Após a passagem destruidora do furacão “Matthew”,o
Haiti voltou ao noticiário como desgraçado país vítima de catástrofes naturais.
O terremoto de 2010 foi mais arrasador
quanto à quantidade de vítimas fatais, mas o “Matthew” pode deixar um rastro
mais destruidor como causador de maior desorganização social do país, pelo
menos a longo prazo.
Algumas lições poderemos tirar da situação do
Haiti. A primeira delas é que a miséria lá reinante é fruto da falta de elites
autênticas, pois os dirigentes do país o abandonaram desde o final do século
XVIII e início do XIX e fugiram para os EEUU. A Revolução que se produzira em
sua terra natal deitava seus tentáculos na colônia, e a fim de não morrerem
tiveram que fugir. O país ficou entregue a grupos xamanistas e sem elites
autênticas.
Uma das famílias tradicionais que lá viviam
era a dos senhores do Bem-Aventurado Pierre Toussant, os quais fugiram para
Nova Iorque. Escravo fiel e cristão, Pierre Toussant dedicou-se a sustentar sua
patroa exercendo a atividade de cabeleireiro. Hoje, sabe-se que deve-se a ele
um grande incremento que foi dado ao catolicismo naquela cidade.
Uma outra causa da miséria que lá reina, esta
mais profunda, pode ser creditada à prática do satanismo, especialmente através
do vodu. A propósito, transcrevemos abaixo texto traduzido do espanhol, onde é
relatado a situação religiosa do Haiti. “único país do mundo consagrado ao
demônio”, pelo menos de uma forma conhecida e pública.
Haiti, o único país do mundo consagrado ao demônio.
Em 1791 o Haiti se consagrou ao demônio por
200 anos e foi o primeiro país americano em obter a independência. No ano 2005
foi novamente consagrado ao demônio por outros 200 anos.
E um fato recente que podemos fazer nexo. A
12 de janeiro de 2010, às 16:53 hora local o Haiti sofreu um devastador
terremoto de 7.0 graus, com epicentro a 15 km de Porto Príncipe, sua capital.
Este fato terrível do terremoto ocorrido na
antiga Ilha La Espanhola (nome dado por Cristóvão Colombo ao que corresponde
atualmente ao Haiti e à República Dominicana), nos fala da desgraçada realidade
desse país.
A
TRAGÉDIA DO HAITI
Pobreza,
escravidão, fome, praga da AIDS, (de lá surgiu a AIDS para
os EEUU e o resto do mundo), açoite dos 3 furacões ocorridos em 2008: Ike,
Gustav e Hanna que deixaram em sua passagem milhares de mortos, inundações e tormentas
catastróficas.
O Haiti é
um país que social e politicamente vive em grande desequilíbrio, com um cúmulo
de golpes de estado (ao redor de 30), ditadores, assassinos e praticantes do
vodu como foi Françoise Duvalier e seu filho, corrupções, analfabetismo, etc.
No âmbito
ecológico sofre um grande desflorestamento com graves conseqüências no
equilíbrio do meio ambiente, fruto da destruição indiscriminada que sofrem as
matas, como último recurso de seus habitantes para utilizá-las como
combustível.
Socialmente,
o Haiti se parece com um enorme Puzzle, com peças amarrotadas, descoloridas,
desgastadas e muitas que faltam simplesmente porque não existem: são os grandes
subúrbios.
Lá,
bandos armados se defrontam uns com os outros, compram-se armas facilmente em
qualquer mercado a preços baixos, coexistindo ao lado dos “meninos de rua”
frutos dos órfãos que nunca conhecerem seus pais.
Fala-se
na existência, somente em Porto Príncipe, de aproximadamente 5.000 meninos de
rua, muitos deles filhos de pais falecidos da AIDS e contagiados desta terrível
enfermidade, a desnutrição de certos meninos se detecta em terceiro grau, sendo
já uma desnutrição crônica.
A malária
e a febre tifóide são outras pragas endêmicas do país que se nutrem nestes
inocentes. 80% dos meninos haitianos não sabem quem são seus pais.
