Sagrada Escritura é tida como uma grande conformidade à vontade divina. Isso diz tudo: se nossa vontade é a potência essencial para exercer o poder de regência, estando ela em plena conformidade com a divina isso quer dizer que Deus estará nos regendo de forma mansa e  pacífica. Esta virtude caracteriza o perfeito Cristão (Gál 6-1; Ef 4,2 e Cols 3, 12) e é exaltada como uma das principais da regência divina, pois Deus “...reina por meio da Verdade, da Mansidão e da Justiça” (Sl 44, 5).
Se a mansidão é uma virtude muito importante para o convívio social, como se explica que Deus tenha inspirado, e até exigido, (e, por vezes, assim agido) que os dirigentes do povo eleito tomassem posse da terra pela força das armas? Seria mais normal que Deus quisesse reger pelo império da força do que o da persuasão?
Deus não só inspirou, mas até animou alguns patriarcas, como Moisés e Josué, a invadir a terra prometida por meio de armas. No entanto, o uso da mansidão é claro, não havendo discordância do que preceituou no Evangelho quando disse que “os mansos possuirão a terra” ao animar Josué, por exemplo, a agir sem temor e com ânimo forte (Josué  1, 9). A mansidão era exigida para se obter o sucesso: “Tem ânimo, pois, e reveste-te de grande fortaleza, para observar e cumprir toda a lei” (Jos 1, 7). Quer dizer, “cumprir a lei” é cumprir a vontade de Deus, condição essencial para se tornar manso. A vontade divina, no caso, era dividida em duas partes: 1) cumprir a Lei; 2) cumprida a Lei, Deus os faria tomar posse das terras, que, no caso, não poderia ser pacífica essa posse, haja vista que tais localidades eram possuídas por povos maus e diabólicos. E de tal forma o “cumprimento da lei” era rigoroso no ato de se tomar posse das terras que Deus exigia, inclusive, o extermínio dos povos inimigos: “Por isto conhecereis que o Senhor, o Deus vivo, está no meio de vós, e exterminará à vossa vista  o cananeu, o heteu, o heveu, o ferezeu, o gergeseu, o jebuseu e o amorreu” (Jos 3, 10). Aqui está claro que o extermínio era obra do próprio Deus, mas há momentos em que Ele exige que o mesmo seja feito por quem exerce a regência de seu povo.
Na maioria dos casos o dirigente do povo eleito faria como o fez Josué, que ordenou que “todos os que sois mais valentes passai armados à frente de vossos irmãos, e pelejai por eles” (Jos 1, 14), indicando que mansidão não quer dizer pacifismo e cordura demasiada com o inimigo de Deus.
Tais episódios servem para demonstrar a necessidade de se difundir entre os povos o temor divino, naqueles tempos quase inexistente. E o temor de Deus era constantemente alimentado, tanto por Moisés como por Josué, sendo útil para se incentivar entre eles a mansidão. Foi esse temor que fez a prostituta Raab tornar-se mansa e fosse colaborar com os invasores de Jericó (Jos 2, 10-11): ela soubera que o povo eleito passara incólume pelo Mar Vermelho que se abriu milagrosamente para ele, e este fato deveria fazer com com que aquele povo pagão temesse o Deus verdadeiro que havia feito aquele prodígio. Posteriormente, novo prodígio ocorreria, desta vez com o rio Jordão dando passagem aos hebreus guiados por Josué (Jos 3, 15-17 e 4, 22-24).
Tudo indica que o Anjo, ao aparecer a Josué (Jos 5, 13-16) tinha a missão de ordenar como deveria ser feito o cerco a Jericó (Jos 6, 2-5), onde algumas determinações deveriam ser cumpridas: não haveria saques (Jos 6, 18-19), mas deveriam matar além dos homens também as mulheres, velhos e crianças (Jos 6, 21), até mesmo os animais. Puseram fogo na cidade, mas, antes disso, salvaram o ouro, a prata, o cobre e o ferro, que seriam destinados ao “tesouro do Senhor” (Jos 6, 24).  Tais metais eram utilizados pelos gentios, geralmente, para a fabricação de ídolos ou para simples prazeres mundanos, sendo agora destinados a uma causa divina.
Antes desse massacre, a cidade ficou sitiada por sete dias, ocasião em que toda a população (ou pelo menos alguns), cheia de temor, poderia sair e pedir clemência. Os sitiantes passavam diante das muralhas tocando suas trombetas, fazendo com que entre eles se relembrassem os episódios em que Deus protegera os israelitas. A única a escapar foi Raab porque tornou-se mansa e fez um acordo de delação com os espias de Josué e, por causa disso, obteve clemência e passou a viver entre o povo eleito. Por que os demais não fizeram o mesmo? Provavelmente havia um tal domínio diabólico sobre aquele povo que o fez tornar-se não somente incrédulo do poder divino, mas, pior ainda, obstinados no mau. Só havia uma forma de interromper a regência que os anjos maus exerciam sobre aquele povo: a perspectiva da morte e da condenação eterna..