O acesso
à classe média só atinge 400 euros anuais. Sete em cada dez habitantes são
pobres. Mais de 70% dos habitantes vivem com menos de 1,40 euros por dia,
enquanto o restante o faz com menos de 0,70 euros. O Haiti é o país mais pobre
de toda a América Latina e um dos mais pobres do mundo.
Todo
mundo se pergunta a que se deve tanta desgraça. Não podemos colocar a culpa nos
conquistadores espanhóis, nem aos colonos franceses, nem tampouco aos EEUU,
pois foi a primeira colônia européia em obter a independência.
Mas desde
então leva aos poucos 200 anos de uma terrível maldição, que jaz nas
profundezas do satanismo e da magia negra como uma altamente provável causa
primeira.
Resulta
pouco ético a comparação com outro país que divide a mesma ilha, mas a história
se escreve com fatos; na República Dominicana – país que divide a mesma ilha
com Haiti – sem ser um país rico como os EEUU, Canadá ou União Européia, se
vive digna e prosperamente, sendo lugar de freqüentes visitas turísticas de
muitos países do mundo. [1]
A TRISTE HISTÓRIA DO HAITI
A
história do Haiti é uma história “interessante” do ponto de vista
religioso-antropológico, porque pouca gente sabe que é o único país do mundo
que foi consagrado explicitamente ao Demônio e onde se lhe segue rendendo culto
a ele e a suas hostes satânicas nas diversas modalidades do Vodu e da Santeria
(ou Santidade, como se diria em Português) [2].
O Vodu,
religião animista, foi oficialmente reconhecida pelo governo como elemento próprio
de sua identificação nacional.
Foi em
abril de 2003 quando o então presidente Jean Bertrand Aristide (ex padre católico
que chegou ao poder como o primeiro presidente do recém criado regime
democrático), autorizou a prática do Vodu para que fosse reconhecida
oficialmente em paralelo com a Católica.
A 5 de dezembro
de 1491 as tropas espanholas sob o comando de Cristóvão Colombo desembarcaram
na Ilha que chamaram “A Espanhola” e acamparam perante o forte “Natal”,
deixando ali parte da tropa enquanto Colombo partia para conquistar o resto do
continente; dois anos mais tarde ele volta, porém encontra todos seus
companheiros mortos – haviam sido assassinados pelos indígenas (Caraíbas,
Arauaques, Ciboneys e Tainos).
Prossegue a colonização,
mas os grandes descobrimentos e conquistas no continente, especialmente as de México
e Peru, fazem com que a Coroa espanhola se desinteresse pela ilha, que fica
praticamente abandonada.
Neste tempo, disso se
aproveitaram os piratas franceses, denominados flibusteiros e corsários,
fazendo presa fácil de seu território e assentando ali suas bases de pirataria.
Uma vez conquistada a ilha, os franceses continuam a colonização e terminam
reclamando sua posse.
Em 1697, sob o tratado de
Ryswick, a Coroa espanhola cede formalmente a parte ocidental da Ilha para a
França.
A população
majoritariamente é negra: formada por escravos trazidos às centenas das costas
ocidentais da África (Togo, Benin, Gana e Nigéria) numa proporção de 20 para 1,
principalmente formada nas plantações.
Há também os chamados “grandes
brancos”, funcionários franceses e colonos das grandes fazendas e os “pequenos
brancos”, os comerciantes e artesãos, além de mulatos e negros livres.
O maior desejo destes
últimos é imitar a vida e costumes dos cidadãos franceses, de tal forma que se
estabeleceram até 32 níveis sociais em razão do percentual de sangue branco que
corria nas veias: quanto mais sangue negro, menos nível social e vice-versa.
Os negros quilombolas ou
selvagens fugiam de seus amos e se escondiam nas montanhas, vivendo isolados ou
formando pequenos grupos, que irrompiam nas fazendas para insuflar o restante
dos escravos a rebelar-se.
Por outra parte, a
população autóctone, índios caribes, tainos, ciboneys e arauaques viviam uma
cultura própria do paleolítico.
A ilha transformou-se na
principal colônia francesa e possivelmente a mais rica colônia européia, devido
ao cultivo e comércio de açúcar, café, madeira, tabaco, etc.
Como dado característico
há que se ressaltar que toda esta população africana, trouxe além de seus
costumes étnicos algo sumamente importante para sua desgraça, sua religião: o
vodu e suas variantes – candomblé, lukumbi, umbanda, culto de xangô, palo
mayombé, obeah ou a simples santidade.
Esta última funcionava
misturada com a religião católica, uma forma de fugir das proibições que nos
séculos passados tinham sido feitas por causa de praticarem seus sangrentos
rituais, não suportados pela religião católica que era praticada pelos seus
senhores.
QUE É O VODU?
Vodu é a
deformação da palavra “vadoux”, referida a um ídolo em forma de serpente
(zoolatria) adorado na África como um oráculo, dentro de sua jaula, não como
divindade em si, mas como uma representação de um princípio de caráter divino.
Na
religião vodu acredita-se na vida depois da morte e na existência de uma série
de hierarquias espirituais malignas ou benignas chamadas “Loas” (demônio), que
interferem no mundo terreno.
Estes são
contatados graças à mediação de um hierofante (sacerdote de ritos ocultos e
misteriosos) chamado houngan, o qual pode conseguir curas, obter certos
segredos e exercer poder sobre a natureza, isto no caso do homem, pois se a
mulher é apta também pode representar este papel e é chamada de mambo.
Este
misterioso culto tem como objeto aos “loas”, que na realidade são deidades que
regem o destino humano.
Atualmente,
o vodu é uma mistura de cerimônias rituais próprias do vodu africano com ritos
cristãos.
Nas
crenças vodu, estima-se a existência dos zumbis (ou pessoas que acreditam que o
são), e são o resultado de um sortilégio provocado pelo bruxo “bokor”, transformando-o
em seu escravo particular.
O zumbi
(morto vivente) perde sua vontade e realiza todos os atos que o ordena o bruxo.
Diz-se que o “bokor” pode transformar seu zumbi num animal e vender a carne no
mercado.
Num
princípio, se o que se quer obter é “benéfico” como as curas por exemplo, é o
homem que intervém, mas quando se deseja obter resultados maléficos (prática de
magia negra) ao sacerdote se lhe chama “bokor”.
Uma de
suas atividades é “ressuscitar aos mortos” e convertê-los em seus escravos: são
os famosos zumbis.
Os “bokor”
também podem produzir a morte à distância, a enfermidade ou a desgraça mediante
a utilização de um boneco cravado de alfinetes e outras técnicas: prática de adivinhação,
interpretação de sonhos, realização de feitiços, conjurações de proteção, utilização
de poções mágicas que podem ter duplo sentido, poções com feitiços de amor e
para produzir a morte.
Os
rituais vodus de modo geral são muito complexos: há várias deidades, ocorrem
múltiplas possessões demoníacas, brutais orgias sexuais, sacrifícios rituais
com derramamento de sangue de galinhas e cabras, danças frenéticas acompanhadas
de fortes ruídos de tambores, sob consumo de rum e tabaco que terminam em
vários “êxtases”.
Acredita-se
que os mortos caminham e dançam ao mesmo tempo. Os possessos entram em êxtase
quando um ou vários “Loas” os “cavalgam” produzindo estranhas contorções e os
olhos em branco, é quando o “Loa” fala através do dançarino (possessão
diabólica).
É comum
que na prática do vodu se consagre as crianças a estas deidades (demônios): os
meninos apesar de serem inocentes dos atos dos adultos ficam escravos dos
espíritos malignos e devendo obedecer tudo o que eles lhes digam, do contrário
os espíritos os matam.
Também se
ofereciam bebês aos demônios, queimando-os vivos, isto em séculos anteriores ao
atual, atualmente não se fala mais nisso, mas pode ser que clandestinamente
ainda se realizem.
É muito difícil
sair desta religião; assim quando um membro da família se arrepende porque
chega a conhecer a mensagem do Evangelho, a família chega a ser um branco
perfeito como vítima de satanás: enfermidades, ruína, morte inexplicável de
algum membro, roupa destroçada antes de ir para a igreja, acidentes, etc.
Esta
tática do terror e do medo que o demônio utiliza surte seus efeitos, a pessoa
cede e volta atrás ante o temor de sofrer mais maldições.