A mansidão de Moisés, exaltada pelo próprio Deus
Ao nascer Moisés os filhos de Israel já eram mais de dois milhões, segregados dos egípcios, praticando rituais diferentes (como a circuncisão e a imolação de animais), crendo num Deus diferente, não se miscigenando nem se acostumando completamente aos costumes pagãos.  E assim progrediram formando um povo, embora vivendo numa espécie de gueto e debaixo do poder de um outro. Moisés criou-se, portanto, num ambiente diferente do de sua gente. Isso deve tê-lo feito ficar muito versado nos conhecimentos egípcios e caldeus, mas também pode ter lhe transmitido alguma influência pagã. É o caso, por exemplo, de haver matado o homem que açoitava um operário hebreu e tê-lo escondido na areia. Foi este o fato que o fez fugir do Egito para não ser morto, tendo que morar com um sacerdote madianita chamado Jetro, pai de Séfora sua futura esposa. Moisés morou 40 anos com Jetro em Madian, sofrendo grande influência do mesmo. Era tão grande a influência de Jetro sobre Moisés que este seguiu prontamente seus conselhos quando se encontrava no deserto com o povo hebreu (Ex 18, 13-26). É provável que Jetro o tenha convertido ao verdadeiro caminho de Deus, pois foi a partir do momento que foi conviver com ele que o Senhor lhe apareceu e o escolheu para salvar o povo judeu tornando-o “o homem mais manso de todos os homens que havia na terra” (Num 12-3).
Os 120 anos de vida de Moisés foram divididos em três partes iguais: 40 anos entre os egípcios, 40 com seu sogro Jetro e os restantes 40 conduzindo o povo pelo deserto. Foi necessário 40 anos de ação divina em sua alma para que obtivesse aquela mansidão e entendesse onde estava a verdadeira vontade divina. Entre os egípcios teve vida cheia de prática e conhecimentos daquele povo, inclusive morando entre pessoas da elite dirigente, pois foi achado e criado por familiares do Faraó. Aprendeu a arte da guerra, a escrita cuneiforme que os egípcios aprenderam com os sumérios, a arte de embalsamar os mortos e alguns princípios doutrinários dos sacerdotes egípcios, que eram influenciados remotamente pelos antigos sumérios e caldeus. O saber manejar a escrita foi fator importante para a elaboração dos livros sagrados. E conhecer as religiões egípcias foi também importante para saber com que povo teria que se defrontar. Quando suscitava as pragas com que Deus castigava o Egito recusou a proposta do Faraó, para que imolassem lá mesmo suas vítimas, dizendo: “Não se pode fazer assim, porque sacrificaremos ao Senhor nosso Deus animais que para os egípcios é sacrilégio matar; e se nós diante dos egípcios matarmos o que eles adoram nos apedrejarão” (Ex 8, 26). Moisés revela, assim, grande conhecedor e respeitador da opinião pública e procura evitar entrar em choque com ela. 