Em agosto
de 1850, o periódico New Orleans Times publicou uma reportagem sobre uma
cerimônia vodu na qual dançaram desnudas ao redor cinqüenta mulheres negras e brancas.
Em 1855 o
diário de Nova Orleans “Daily Crescent” publicou uma entrevista feita a uma
sacerdotisa voduista (uma mambó) e a seus seguidores, narrando o seguinte:
“Sabe-se
que não somente negras, mas também mulheres brancas, algumas delas jovens e
formosas, pertencem a esta infernal seita”. O autor, Henry C. Castelhanos, em
seu livro “New Orleans it Was”, em 1895 conta o ocorrido: “Pessoas brancas e
negras estavam dançando com grande bulício e algazarra, efetuando estranhas contorções
musculares, soprando presas de delírio e deitando espumas pela boca. Porém o
mais degradante e incrível desta cena era a presença de um grande número de
mulheres ricas da alta sociedade e, por conseguinte, consideradas como respeitáveis...”
Há ritos
e segredos vodus que são estritamente secretos, mas se sabe que hoje em dia há
cerimônias ocultas onde se utilizam galinhas, cabritos e outros animais vivos
para utilizá-los em sacrifícios sangrentos.
O
sacerdote “bokor” ou a sacerdotisa “mambo”, ou os participantes da cerimônia,
despedaçam com seus dentes uma cabra, uma galinha, uma pomba ou um gato negro
(geralmente os animais têm que ser negros). Depois, o sangue ainda quente é
dado a cada um dos participantes enquanto as invocações brotam dos lábios dos
assistentes. Durante este ritual todos os presentes tiram a roupa, ficando
completamente despidos.
Tudo fica
no mais íntimo segredo, e cada um dos participantes rende adoração a um ou mais
das deidades vodus. Amiúde a sensualidade se apodera deles e deitam aos pares
no chão, dando seguimento a uma orgia desenfreada. Outros abandonam o recinto
sagrado, em pares ou grupos, para entregar-se a prazeres sexuais mais íntimos.
A CONSAGRAÇÃO DO HAITI AO DIABO
A
primitiva população negra trazida como escrava da África sofreu toda classe de
avatares[3]
próprias de uma ação desprezível e desumana, refiro-me a escravidão, a qual
propiciou um grande sofrimento a este grupo social.
Oprimidos
ante a desesperança e a dor, desejando ser livres de seus opressores, os brancos,
de tornar-se livre seu povo e como uma nação liberta e autônoma, recorreram ao
pacto com Satanás, utilizando para isso dos conhecimentos ocultistas da
religião vodu.
Corria o
ano de 1791, a 20 de agosto, quando o poderoso sacerdote vodu (bokor) Boukman
encabeçou um levante geral para pôr fim à escravidão de seu povo numa cerimônia
vodu na povoação de Bois-Cayman.
Esta cerimônia
era de “pacto” com o demônio, onde em nome de todo o povo haitiano, consagrava
seu país Haiti e seus moradores ao diabo com um pacto de compromissos por 200
anos (consagração temporal) efetuando adoração, em troca pediam a libertação
dos laços opressores de seus amos, os brancos e franceses.
Havia um
sinal que daria começo à revolução, seria o fogo queimado em centenas de
plantações de cana de açúcar e usinas.
Iniciava-se
assim um processo revolucionário, cujo principal líder foi Toussaint
Louverture, escravo negro que deteve os massacres e fez acordos entre negros e
brancos, mas posteriormente foi capturado e deportado para a França, onde
morreu em 1803.
O bruxo
ou “bokor” Boukman faleceu em circunstâncias estranhas no mesmo ano de 1791.
A
revolução continuou sob a liderança do também escravo Jean Jacques Dessalines (nome
pertencente a seu senhor e que o adotou como próprio), que fugiu de seu amo
para as montanhas, recrutou outros escravos somados à sua causa, os quais,
escondidos nas recônditas montanhas selváticas, continuavam praticando seus rituais
vodus.
No ano
seguinte, a 1º de janeiro de 1804, J. J. Dessalines proclamou a independência
dizendo que a Ata da Constituição devia ser escrita sobre o pergaminho de papel
feito da pele de um branco, sua caveira como tinteiro e a baioneta como pluma
suja com o sangue dos fazendeiros que haviam lucrado com seus sangues.