Manso, mas um general, guerreiro e comandante implacável nas guerras
Tendo que enfrentar diversos povos hostis, Moisés deixou instruções detalhadas da forma como deveriam os hebreus guerrear contra eles. Mas, se para obter sucesso tinha que, antes de tudo, cumprir a vontade divina e tornar-se mansos, deveriam ser castos e puros: “Quando saíres a combater contra os teus inimigos abster-te-ás de toda a coisa má. Se entre vós houver (algum) homem que esteja impuro, por causa dum sonho noturno, sairá para fora do acampamento, e não voltará antes de se ter lavado em água à tarde; depois do sol posto tornará a ir para o acampamento” (Deut 23, 9-11).  Na maioria dos casos a tônica era um discurso inflamado, cheio de confiança na proteção divina: “Se saíres à guerra contra os teus inimigos, e vires os seus cavalos e carroças, e o exército contrário mais numeroso que o que tu tens, não os temerás, porque o Senhor, teu Deus, que te tirou da terra do Egito, é contigo”. Tão rigorosa era a seleção para os que iriam combater que, de 630 mil homens aptos para a guerra no tempo de Moisés, na época de Josué só restavam 40 mil.
Em seguida, dando-se início a batalha ele diz como devem ser animados os soldados para a guerra: “Quando se aproximar a batalha, o pontífice estará diante do exército, e falará assim ao povo: Ouve, ó Israel, vós estais hoje para combater contra os vossos inimigos, não se atemorize o vosso coração, não temais, não recueis nem lhes tenha medo, porque o Senhor, vosso Deus, está no meio de vós e combaterá por vós contra vossos inimigos, para vos livrar do perigo”. Este  discurso deverá ser proferido pelo pontífice para assim trazer as bênçãos de Deus para o exército. Mas logo a seguir os comandantes das tropas, os oficiais e comandantes, deverão falar aos soldados:
 “Os oficiais também de cada esquadrão, ouvindo todo o exército, gritarão: Quem é o homem que tenha edificado uma casa nova e a não tenha ainda estreado? Vá e torne para sua casa; não suceda que morra na batalha e outro a estreie” (Deut 20, 5).  A referência à “casa nova” dá a idéia de que esta ordem deveria ser cumprida depois do povo haver se estabelecido em cidades, pois não se compreende que andando no deserto, com tendas portáteis, alguém tenha a idéia de construir sua casa. Da mesma forma , todo aquele que tenha plantado uma vinha, o medroso, o tímido, ou o que tenha desposado uma mulher, isto é, tenha algo que o apegue aos bens terrenos não deve ir para a batalha mas fique em casa. Também, não deveriam combater os recém-casados: “Quando um homem tiver tomado uma mulher há pouco tempo, não irá à guerra, nem se lhe imporá cargo algum público, mas estará descansando sem culpa em sua casa, a fim de passar alegre um ano com sua mulher” (Deut 24, 5). Nenhuma lei trabalhista moderna concede um prazo tão longo para uma lua-de-mel.
Outra recomendação importante que demonstra quanto se prezava a mansidão e paz: ao se aproximarem de uma cidade para ser tomada, antes lhes mande mensageiros propondo uma paz. “Se ela aceitar e te abrir as portas, todo o povo que houver nela será salvo e te ficará sujeito pagando tributo. Mas, se não quiser aceitar as condições e começar a guerra contra ti, cercá-la-ás. E, quando o Senhor, teu Deus, ta houver entregado nas mãos, passarás a fio da espada todos os varões que nela há, poupando as mulheres, as crianças, os animais, e tudo o mais que houver na cidade.”  Esta norma, porém, era diferente para aquelas cidades que Deus havia prometido dar ao povo hebreu: “Quanto àquelas cidades, porém, que te hão de ser dadas, não permitirás que alguém fique vivo, mas passá-lo-ás ao fio da espada...  para que não suceda que vos ensinem a cometer todas as abominações que eles mesmos praticaram para com os seus deuses...” (Deut 20, 1-20).
Quando um comandante, um general, um chefe militar qualquer, quer conquistar o território inimigo, manda alguns espiões ou exploradores na frente para averiguar o terreno inimigo. Assim, estando no início da caminhada pelo deserto Moisés mandou 12 homens explorar as terras que iriam ser invadidas pelo povo hebreu (Deut 1, 23). Os homens voltaram acovardados, principalmente pelo fato de terem visto gigantes combatendo ao lado do inimigo. Mas Moisés os animou dizendo: “Não tenhais medo e não os temais; o Senhor Deus, que é o vosso guia, ele mesmo combaterá por vós, como fez no Egito à vista de todos”.
No tempo de Moisés havia uma tribo de gigantes chamada “emins” e outra chamada “enacins”. Uma delas descendia dos moabitas, filhos de Lot: “Os emins foram os seus primeiros habitantes, povo grande e forte de tal estatura que se tinham por gigantes, da linhagem dos enacins. Enfim os moabitas chamam-nos de emins” (Deut 2, 10). Haviam outras tribos de gigantes. Em terra de Amon havia uma tribo chamada zomzomin, “povo grande e numeroso, e de tal estatura, como os enacins, que o Senhor exterminou diante dos amonitas, e fez habitar estes em lugar daqueles...” (Deut 2, 21). Um gigante famoso foi o filisteu Golias, com 6 côvados de altura, cerca de 2,80 m.
Os hebreus iriam passar por alguns povos que deveriam ser expulsos ou exterminados, e aí Moisés ouvia a voz de Deus ordenar:

 “Levantai-vos e passai a torrente do Arnon; eis que te entreguei nas mãos Seon, rei de Hesebon, amorreu; começa a possuir a sua terra e peleja contra ele. Hoje começarei a pôr o terror e o medo das tuas armas nos povos, que habitam debaixo de todo o céu, para que, ao ouvir o teu nome, temam, e à maneira das mulheres que estão para dar à luz, tremam e sintam dores” (Deut 2, 24-25).  Houve a batalha, pois o rei não aceitou a proposta de paz mandada por Moisés: “Naquele tempo tomamos-lhe todas as suas cidades,  mortos os seus habitantes, homens, mulheres e meninos, e nelas não deixamos nada, exceto os animais, que tocaram aos saqueadores, e os despojos das cidades, que tomamos” (Deut 2, 34-36).

Nada foi poupado, como se vê.  E nunca se ouviu dizer que Moisés tenha proibido de se apossar dos despojos de uma guerra, ele simplesmente os narra como coisa mais normal do mundo. 
Contra os amalecitas, dirigidos pelo rei Amalec, foi necessário Moisés subir o monte juntamente com Arão e Hur e ficar rezando para que Deus desse a vitória a Josué. Cada vez que Moisés mantinha os braços levantados, Josué vencia, e cada vez que baixava os braços, de cansado que estava, Amalec vencia. Seus auxiliares, Arão e Hur, tiveram então a idéia de colocar pedras debaixo de seus braços para que os mesmos não baixassem. Josué ganhou a guerra e passou os inimigos ao fio da espada (Ex 17, 8-16). Depois, Moisés deixou este conselho:

“Lembra-te do que te fez Amalec no caminho, quando saíste do Egito, de como ele te saiu ao encontro e matou os últimos do teu exército, que cansados ficavam atrás, quando tu estavas consumido de fome e de fadiga, e ele não teve nenhum temor de Deus. Quando, pois, o Senhor teu Deus, te tiver dado descanso e tiver sujeitado todas as nações circunvizinhas na terra que te prometeu, apagarás o seu nome debaixo do céu. Olha, não o esqueças” (Deut 25, 17-19).

Houve também a guerra contra o rei Og, de Basan. Este rei era o último sobrevivente da estirpe dos gigantes. “O Senhor, nosso Deus, entregou, pois, nas nossas mãos também Og, rei de Basan, e todo o seu povo; ferimo-lo até o extermínio, devastando ao mesmo tempo todas as suas cidades; não houve cidade que nos escapasse; sessenta cidades, todo o país de Argob pertencente ao reino de Og, de Basan”.  (Deut 3, 3-4). Ressalte-se que nem sequer as crianças foram poupadas: “Destruímo-los, como tínhamos feito a Seon, rei de Hesebon, destruindo as cidades, os homens, as mulheres e as crianças”. Foram mortos também os pais dos reis a fim de se evitar que voltassem a gerar gigantes.
Uma das últimas paradas antes de entrarem na terra prometida era em meio aos madianistas. Estes foram os que tentaram o povo israelita com a idolatria do deus Beelfegor e conseguiram muitos adeptos. Os idólatras hebreus foram punidos com o enforcamento dos principais responsáveis, ocasião em que morreram 24 mil homens (Num 25, 9). Faltava agora punir os madianitas, mas para tanto teria que haver uma guerra. E Deus o exigiu de Moisés, para a qual logo convoca seu povo: “Armem-se para a batalha alguns homens dentre vós, que possam executar a vingança do Senhor sobre os madianitas”. Foram escolhidos mil homens de cada tribo, num total de 12 mil, os quais Moisés enviou com Finéias, abençoado por Deus por ter morto o casal que fornicava (um israelita e uma madianita), tido pela tradição hebraica como o primeiro pontífice escolhido por Deus.
A batalha contra os madianistas foi uma das mais terríveis e arrasadoras: “mataram todos os varões, os seus reis Evi, Recem, Sur, Hur e Rebe...”.  “Tomaram as suas mulheres, os seus filhinhos, todos os seus gados e todos os seus bens; e saquearam tudo o que puderam alcançar. O fogo consumiu as cidades, as aldeias e os castelos”.  Levaram tudo o que foi apreendido ao inimigo até Moisés, ao sacerdote Eleazar e a toda a multidão para mostrar-lhes, mas Moisés ficou irado porque os soldados israelitas haviam poupado as mulheres: “Por que poupastes as mulheres?  Não são elas que, por sugestão de Balaão, seduziram os filhos de Israel e vos fizeram prevaricar contra o Senhor com o pecado de Fegor, pelo qual também o povo foi castigado? Matai, pois, todos os varões, mesmo os de tenra idade, e degolai as mulheres que tiveram comércio com homens; mas reservai para vós as donzelas e todas as mulheres virgens”.  (Num 31, 16-18).
Nesta guerra não morreu um israelita sequer. Após contar todos os soldados disseram os comandantes a Moisés: “Nós, teus servos, fizemos a resenha dos combatentes, que comandávamos, e nem um faltou. Por esta causa cada um de nós oferece por donativo ao Senhor o ouro que pudemos achar na presa, ligas, braceletes, anéis, arrecadas e colares, para que rogues por nós ao Senhor” (Num 31, 49-50). Todo o ouro arrecadado, com o peso de 16.750 ciclos, foi posto no tabernáculo.
No total, Moisés derrotou 8 reis. Josué, no entanto, derrotou muito mais, cerca de 33 reis. E a glória de Josué era apenas parte da de Moisés. Com tudo isso, no entanto, eles o fizeram com muita bondade e mansidão.


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