Nascia
assim a primeira República negra independente, onde havia se logrado abolir a escravidão.
Jean Jacques Dessalines faleceu dois anos depois da proclamação da
independência.
AS DESGRAÇADAS CONSEQUÊNCIAS DA “CONSAGRAÇÃO” ATÉ
NOSSOS DIAS
Curioso é
para o observador da história, que ao mesmo tempo que o Haiti obtinha a
almejada liberdade, conseguida mediante ajuda do demônio e sua consagração no
ano de 1804, começava também uma larga cadeia de desgraças.
Jean
Jacques Dessalines se nomeia Governador Geral e mais tarde se autoproclama
Imperador, Jacques I, mas só pôde viver uns poucos meses e caiu assassinado
violentamente.
Paralelamente
nasce uma era de calamidades naturais, sociais, políticas e econômicas que não
têm descanso até estes momentos em que ocorreu o terrível terremoto.
Ao cair
assassinado o “prócer independentista”, sofre o país a invasão norte-americana
em 1915; posteriormente sobem ao poder 23 governantes cada qual mais desalmados
e corruptos; talvez a saga sanguinária de François Duvalier seja a mais larga e
mais sangrenta, durou desde 1957 até 1986, 30 longos anos de desajustes
sociais.
É
claramente notório que Duvalier se autoproclamara praticante do vodu.
Já em
1954, com a colaboração de Lorimer Denis, publicou uma obra escrita denominada “L’Evolution
graduelle du vaudou” (a evolução gradual do vodu), livro de conhecimentos e
prática desta religião e que utilizou inteligentemente durante seu mandato
político, chegando a contabilizar como vítimas deste sangrento ditador até 200 mil
mortos.
Logo após
tomar o poder, François Duvalier (o Papa Doc) nomeou como comandante em chefe
de sua milícia ao temido bruxo bokor Zacharie Delva, reivindicando a religião
vodu como a religião oficial.
Funda uma
espécie de polícia esotérica semelhante à SS nazista, eram os chamados “Voluntários
da Segurança Nacional” (os “Tontons Macoutes”) que semearam o terror no país.
Entre o terror,
o temor e a reverência quase idolátrica que se tinha por Duvalier, se chegava a
dizer pelas ruas: “O homem fala porém não atua, Deus atua porém não fala,
Duvalier é um Deus”.
Em 1971,
morre F. Duvalier e lhe sucede seu filho Jean Claude Duvalier, levando o país a
uma decadência mais trágica ainda do que seu pai, ficando no poder por 29 anos,
até que é obrigado a exilar-se na França.
Surgem em
1988 as primeiras eleições semi-democráticas, depois de ter sido promulgada a
nova constituição, tendo sido vencedor Leslie Manigat, que é logo vencido por
um golpe de estado pelo general Henry Namphy.
Dois
meses depois toma o poder outro general, Proper Avril, que se autoproclama
presidente. Poucos meses depois, por causa de fortes protestos populares, Avril
renuncia ao cargo, sucedendo-o a magistrada da Corte Suprema Ertha
Pascal-Trouillot.
Ao final
de 1990 e após as primeiras eleições autenticamente democráticas é eleito Jean
Bertand Aristide, um sacerdote católico.
Aristide
toma posse em fevereiro de 1991, porém é destituído por um golpe de estado efetuado
pelo general Raoul Cedras no mês de setembro.
A OEA
intervém tomando a determinação de congelar todos os bens do país no exterior e
declara um embargo comercial para obrigar o governo a reimpossar Aristide, ao
mesmo tempo que a Câmara dos deputados e o Senado ratifica como primeiro
ministro Jean Jacques Honoret.
Em
janeiro de 1992, Aristide no exílio norte-americano aceita René Theodore como
primeiro ministro. Finalmente em julho se chega a um acordo com a ONU de cumprir
as resoluções ditadas e se promove a posse do cargo ao presidente legítimo Jean
Bertrand Aristide, o qual termina seu mandato em fevereiro de 1996.
Em
fevereiro de 1994, a comissão de direitos humanos da ONU estima que ao redor de
3 mil pessoas foram assassinadas a partir do golpe militar que havia derrubado
Aristide no começo de sua posse em 1991;.
Concluído
seu período presidencial se convocam eleições e sai eleito René Garcia Preval
(7 de fevereiro de 1996 – 7 de fevereiro de 2001).
No ano de
2001 apresenta-se novamente para as eleições Jean Bertrand Aristide e é eleito
presidente, governando até 2004 quando é novamente forçado a exilar-se e deixar
o cargo a favor de um governo interino, sendo presidente provisório Boniface
Alexandre até 14 de maio de 2006.
Em 2006 é
eleito René Preval, em seguida Michel Martelly e atualmente Jacelerme Privert
que foi eleito como presidente interino a 14 de fevereiro de 2016, enquanto se
aguarda a realização de eleições presidenciais pendentes desde 2015.
A OFICIALIZAÇÃO DO VODU
É obrigatório
relatar quanto ao tema que nos ocupamos que, depois da retirada das tropas
americanos em 1935, o governo haitiano lutara para erradicar estas práticas,
impondo penas de prisão e multas pecuniárias, mas tudo isso como conseqüência da
poderosa influência que tinha os EEUU nos anos de intervenção de seus marines.
A prática
do vodu permaneceu assim inalterada até 1987, que com a queda de J. C. Duvalier
redigiu-se uma nova constituição onde se reconhecia o direito à prática de
qualquer religião, entendendo-se implicitamente que a prática do vodu ficava
incluída em dita liberdade de culto, inscrita na SECÇÃO D, da Constituição
Haitiana de 1987, em seu artigo 30: Da liberdade de consciência.
Sem
embargo, o Status legal como religião propriamente dita, e expressamente
firmado sob declaração de lei, se obteve sob a presidência do ex sacerdote
católico Jean Bertrand Aristide a 7 de maio de 2003.
“Sempre
fomos maioria no Haiti e nunca foi ilegal a prática do vodu. O que o presidente
Aristide fez por nós, e por isso estamos agradecidos, foi tornar mais fácil a
obtenção do status necessário para que as cerimônias religiosas tenham valor
legal”, disse a sacerdotisa Mambu Racine Sumbu, em entrevista concedida à BBC.
Mambu é
uma sacerdotisa americana que está no Haiti há 15 anos. Segundo ela, mais de 90
por cento da população haitiana pratica o vodu. Uma enquete popular diz que 70%
dos haitianos são católicos, 30% são protestantes, e 100% são seguidores do
vodu. Na prática, o vodu se celebra duas vezes ao ano, a chamada “festa de ação
de graças a seus ídolos”, quer dizer, a satanás e aos demônios.
RENOVAÇÃO DA CONSAGRAÇÃO INICIAL A SATANÁS
Transcorridos
os 200 anos concedidos pelo demônio ao sacerdote “bokor” Baukman e seus
seguidores revolucionários, no “pacto de sangue” onde o anjo decaído prometeu
sua pronta libertação e independência das cadeias opressoras dos franceses, era
de suma importância para os sacerdotes do vodu voltar a consagrar o país a
satanás tal como o fizeram seus predecessores em 1803.
Foi a 14
de agosto de 2004, quando milhares de cristãos haitianos uniram-se em oração
para reparar e desagravar a Deus Nosso Senhor, com intenção de contra-restar no
dia nacional da oração, a pronta cerimônia de pacto vodu que se ia realizar sob
o respaldo do presidente Jean Bertrand Aristide.
Neste dia
os sacerdotes bruxos vodu levaram o Haiti a uma nova consagração do pacto de
sangue feito com o demônio a 206 anos atrás.
Jean
Bertrand Aristide fez tudo o que pôde quanto a seu âmbito de autoridade máxima
do país para sustar dito pacto satânico.
Ainda em
abril de 2003 emitiu uma lei na qual se reconhecia o vodu como religião oficial
do país. Ademais, pagou e fez viajar 400 praticantes de dita religião da África
ocidental até a ilha.
Esta
notícia, que os grandes periódicos e cadeias de TV ou de rádio não difundiram,
se tomou conhecimento porque houve cristãos que foram enviados como espias ao
lugar onde se ia celebrar o novo pacto de sangue pelos bruxos vodus no mesmo
lugar do pacto original de 1803, onde se negociou a alma do Haiti pela vitória
sobre os franceses.
Os espias
informaram que se haviam trazido multidão de animais (porcos, cabras e
galinhas) para fazer os sacrifícios, mas (e isto se atribui á força da oração)
logo surgiu muita confusão, discutiam as pessoas e ao final se debandou sem que
se realizasse o sacrifício sangrento.
Não
obstante o fracasso anterior, não foi obstáculo para que se renovasse este
pacto satânico no dia 1º de janeiro de 2005, dia nacional da independência do
Haiti, e também por mais 200 anos!
Um dado
curioso que não deixamos escapar: uma das zonas mais devastadas pelo terremoto
foi o subúrbio de Porto Príncipe chamado “Carrefour”, que ninguém pense que se
trata de um bairro edificado com as ajudas da grande cadeia internacional
francesa de supermercados, oxalá fosse assim.
Carrefour
é o nome de um demônio do vodu, se lhe considera o senhor do submundo, do lugar
inferior dos mortos, a representação da sombra e das trevas.
Por
certo, o logotipo das lojas Carrefour, dizem alguns entendidos em mistérios
esotéricos que guarda curiosa analogia quando se lhe representa girando 90º ,
com outro correspondente a uma sociedade secreta francesa. (O Priorado de Sión,
seita aludida na obra maçônica “O Código Da Vinci”).
Não nos
esqueçamos que a destruição do bairro Carrefou foi avaliada em cerca de 90%!
Sem palavras...
CONCLUSÕES
Uma vez
conhecida a trágica história do Haiti, a ninguém com senso comum, se lhe escapa
a idéia de que este país abandonou há muitos séculos a graça que Deus
inerentemente regala a todos seus filhos que lhe reconhecem como tal, e guardam
seus mandamentos.
O povo em
massa mudou a adoração de seu Criador pela adoração a satanás, expulsaram Deus
de seus corações, não é que Deus os tenha abandonado, mas que eles abandonaram
a Deus para deixar-se seduzir pelas atrações das artes maléficas do vodu,
invocação de espíritos, prática de magia negra, assassinatos, orgias sexuais e
demais rituais sangrentos.
Está
escrito: “Vede, Eu os ponho hoje perante benção e maldição; a benção, se
cumpris os mandamentos de Javé, vosso Deus, que Eu vos prescrevo hoje; a
maldição se não cumpris os mandamentos de Javé, vosso Deus, e, apartando-vos do
caminho que Eu vos prescrevo hoje, seguis outros deuses que não haveis
conhecido” (Deut 11, 26-28).
Também
está escrito: “Todo homem ou mulher que invoque aos mortos e se entregue á
adivinhação será morto lapidado; caia sobre eles seu sangue”.
O que tem
ocorrido no Haiti como conseqüência da desobediência ás leis de Deus, se há
repetido ao longo da história desde o princípio dos tempos. Recordemos os casos
de:
O dilúvio
universal: morreu toda carne vivente, somente se salvou Noé e sua família.
Sodoma e
Gomorra: a homossexualidade, a luxúria, a soberba, a imoralidade, a embriaguês,
a ociosidade fizeram que o fogo descesse do céu e terminasse com seus dias.
Muita
gente disse naqueles dias em relação ao desastre do Haiti: “Como existir um
Deus que permita tanto mal, tanta morte e tanta destruição?”
Esta
gente não analisa onde mora o verdadeiro mal, e a causa de seus desastres e
erros que conduziriam irremediavelmente – se Deus não intervém – à autodestruição
total.
FONTE
Ver também nossa postagem anterior: “Ai de ti
se não aprenderes a lição do Haiti” -
[1] Chamou
a atenção no terremoto de 2010 o fato de um navio de cruzeiro turístico estar
ancorado perto da catástrofe, na República Dominicana, que se recusou no
entanto a socorrer as vítimas.
[2] O
termo “santidade”, em português, ou “santeria” em espanhol, refere-se ao culto
do xamanismo, prática muito comum nas religiões fetichistas tanto da África
quanto dos índios americanos.
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